Capítulo 26

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POV Dulce 


Depois da nossa social na piscina todos foram embora e eu e o Chris fomos dar uma organizada na bagunça, só depois fui embora, jantei com meus pais, tomei banho e fui dormir muito cansada, nadar tanto me deixa morta de sono. No dia seguinte, como em todas as manhãs fui pro Colégio, conversei com meus amigos, tivemos as três primeiras aulas que foram muitos cansativas, também estava um pouco desconfortável lembrando da minha conversa com o Christopher ontem, durante a aula ele ficava me olhando, certeza que ele queria terminar o assunto de ontem, eu estava literalmente fugindo dele, fiquei rezando pra que a aula acabasse logo pra eu poder respirar, estava muito tensa. Assim que tocou o sinal do intervalo fui com minhas amigas no banheiro, aproveitamos e ficamos fofocando um pouco sem ninguém perto, por mais que os assuntos estivessem interessantes, minha cabeça não parava de pensar no Ucker.

Mai: Dul, você não está com dó do Ucker? -eu a encaro em dúvida. —Tá me dando pena dele, eu percebi que ele está tentando se aproximar de você e você só o ignora. -abaixo a cabeça olhando pros meu pés. 

Anny: Você não lembra Mai? Essa foi a solução que ela achou. -tenta lembrar Mai sobre a nossa conversa no pátio a uns dias atrás. —A Dul começou a ficar confusa e preferiu se afastar. Não foi Dul? -as duas me encaravam, tive vontade de correr dali não sei porque. 

Dul: Ai gente, não sei explicar. -passo a mão no cabelo o jogando pra trás. —Ele tá provocando uns sentimentos que eu nunca senti, é exquisito. Ao mesmo tempo que eu odeio ele, meu corpo e minha mente reagem ao contrário, não estou entendendo o que está acontecendo e isso já está me enlouquecendo. -confesso.

Mai: Eu acho que você está começando a gostar dele. -arregalo os olhos com o quão direta minha amiga é.

Dul: Esse é o problema. -caminho até o espelho do banheiro e suspiro —Eu não quero isso, ele é um galinha, e ta com a Paola também, não sei como, mas tá. -encaro minha imagem no espelho, estava guardando isso pra mim faz tempo, poder desabafar já melhorava muito. 

Anny: Dul? Porque não dá uma chance pra ele? Não sei, ele parece bem interessado em você. 

Dul: Eu não queria me envolver com ninguém, e vocês sabem. -elas se aproximam mais de mim. —Tenho medo de sofrer, medo de me machucar. -minha voz embarga —Vocês não percebem? Ele olha pra todas as garotas, só quer saber de sair com várias, pegar geral, nada sério. Não quero isso pra mim, se for pra eu ser só mais uma, prefiro distância.

Mai: Talvez ele faz isso, porque quem ele quer não da bola. -nunca pensei nisso, será que ela está certa? 

Anny: Por que você não tenta pelo menos uma amizade, e deixa rolar. -começo a pensar nas possibilidades.

Mai: É amiga, a Anny tem razão, você nunca namorou, acredito que também nunca se apaixonou, deve ser por isso que está tão insegura. Você sabe que a gente sempre vai estar aqui com você. 

Anny: Sempre nos ajudamos e sempre será assim. -tenta me tranquilizar.

Dul: Vocês tem razão, vou tentar começar uma amizade com ele. -foi inevitável não sorrir. 

Anny: Aiiii nem acredito. -dá um pulinho animada. —Abraço coletivooooooo.

Eu e Mai a abraçamos, rindo do jeito da nossa amiga, essa conversa me tirou um peso que eu estava carregando, com medo de me arriscar por um sentimento que desde que eu o vi pela primeira vez já começou a surgir, ele com aquele sorrisinho convencido, aquele jeito de idiota mas que comecei a gostar, e aquele olhar que tem uma força, é tão profundo. Não sei o que ele sente por mim, talvez seja recíproco, ou não, mas mesmo assim começar uma amizade já é um grande passo. 

Saimos do banheiro e fomos para o refetório, assim que chegamos em nossa mesa, meu olhar automaticamente se prendeu a um par de olhos castanhos que logo me retribuiu, pela primeira vez, uma sensação de calor percorreu pelo meu corpo, podia sentir meu rosto quente, provevelmente fiquei corada com uma resposta tão rápida de um olhar que se sustentou tempo o suficiente pra causar essas reações em mim, ele não se movia, aparentava estar tranquilo, achei melhor desviar o olhar, devia estar parecendo uma tonta por estar corada. Estavam os meninos e pela primeira vez o Ucker tinha se sentado com a gente, ele sempre se sentava com aquelas mocréias junto aos outros meninos do time, porque será que ele resolveu sentar com a gente hoje? Essa é uma dúvida que eu não buscaria resposta, com certeza as meninas se encarregariam de saber sobre. 

Anny: O que te deu hoje pra sentar aqui e não com suas amigas?

Mai: Ai Anny! Assim ele vai achar que tá expulsando ele. -a repreende e dá um tapinha nela.

Anny: Amiga eu sou curiosa. -rimos dela. 

Ucker: Eu estou sentado com meu amigos. -ah... tá, agora entendi, com os AMIGOS. —E bom... minhas amigas também. -nossa, por essa considerção toda eu não esperava. 

Anny se faz de surpresa, com um sorrisão no rosto. 

Anny: Ai que gracinha. -ela fala com voz de bebê. —Achei que a gente nunca subiria de nível. -brinca e todos nós rimos. 

Poncho: E a Paola? Não falou nada? -reviro meus olhos ao ouvir esse nome e pego meu suco pra tomar. 

Ucker: Ah deu a louca nela ontem porque deixei ela plantada, mas não me importo com ela mesmo. -dá de ombros e um sorrisinho surgiu no meu rosto, tentei disfarçar. 

Chris: Ainda bem, ela se livrou de uma hein... -poe as mão pro alto, agradecendo por aquilo. 

Ucker: Mas é besta. -ele ri da piada e me encara novamente, mas eu não sutento dessa vez. 

Dul: Eai hoje vocês têm treino? -puxo um assunto, não tinha faldo nada desde que cheguei. 

Poncho: Sim, e hoje vai ser mais pesado, porque da ultima vez perdemos tempo com aquele incidente. 

Ucker: Vocês vão assistir a gente? -pergunta mudando o assunto, acho que ele não aguenta mais falar desse incidente.

Dul: Eu vou, tenho inglês hoje, quando acabar vou pra lá. 

Mai: E eu e Anny temos handball também, depois vamos pra lá ver vocês.

Anny: Aí vamos embora todos juntos novamente, se der a gente passa no point pra comer alguma coisa. 

Chris: Pode ser, mas a gente já comeu porcaria ontem, seria bom a gente comer janta mesmo. 

Dul: Olhaaaaa, você preucupado com alimentação. -me surpreendo com a atitude do meu primo comelão. -Que avanço.

Chris: Claro né, manter a forma. -ele dá um beijo no seu músculo do braço arrancando risos da gente como sempre. 

O sinal toca e caminhamos juntos de volta a sala de aula, Ucker puxou mais conversa comigo durante as aulas e dessa vez eu repondi, não o ignorei, percebi que ele ficou feliz, ficou sorrindo enquanto conversava comigo, o que também me deixou feliz.

Meu Primeiro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora