Cuffing Season

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Diferente do dia anterior, quando o sol se fez presente pela maior parte da tarde, aquele dia estava especialmente frio, a partida seria às 4 da tarde mas como o jogo seria no campo adversário, os jogadores já deveriam estar reunidos as 9 da manhã para o trajeto de ônibus que todos fariam juntos. Richarlison tinha acordado meia hora antes do horário definido, tendo que correr contra o tempo para não se atrasar, mas ainda assim falhando.

Costumava ficar ansioso sempre antes de uma partida importante, mesmo que fosse ficar ao banco, então passou a noite tentando fechar os olhos. Mal tinha conseguido dormir e se martirizava por isso, tinha passado a noite quase toda no seu celular, sendo repreendido por Paulo diversas vezes.

Do outro lado, Emerson o ligava já irritado. Seus colegas já estavam reunidos e esperavam apenas pelo brasileiro reclamando a todo momento. Quando finalmente foi atendido, com a sua paciência já esgotada e com a equipe inteira reclamando, ele não tentou se utilizar de sua educação com o amigo.

Cadê você, filha da puta? — Os outros jogadores faziam barulho na outra linha, apressando o brasileiro, que já tinha um costume de chegar atrasado.

— Tô no caminho.

Vem logo.

O Son já tá aí?Emerson revirou os olhos com a pergunta do amigo

Já tá todo mundo aqui.

Por já estar perto do ponto de encontro, ele não fez questão de se despedir do amigo e apenas desligou o seu celular abruptamente. Emerson até soltou um xingamento ao ter tido a chamada desligada na sua cara, mas comemorou junto com todos quando viram o rapaz se aproximar.

— Finalmente, brasileiro. — Forster lhe dava uns tapinhas nas costas o direcionando para o ônibus.

E aí? Ele cumprimentou Emerson em português com um aperto de mãos político, levanto um cascudo logo em seguida.

— Não tem alarme no Brasil, Richie? — Ben também o cumprimentou bagunçando os seus cabelos antes dele entrar no ônibus e ouvir todos lá comemorarem ironicamente a sua chegada.

— Da próxima vez vamos sair sem você. - Kane o repreendeu assim que o viu fazendo ele revirar os olhos, nem estava tão atrasado assim, apenas 14 minutos do horário combinado.

— Tinha que ser você, hein, brasileiro. — Romero estava apoiado no apoio de braço do banco de Kane, provavelmente entediado de ter que esperar pelo colega.

Richarlison foi ultrapassado por Romero que andava a sua frente, em direção ao seu próprio assento. Son ficava especialmente quieto antes de qualquer grande jogo, sempre ficava nas últimas fileiras escutando música e ele torcia para que ele estivesse só como de costume. Mas para sua infelicidade assim que encontrou Son, viu também Romero se acomodar ao seu lado, aparentemente a sua cara de incômodo foi notável, pois o argentino franziu as sobrancelhas olhando para ele.

— O que foi? — Ele ainda olhou para o coreano, na esperança que Son pedisse para sentarem juntos, mas ele apenas se virou para janela novamente.

— Nada. — Bufou, também não estava na posição de pedir nada, já tinha chegado atrasado e odiaria dar mais motivos para que reclamassem dele.

Passou pelos dois, se sentando no par de assento um pouco mais atrás no lado contrário, junto de Sarr, o rapaz senegalês era por muitas vezes lido como tímido, assim como Richarlison também era no começo, mas só tinha alguns problemas de conversação e também era bastante inseguro na língua nova. Ele era o mais novo do time, tinha apenas 17 anos e conciliava um supletivo para o ensino médio e o curso superior, fora o time de futebol. O jovem rapaz parecia exausto.

Waiting For The Sunrise (2son)Onde histórias criam vida. Descubra agora