Breezy Euphoria

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— Acho que tinha alguma coisa na minha bebida. — Pronunciou as palavras rápido sem nem piscar enquanto encarava o chão.

— Porra. — O pensamento de que poderiam maliciosamente drogar alguém para sabe sei lá o que assustava o jogador. — Vem comigo. — Disse o guiando para fora do banheiro e o segurando pelo braço enquanto passavam entre as pessoas do clube. Paulo por sua vez o seguia cegamente até fora do local.

Já na porta com algumas pessoas olhando os dois, Richarlison tentava com que Paulo não se desprendesse da realidade que o cercava, ele segurava seu rosto com as duas mãos enquanto pronunciava algumas palavras que o outro poderia jurar que saiam de sua boca de maneira visível, quase como se pudesse tocar cada palavra mas não entender. O Son saiu do clube observando os dois e chegando mais perto com uma expressão preocupada.

— O que ele tem?!

— Drogaram ele. — Responde o brasileiro suspirando e largando o rosto do outro que parecia ainda mais lento.

— 씨발놈아. — Suspirou fundo colocando suas mãos na cintura. Por algum motivo ele não parecia surpreso.

— O que a gente faz? — Ele estava claramente perdido, nunca nem tinha testemunhado ninguém entorpecido.

— Vamos levar ele para o dormitório.

— Não. Tá maluco?! se alguém da coordenação ver ele nesse estado, ele perde a bolsa.

Enquanto os dois discutiam sobre o que fazer ou onde levar o brasileiro intoxicado. O mesmo voltou a sua atenção as árvores do outro lado da rua que balançavam de um jeito diferente, na sua percepção. Então ele não teve outra escolha senão seguir em direção ao parque atravessando em meio aos carros pedindo desculpas aos que buzinavam em revolta. E quando mais uma buzina soou foi quando o coreano se deu conta que o brasileiro já estava fora de alcance.

— PUTA MERDA! — Ambos correram atrás dele, que por sua vez se assustou e apressou o passo, adentrando numa parte escura do parque e se perdendo da vista dos outros dois.

O jogador de vôlei corria assustado entre as árvores do parque sem rumo e sempre olhando para trás na certeza que o haviam seguido, o seu coração batia em ritmo desordenado e sua respiração era ofegante, ele tinha medo mas não tinha certeza do que.

Foi quando tropeçou em seus próprios pés que ele percebeu que já não estava com medo, ele se virou mirando o céu estrelado e a única sensação que ele sentia agora era calmaria, como o mar que recua depois da tempestade. Ele ria consigo mesmo observando as figuras formadas no céu e o vento que soprava em seu rosto não era tão ríspido como mais cedo, mas talvez fosse só a euforia trazida pelo entorpecente.

— Porra! Se eu voltar sem ele vão me questionar, eu fui a última pessoa que viu ele e eu vou perder minha bolsa. — Resmungava o brasileiro chutando o chão recebendo um olhar de desaprovação do outro.

— É com isso que você tá preocupado? Não com o seu amigo claramente alterado perdido no meio do Hyde Park?!

— Ele não é meu amigo, só meu colega de quarto e é um pé no saco. — Observou o Son cruzar os braços enquanto olhava com certa superioridade moral e então amenizou. — Olha aqui, eu preocupado, senão não estaria procurando por ele essa hora da noite. E eu não posso ser expulso, se eu for expulso daqui minha mãe me mata.

Já faziam quase duas horas que os dois o procuravam em meio a escuridão do Hyde Park mal iluminado, usando as lanternas de seus respectivos celulares como fonte de iluminação procuravam por cada canto quando finalmente Son o avistou deitado ainda admirando o céu, que agora estava nublado e foi em sua direção junto com Richarlison que já xingava, mesmo que com certo alívio por ter encontrado o colega.

Waiting For The Sunrise (2son)Onde histórias criam vida. Descubra agora