Capítulo 43

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         Ao finalizar a aula de educação física, os alunos foram se trocar para a última aula do dia, Dul estava terminando de se trocar, só estavam ela, Mai e Anny no vestiário, todas as outas garotas já tinham saído apressadas para a sala de aula. 

Anny: Eai Dul, agora já está gostando mais da aula de educação física? —pergunta enquanto se olha no espelho passando seu gloss.

Dul: Não amiga, eu sou uma negação, já desisti faz tempo —ela dá risada de si mesma.

Maite: Pelo menos conseguiu lançar as bolinhas né, já é um avanço. —brinca. —E o que foi aquilo que vi de longe? O Pablo em cima de você? 

Anny: O QUEEE??? COMO PERDI ISSO? —se aproxima da Dul esperando uma resposta. 

Dul: Foi um acidente gente. Ele só estava me ajudando, mas de repente ele caiu em cima de mim e bom, acho que quem viu pensou besteira né. —Maite assente.

Mai: Ah esse Pablo teve sorte hein, bem nessa hora a professora tinha saído pra pegar mais raquetes. 

Anny: Ficou com vergonha na hora amiga? 

Dul: Sim, mas o pior foi que o U... —se cala ao perceber o que ia dizer. 

Maite: Foi o que Dulce Mariaaa? —para em frente a amiga que estava corada. E agora? O que ela responderia. 

Dul: O pior seria se o Christian visse isso, já pensou? —mente

Mai: Ai nem fala. —pega a bolsa que estava no banco. —Estou pronta meninas, e vocês? —coloca a mochila nas costas. 

Anny: Também, meu cabelo está horrível, mas não tem o que fazer  —se aproxima da porta enquanto faz um coque no cabelo.

Dulce: Bom, vamos lá então —elas ouvem o sinal. —Melhor nos apressarmos. —ela olha para as amigas e elas começam a correr a caminho da sala, Dul sai correndo também dando risada da situação. 

-

          Elas chegaram a tempo na sala, Dul ao se sentar deu uma olhada pro Ucker mas ele estava ocupado demais rabiscando seu caderno, suspirou, ela tinha certeza que ele havia pensado o que não devia ao ver o Pablo encima dela. Ela não ia poder falar com ele agora, já que seuas amigos estavam muito perto, decidiu que depois ia resolver isso, abriu o caderno e começou a copiar a matéria. Do outro lado da sala Pablo a encarava, sentir ela tão perto o deixou mais encantado, a queria só pra ele, não sabia o que fazer, começou a pensar na proposta de Fuzz. Realmente seria uma maneira muito boa e rápida pra acabar com esse romance de Dulce Maria e Christopher Uckermann, ele estava com raiva do Ucker, o que ele tinha demais pra ela querer ficar com um cara desse? Pablo não conseguia parar de pensar nisso, teria que se decidir o mais rápido possível  já que Fuzz estava esperando a resposta. 

            O sinal da última aula toca anunciando o fim de mais um dia letivo, Dulce falou para as amigas não a esperarem que ela iria no banheiro primeiro, o que era mentira, esperou as amigas irem pra procurar o Ucker que não havia saído do corredor ainda, ele estava conversando animado com uns caras do time. Ao sair em direção ao pátio ela o segue. 

Dulce: Ucker espera —o segura pelo braço, ele tinha a expressão séria —Podemos conversar? —ele suspira e assente, a segura pela mão puxando em direção ao lugar deles. 

        Passaram o caminho em silêncio até atravessarem os arbustos e chegarem ao gramado. 

Ucker: Pode começar tô ouvindo —diz seco enquanto põe as mão na cintura.

Dulce: Aquilo que aconteceu na educação física... eh... não foi... —coça a cabeça procurando a maneira certa de explicar. —Foi apenas um acidente tá legal? Eu juro que não foi de propósito. —ele percebeu que ela estava nervosa, então segura a mão dela de maneira terna.

Ucker: Eu entendi Dul, não foi sua culpa. Mas eu não fiquei com raiva só por isso, aquele safado do Pablo estava se aproveitando de você e... —é interrompido.

Dul: Como assim? —arregala os olhos. —Ele só estava me ajudando Christopher. 

