Capítulo 59

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         Depois do almoço Christian chamou eu e o Ucker para irmos andar pelo condomínio, graças a minha tia meu pai não me impediu e então eu fui. Caminhamos bastante, ficamos admirando as belas casas que passávamos em frente e aproveitando a paisagem. Conversamos sobre várias coisas, só paramos porque o Christian quis ir até a parte onde ficam as quadras e o parquinho.

Christian: Estão vendo aquelas gatinhas? —aponta discretamente e eu e o Ucker assentimos. —Vou me juntar a elas no jogo, elas vão ficar tão impressionadas com minhas habilidades, que tenho certeza que alguma delas vai querer ficar comigo. —eu tentei segurar, mas minha risada saiu mesmo assim.

Dulce: Ah claro... Claro... —digo irônica. —Vai lá mostrar seus dons no vôlei pra elas que eu vou lá no balanço. —aponto pro parquinho que tinha do outro lado da rua.

Christian: Tá bom, vai lá criancinha. —mostro a língua pra ele. —E você Ucker? Que tal ir pro ataque comigo? Olha só como são boas. —analisa as garotas que jogavam tranquilamente, elas pareciam ter nossa idade.

Ucker: Não cara, valeu. Pode ficar com as duas. —ele me olha sorrindo. —Já estou com alguém muito melhor. —senti minhas bochechas esquentarem.

Christian: Já que é assim... Faz companhia pra Dulce então beleza? Vou lá —ele se vira e sai andando até a quadra de vôlei.

Dulce: Olha que coisa boa, ficamos só nós dois aqui. —falo num tom baixo e me aproximo devagar dele. —Então quer dizer que você está com alguém muito melhor do que aquelas meninas tão bonitas? —o encaro com os olhos semicerrados e o vejo umedecer os lábios.

Ucker: Sim, inclusive não tem ninguém que é tão linda e gostosa como a pessoa que eu estou agora. —me arrepio ao sentir seu hálito quente enquanto ele falava no meu ouvido. —Sabe... Estou louco pra te beijar desde que te vi chegar na hora do almoço, sua carinha de surpresa ao me ver me deixou na tentação sabia? —ele morde os lábios me olhando de cima a baixo.

Dulce: Ah é? —passo meus braços em volta do pescoço dele e aproximo meus lábios quase encostando nos dele. —Pois saiba que não vai ser tão fácil assim. —me separo dele rapidamente e saio correndo em direção ao parquinho.

        Ucker correu atrás de mim, fiquei dando voltas no escorregador e na casinha de madeira, mas ele era mais rápido que eu. Dei tanta risada ao ficar fugindo dele que chegou uma hora que fiquei sem fôlego e ele me alcançou. Ucker me agarrou pela cintura e me puxou para um beijo profundo, meu coração já estava disparado por toda essa correria, com esse beijo então... Nossa! Senti minhas pernas fracas.

       Depois de vários beijos, o puxei para o balanço pra se sentar ao meu lado. Deitei minha cabeça em seu ombro e fiquei aproveitando o carinho que ele estava fazendo no meu cabelo com a mão que me envolvia.

Dulce: Você ainda não me contou como conseguiu vir aqui com meus tios. Veio de penetra seu safado! —ouço ele rir.

Ucker: Ah verdade. Bom, depois da comemoração do jogo o Christian me chamou pra dormir na casa dele e eu aceitei. Aí hoje cedinho sua tia nos acordou falando que iam sair e me convidou pra vir junto.

Dulce: Ainda bem que você dormiu lá então, porque assim eu pude te ver. —agarro a mão dele fazendo carinho. —E a comemoração? Foi legal?

Ucker: Sim, muito, só faltou você né. —ele beija minha cabeça.

Dulce: E tinha muitas garotas lá? —não aguentei e perguntei isso, eu realmente queria saber.

Ucker: É, sempre tem. —dá de ombros.

Dulce: Nenhuma tentou te atacar? —ele nega. —E a Paola?

Ucker: Dulce, ela já foi. Não significava nada pra mim, foi somente um passatempo, coisa de momento. Ela não chega aos seus pés, acredite. —não vou negar que fiquei muito feliz ao ouvir aquilo. —Aaaah e agora que eu lembrei. Você pegou carona com o Pablo. Eai? —saio do seu abraço para olhá-lo nos olhos.

Dulce: Eai nada, só aceitei porque era caso de vida ou morte, você sabe né?

Ucker: Eu sei Dul, mas eu não confio nesse cara. Ele tentou alguma coisa?

Dulce: Não Ucker! Ele é só meu amigo.

Ucker: Você sabe que não é só isso que ele quer. —reviro os olhos.

Dulce: Tá, mas eu já conversei com ele e ele entendeu que não quero nada. Ele não insiste mais.  —o vejo coçar a cabeça.

Ucker: Tá bom, vamos mudar de assunto.

         Ficamos um tempão conversando,  a tarde foi passando e nem nos demos conta. Era incrível a maneira que o tempo passava tão rápido quando estávamos sozinhos. Nunca faltava assunto, nunca perdia a graça, a cada beijo sempre queria mais. Christopher é simplesmente maravilhoso comigo, me faz tão bem que nem consigo explicar.

         Quando voltamos para a casa já estava escuro, Christian não conseguiu ficar com nenhuma, também perguntou o que ficamos fazendo toda a tarde. Eu disse que apenas conversando da escola, nada demais, o bom é que ele acredita, ou finge muito bem.

          Ao entrarmos na sala não vimos ninguém, logo concluímos que todos estariam na área de churrasco todos juntos outra vez. Fomos até lá e realmente estavam e o churrasco também já estava sendo feito, de novo.

Blanca: Demoraram né? —diz ao nos ver.

Luiza: Espero que tenham se divertido. —eu sorrio pra ela. —Estávamos falando de você Dulce. —arregalo os olhos.

Dulce: O quê? Mas porque? —estranho.

Roberto: Sobre o seu castigo, seu pai nos contou tudo. —fiquei chocada e com vergonha.

       O que meus tios pensariam de mim? Meu Deus que vergonha! Vou até o balcão da churrasqueira e me apoio lá, não estava afim de sentar, já que eu sabia que ia ter que me defender. Ucker e Christian se sentam a mesa como todos.

Dulce: Ah que ótimo! Vão brigar comigo também é? —digo ríspida.

Luiza: Não Dulce, inclusive achei um absurdo seu pai não deixar você dar uma explicação sobre o que aconteceu de verdade. —me senti mais aliviada, mas ja havia um nervosismo percorrendo meu corpo.

Fernando: E continuo mantendo assim! —curto e grosso.

Blanca: Luiza, não adianta, já tentei fazer ele escutar a Dulce e não adiantou.

Luiza: Ah mas hoje isso vai acontecer, não pode continuar desse jeito que vocês estão. —aponta pro meu pai e eu. —Fernando, ou você escuta sua filha, ou vai acontecer uma briga feia aqui. —ameaça meu pai e vejo ele espantado, minha tia não dava mole pra ele e ele sabia bem disso.


Meu Primeiro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora