Antes mesmo do amanhecer uma luz estranha iluminava o dormitório dos brasileiros, o mais novo acordou incomodado com a luz que atrapalhava seu breve sono e virou sua atenção ao outro lado do quarto onde o outro brasileiro tateava pelos itens do seu falecido colega como se procurasse por algo. Richarlison olha pela janela do quarto que dividiam vendo a janela embasada pela neblina úmida da madrugada.
— Tá fazendo o que? — A sua voz sai rouca. O outro se assusta como uma criança trelosa pega no meio de uma travessura mas continua calado remexendo nos papéis.
Richarlison solta um suspiro se levantando da cama e se sentando ao chão juntamente com Paulo que parecia nervoso.
— Mano, volta pra cama, vai dormir. — O rapaz repousa sua mão sobre o ombro do outro que instintivamente recua o ombro afastando o colega.
— Não. — Richarlison apanha um dos papéis do chão e começa a ler. Era um extrato bancário com algumas transações circuladas em grafite e com uma caligrafia que ele supunha ser do australiano falecido. — Tem muita coisa que não foi explicada, Richie. — Agora sua voz não era mais firme e grosseira, só notou um tom de voz desesperançoso.
— O que é tudo isso?
— Ainda tô tentando descobrir o que ele sabia, mas eu sei que ele estava sendo ameaçado antes de tudo. — Ele pegou um dos papéis entregando para o outro. Era um bilhete com uma caligrafia de forma como se o autor das ameaças forçasse uma letra diferente da usual.
Cuidado em quem confia.
As palavras em si não era motivo de medo, mas o contexto em que tinha sido encontradas, no armário de um colega falecido em situações misteriosas, isso sim era motivo.
— Você acha que alguém fez isso com ele? — Ele devolve a carta para suas mãos observando mais algumas ao chão.
— Sinceramente, não sei. — Ele respirou fundo repousando sua cabeça na cama e fechando os olhos. — Tem mais coisas que eu preciso achar, não acho que isso seja tudo o que ele descobriu, tá incompleto.
— Ei, por que não vai descansar? Eu te ajudo a encontrar o que precisa.
— Não! — Repreende o outro num tom de voz sério se virando para ele. — Não quero te meter nisso, ninguém pode saber dessa merda.
— Você deveria ter pensado nisso antes arrombar o armário do seu amigo comigo. — Paulo riu de leve soltando o ar pelo nariz e passou a mão pelos seus cabelos penteando para trás, tentando se manter acordado, a sua exaustão era notável. — Vai dormir, mano. Você tá precisando, tá com cara de morto. — Agora ele solta uma risada expressiva e concorda com a cabeça.
Richarlison se levanta, voltando para sua própria cama e Paulo fez o mesmo mas não sem antes compilar os papéis e documentos antes jogados ao chão e guardar na última gaveta do seu criado mudo embaixo de alguns das suas pastas de projetos do seu antigo período da faculdade de arquitetura.
*
O alarme resoava pelo quarto dos dois brasileiros já a alguns minutos quando Richarlison finalmente se despertou e pegou o celular checando as horas. Não seria um dia particularmente cheio, era sábado e não teriam aulas programadas naquele dia mas já tinha planejado previamente ir ao campo treinar sozinho alguns truques que tinha assistido outro dia em seu celular se o clima estivesse propício. Paulo resmungava em sua cama por ter sido acordado cedo num dia que normalmente aproveitaria para dormir até às 11 horas.
— Bom dia, bela entorpecida. — Paulo não era uma pessoa matutina, muito pelo contrário, dormia até tarde todas as vezes que podia e Richarlison sabia disso e já tinha a intenção de irritar o outro o máximo que pudesse para compensar pelo trabalho que o havia dado noite passada.
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Waiting For The Sunrise (2son)
FanfictionRicharlison é um jovem brasileiro que recebe a oportunidade de estudar na universidade de Tottenham, uma das mais prestigiadas universidades da Europa, com uma bolsa pelo time de futebol. Que apesar de se esforçar para entrar no time titular e ganha...