Ucker: Você não viu como eu vi tá? Ele ficava alisando seu corpo, segurando sua cintura de uma maneira que... —gesticula com as mãos. —Entendeu agora? —ela nega. —Tava te encoxando, pegando em você de uma maneira que não era só como de ajuda tá, ele quis te ajudar só pra te tocar. Aquele safado ainda teve a coragem de dizer perto do seu primo que você fica muito gostosa com aquele uniforme de educação física. —dispara. —Não é possível que você não perceba isso, sério. Esse cara não quer ser só seu amigo tá, não confio nem um pouco nele, fica esperta. 

Dul: Nossa, eu juro que nem me toquei, tava tão concentrada em conseguir arremessar a bola, que não percebi, me desculpa? —ele abraça ela.

Ucker: Você não tem culpa de nada tá, a culpa é daquele cachorro que não perde uma oportunidade quando o assunto é você. Fiquei com raiva na hora sim, porque também rolou todo aquele estresse lá em casa com minha mãe, qualquer coisinha ia me tirar do sério mesmo. 

Dulce: Que bom que você é tão compreensível —passa os braços envolta do pescoço dele e o encara. —Obrigada por me alertar. —dá um selinho nele. —E sobre a sua mãe?

Ucker: Eu realmente estou sem coragem de me desculpar, mas vou seguir seu conselho, ela não merecia o que eu fiz. —dá um beijo nela. —Acho melhor irmos logo, seus pais vão estranhar você chegar tarde. —ela sorri pra ele e saem de mãos dadas em direção a saída do colégio que já estava vazio. 

          Christopher chegou em casa com um nó na garganta, ficou parado em frente a porta sem coragem de entrar. Lembrou da Dulce falando pra ele falar tudo o que sentia pra mãe, essa ruivinha estava dando um apoio muito grande pra ele, ela nem imaginava o quanto. Já que ele sempre teve conflitos com a mãe e a ausência do pai, sempre enfrentou tudo sozinho, mas agora era diferente, ele tinha ela. Resolveu finalmente girar a maçaneta e entrar, se deparou com a sala vazia, foi na cozinha e nada também, subiu devagar as escadas e viu a porta de seu quarto aberta. 

Ucker: Posso entrar? —diz com muita dificuldade. —sua mãe que estava com um álbum na mão assente. —Mãe, eu... eh... —para na frente dela com as mãos transpirando. —Eu queria muito me desculpar —olha pra ela que tinha o olhar triste. —Me perdoa mãe, você não merecia ouvir aquilo, eu estava nervoso aquele dia e acabei descontando em você —suspira pesadamente —Sei que você sofreu mais que eu com o abandono do meu pai, eu fui um imbecil em te dizer aquilo, tô muito arrependido, além de sentir um ódio de mim mesmo por não ter tido coragem de vir falar com você antes e ter fugido como um covarde —uma lágrima insistiu em cair, mas ele a enxuga rapidamente, enquanto sua mãe olhava pra baixo. —A senhora me perdoa? Você é a pessoa mais importante da minha vida mãe, me desculpa do fundo do meu coração. —segura a mão dela e ela o encara com os olhos cheios de lágrimas. 

Alexandra: Claro que te perdoo meu filho. —se levanta e o puxa para um abraço. —Sei que você não queria ter feito o que fez apesar de ter me doído muito. —ele chora ao ouvir isso e não se solta do abraço. —Mas sabe que eu fiquei muito feliz por você se abrir comigo pela primeira vez em anos? —segura o rosto dele o encarando. —Você se fechou muito com o passar dos anos e por causa da ausência paterna, não sei o que te ajudou a finalmente superar isso. Só sei que eu te amo demais e jamais guardaria rancor de você meu filho. Eu sei que não fui uma mãe tão boa, te deixei sozinho muito tempo pra trabalhar e você saiu prejudicado com isso e ... —é interrompida. 

Ucker: Não mãe não se culpe, o único culpado de prejudicar nossas vidas foi meu pai, você fez e faz tudo o que pode pra me dar uma vida estável, e te agradeço demais por isso. —a abraça e beija o topo de sua cabeça. —Só não se esquece que você é a melhor mãe que eu poderia ter e que eu te amo muito. —eles se abraçam de novo. 

Meu Primeiro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora