Waiting For The Sunrise (2son)

Reflexo Dúbio

Richarlison e Son seguiram para o antigo quarto do brasileiro na casa dos pais dele, em busca de um momento de intimidade e tranquilidade. No entanto, ao chegarem lá, foram surpreendidos pela mãe de Richarlison e o seu irmão, que os aguardava com uma notícia inesperada.

— Charlinho, o seu irmão vai ter que dormir com vocês, tá bom? — O brasileiro assentiu com certa indiferença, já estava acostumado em dividir seu espaço com o irmão, especialmente durante festividades.

— Tá bom, mãe. A gente se ajeita por aqui. — O irmão do brasileiro adentrou o quarto como se fosse o dono dele, se jogando na cama do brasileiro.

Richarlison e Son se entreolharam com uma expressão de surpresa ao ver o irmão de Richarlison invadir o quarto e se jogar na cama do brasileiro sem muitas cerimônias.

— Ei, folgado! Você dorme no colchão. — Richarlison exclamou, apontando para o colchão forrado no chão, tentando parecer brincalhão, mas também um pouco incomodado com a invasão.

O irmão de Richarlison, por outro lado, parecia completamente à vontade, ignorando a reação do irmão mais velho.

— Ué, por que? — O jovem estava confuso com o pedido. Já que, era costumeiro que dividissem a cama, especialmente depois que ele assistia filmes de terror e não tinha coragem o suficiente para dormir sozinho.

— O Sonny vai dormir aqui.

— Mas eu sempre durmo com você.

— É, quando você era pequeno, agora já tá um cavalo velho.

— Qual é? — Richarlison ficou um pouco desconcertado com a resposta do irmão, percebendo que sua explicação não estava convencendo-o. Ele olhou para Son, buscando por ajuda, mas ele apenas riu se arrumando no colchão do chão. — Tá vendo? Ele não liga!

— Sonny, vem pra cima.

— Tá tudo bem, seu irmão quer dormir com você.

Richarlison olhou para Son, surpreso com sua resposta descontraída diante da situação. Ele ficou momentaneamente em silêncio, processando a situação. Por um lado, entendia o desejo de seu irmão em compartilhar a cama, mas também queria ter o seu próprio espaço para dormir abraçado com o namorado, como de costume.

— Ta, seu pestinha. Dorme aqui, mas amanhã eu quero dormir com meu namorado, beleza? — O jovem assentiu se acomodando na cama.

Alguns bons minutos da noite já haviam se passado, era difícil para Richarlison dividir a cama com o irmão, já que com o início da puberdade, o jovem tinha crescido uns bons centímetros, mas não tinha abandonado a mania de dormir chutando.

Ele mantinha seus olhos presos no teto clareado apenas com um fresta da cortina, que não deixava o quarto cair em total escuridão. Os seus pensamentos o deixavam inquieto, lhe impediam de adormecer.

A figura do corpo morto do Paulo vinha vez ou outra perturbar o seu sono. As vezes em forma de pesadelo, vez ou outra em forma de uma imagem vivida, quas como se estivesse bem à sua frente novamente o vigiando com olhos opacos.

Independente de onde estava, ou quão bem estava se sentindo, aquela visão aparecia sem aviso prévio para lhe incomodar. Não era medo, nem pavor, apenas uma sombria agonia que lhe apertava o peito.

— Sonny? Você tá acordado? — Son positivou apenas com um murmúrio, então o brasileiro se sentou na cama. — Vamos lá fora?

— Fazer o que? — Perguntou, curioso com a proposta do brasileiro.

— Não sei, tô precisando tomar um ar. — Ele se levantou da cama e estendeu a mão para o coreano, que o acompanhou até o terraço da casa, onde voltaram a se sentar juntos.