Capítulo 56

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        Passei a tarde trancada no quarto, encarando o teto, pensando como seria legal a partida de hoje, todos os meus amigos juntos menos eu, isso me dava nos nervos porque era uma baita injustiça. A cerimônia começaria 18:30 e depois dela o primeiro jogo, ou seja já está prestes a começar. Olhei no meu relógio ao lado da minha cama, marcava exatamente 18:30, meu pai foi trabalhar sozinho hoje e pediu pra minha mãe ficar de olho em mim.

Espera! Minha mãe...

Claro Dulce! Como você é burra... Como não pensei nisso antes?

Pulei da cama e me olhei no espelho, vestia um short jeans e um cropped, soltei meus cabelos, passei um perfume e um gloss. Olhei para os meus pés, não iria de chinelo né, fui até minha sapateira e peguei meu all star branco para vestir. Estava ótima, desci correndo as escadas fazendo até barulho demais.

Dulce: Mãe! MÃE! —entro correndo na cozinha assustando ela. —Mãe porfavor eu te imploro... —sou interrompida.

Blanca: Caramba Dulce! —fala alto. —Quer me matar do coração? —leva a mão ao peito soltando o pano de prato que segurava.

Dulce: Desculpa não queria te assustar —dou risada. —Mãe eu te imploro porfavor deixa eu ir no jogo —me aproximo dela juntando minhas mãos implorando.

Blanca: Tá louca Dulce? Esqueceu o que seu pai disse? —ela cruza os braços.

Dulce: Ele não está em casa mãe, como ele foi sozinho hoje com certeza deve estar cheio de trabalho e não vai voltar cedo.

Blanca: Isso é, inclusive terá duas reuniões hoje a noite. —ela fica em silêncio e depois volta a me olhar. —Você não vai me convencer mocinha. —droga! Ela estava quase caindo no meu papo.

Dulce: Porfavorzinhoooo, eu quero ver meus amigos jogando. O Chris mãe, ele vai jogar, vai me dizer que não fica feliz pelo seu sobrinho? —provoco.

Blanca: Claro que fico né.

Dulce: Então mãezinha, deixa eu irrr, eu quero assistir. Juro que assim que acabar volto pra casa.

Blanca: Dulce... Não posso filha, se seu pai souber não vai gostar e vai se chatear comigo.

Dulce: Ele não vai saber mãe. —ela balança a cabeça negando e eu ajoelho no chão. —MÃEZINHA POR FAVOOOOR, EU IMPLORO. ME AJUDA! DEIXA EU IR. —agarro as pernas dela e ela começa a tentar se soltar.

Blanca: Você está parecendo uma criança! Será que da pra me soltar? —olho pra cima ainda agarrada em suas pernas.

Dulce: Vai deixar eu ir? —ela nega. —MAMÃEEEE PORFAVOR, EU QUERO IR. EU PRECISO, NÃO CUSTA NADA VOCÊ DEIXAR. O PAPAI NÃO VAI SABER. —fiz o maior drama da minha vida.

         Eu nem me reconheci, agi feita uma pirralha, mas não estava nem aí. Insisti muito, o máximo que pude, minha mãe já não estava aguentando mais, a situação ficou até engraçada. Não larguei ela enquanto não mudava de ideia, fiquei seguindo ela por todos os lados pedindo e repetindo o mesmo, acho que ela até ficou estressada e perdeu a paciência. Depois de mais de quarenta e cinco minutos implorando e fazendo birra feito uma criança, ela finalmente cedeu, eu pulei tanto de alegria que nem acreditei.

          Estava sentada no banco do carro enquanto minha mãe dirigia com o maior sorriso do mundo, ela me olhava até assustada as vezes.

Blanca: Meu Deus! Eu não devia estar fazendo isso, se seu pai souber...

Dulce: Relaxa mãe, ele não vai saber, estarei em casa antes dele. —tranquilizei ela.

          Agradeci tanto mentalmente por ter dado certo, que só faltava eu pular de felicidade dentro do carro. Chegando no colégio, vi muitos carros parados, era meio impossível minha mãe passar então falei com ela, agradeci muito e sai correndo do carro.

Meu Primeiro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora