Pov a Ana....
- porque você não vai pra minha casa na noite de ano novo?
Pergunta Kate enquanto coloca o jaleco.
- eu não quero incomodar e tudo que eu não quero é ser motivo de falatório! Sabe o que esse povo da cidade pensa de mim!
- não são todos que pensam assim! O meu pai e a minha mãe te adoram.
- seu pai sim! Mais a sua mãe...
- é! Ela é amiga da vaca.
Eu rio.
- vamos trabalhar?
- sim!.
Enquanto eu preencho meus relatórios no computador eu penso na minha vida! Filha do doce Raymond Steele que me deixou no ano passado depois de um infarto! Meu irmão que deu o fora de casa bem cedo por não suportar a mãe maluca que tem e eu fiz o mesmo no dia que meu pai morreu! Quer dizer ela me colocou pra fora mais foi melhor assim.
- Ana sua madrasta deu entrada aqui....
Fala Lis a enfermeira que me acompanha no plantão.
- o que aconteceu?
- não sei! Seu irmão está aí também! Eles estão com doutor Bartley.
Eu dou uma espiada no consultório.
- ahh Ana! Que bom que é você! Você pode fazer o curativo na Carla pra mim?
Eu gemo
- sim doutor.
Eu entro na sala.
- oi Annie!
- oi J!
Eu falo alegre.
- vem senhora! Eu vou te ajudar.
O braço dela está com um corte horroroso.
- não tem outra pessoa?
Pergunta ela me ignorando.
- Carla por favor! Aqui é um hospital e Ana é a melhor enfermeira do plantão.
Fala o doutor sério.
- vai mãe! Por favor sem essa
Fala José ..
Eu aplico a anestesia sem encarar a megera que é a minha madrasta e começo a costurar os pontos! O cheiro de bebida faz meu estômago revirar.
- tá doendo.
Ela reclama puxando a mão.
- desculpa! Mais vai doer um pouco.
- aguenta firme mãe!
Fala José em pé ao meu lado.
- eu só quero ir pra casa.
Eu acabo meu trabalho e sorrio pro meu irmão enquanto tiro as luvas.
- tudo bem Anie?
- sim! E você?
Pergunto ao jogar as luvas no lixo.
- estou bem! Você tá me devendo uma visita.
- eu sei!
- me leve embora filho! Eu não quero ficar aqui com essa gente.
- mãe...
- tudo bem! Eu te ligo amanhã! Podemos almoçar?
- claro.
Eu saio nervosa da sala, só essa mulher tem o poder de me tirar do sério desse jeito.
Eu recuso mais uma ligação de Kate! De jeito nenhum eu vou pra casa dela! Prefiro passar a noite aqui dormindo do que ser alvo de olhares indiscretos dessa gente que se acha melhor que eu!
Tia Gail está radiante quando me vê!
- aí Ana! Não achei que você fosse vir.
- oi tia! Precisa de ajuda?
Ela me encara..
- sim tá lotado..
- é dia de festa.
- eu sei...
Eu estou correndo de um lado pro outro e evito servir algumas mesas..
- vai descansar filha! Agora eu e seu tio damos conta.
- tá bem!
- porque você não vai pra praia?
Fala tio Lery o marido da minha tia Gail.
- é uma boa...
Eu atravesso a rua e tiro as sandálias para não ficar atolada...eu me sento sozinha em uma pedra um pouco afastada das pessoas e dos casais extremamente felizes...
Eu olho pro céu cheio de estrelas e suspiro fechando os olhos pensando no meu pai!
- aí pai! Que saudades! É o primeiro fim de ano que passo sem você...
Um barulho de passos me faz ficar alerta e eu pulo da pedra.
- calma...
Essa voz! Eu olho pra trás e vejo o vizinho da frente do apartamento.
- você?
Falo irada e ele sorri sem jeito.
- desculpa! Eu não queria te assustar.
Eu dou uma olhada pra ele! Bermudas chinelos e uma camisa polo branca...lindo...
- mais assustou!
Reclamo.
- eu sei!
Eu dou uma olhada em volta.
- tá esperando alguém?
Ele pergunta....
- não eu...só tava dando uma mão a minha tia no restaurante.
Ele olha em torno..
- aquele do outro lado da rua.
Ele olha.
- ahh sim! Eu tentei achar uma mesa mais tava impossível.
Eu rio.
- agora você pode conseguir! As pessoas já comeram..
- eu também...
Ele balança um saco de batatas.
- parece gostoso!
- aceita?
- não obrigada...
Eu olho pra ele e fico puta comigo mesma! Como não percebi o quanto ele é lindo?
- posso ficar com você?
Ele pergunta e eu suspiro.
- claro!
Ele se senta ao meu lado em uma distância respeitosa.
- você está esperando alguém?
- ninguém Anastácia!
Eu sorrio.
- você se lembra do meu nome..
Ele ri
- não dava pra esquecer! