Cloudy Sky

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O brasileiro estranhou não ter recebido mais mensagens do coreano no dia anterior, nem durante a manhã daquele dia, mas não insistiu, ele mesmo odiava que insistissem em lhe mandar mensagens quando ele não estava afim de papo. Não fazia sentido cobrar Son, porque ele mesmo não gostava de ser cobrado. Apesar de descer sua barra de notificações a cada momento, esperando ansiosamente por uma mensagem do outro.

Se arrumava para o treino com mais capricho, na espectativa de ver Son. Mesmo que seus encontros dentro de campo fossem distantes e sem muita conversa, ele estava satisfeito em ver o sorriso do rapaz brilhar mais que o triste sol londrino, mesmo que de longe.

Ele observava o seu entorno, já estava quase na hora das atividades de treino e Son ainda não se fazia presente. Estava a um passo de quebrar o seu silêncio e redigir uma pequena mensagem de texto, só para ter certeza de que estava bem, mas viu o jovem entrar no campo em direção ao vestiário soltou um suspiro em alívio antes de guardar o celular novamente. O jogador tinha entrado no vestiário sozinho por já estar atrasado e com uma expressão séria, o que era incomum para o rapaz que quase sempre tinha um sorriso no rosto enquanto cumprimentava os colegas esbanjando simpatia por onde passava.

Quando o viu sair já depois do início das atividades, não estava diferente de antes, mantinha uma expressão séria no rosto, mas desta vez era acompanhado por Kane e Eric que pareciam tentar animar o amigo.

O brasileiro estava incomodado com a proximidade deles, procurava qualquer brecha para começar uma conversa com Son mas quase não tinha oportunidade com os seus colegas tão perto dele.

Ele o percebia disperso, treinava com lentidão e não conseguia manter sua presença em campo constante, deixando ter sua posse de bola tomada várias vezes pelos seus companheiros de equipe. Se perguntava se ele estava bem e o que tinha acontecido para que ele deixasse sua performance decair daquela maneira.

Com o sol tampado pelas densas nuvens como já era de costume, o vento gelado fazia com que o treino fosse mais longo e cansativo que o normal na percepção de Richarlison. Por mais que se esforçasse, se sentia mais pesado devido ao péssimo clima e com o torneio já bem perto, não conseguia parar de pensar em como melhorar sua resistência ao frio. Estava determinado em ser escalado como titular até o começo daquela temporada, não podia se dar o luxo de fazer corpo mole, independente do clima que fizesse.

A medida que o inverno ficava mais próximo, agradecia mentalmente por não ter que encarar o todo inverno inglês, já que voltaria para casa para férias de inverno. Estava ansioso para ver sua família novamente e torcia para que ao fim da temporada tivesse a medalha do campeonato para exibir com orgulho aos seus familiares.

Percebia a tensão entre os colegas ingleses, especialmente contra Forster que estava com o rosto mais fechado do que o normal e se mantinha longe dos demais ingleses. Kane era quem costumava remediar as relações entre os colegas, justamente por ser o capitão do time, mas agora ele não parecia interessado em interagir com o goleiro, muito pelo contrário, ignorava a sua existência deliberadamente. Richarlison percebendo isso não demorou para se juntar ao Forster, odiava ver alguém ser excluído do grupo.

— Aposto que não segura um pênalti meu. — O inglês que estava se aquecendo para o seu treino usual sorriu para o brasileiro fazendo sinal para que ele se aproximasse.

— 100 euros! — O brasileiro cruzou os braços indignado.

— 100 euros nada, eu aposto no máximo 10!

— Tá com medo de perder, brasileiro? — Foster o provocava com um sorriso convencido no rosto enquanto vestia suas luvas.

— Como eu vou perder o que eu não tenho? — O inglês soltou uma gargalhada com a piada do brasileiro.

Waiting For The Sunrise (2son)Onde histórias criam vida. Descubra agora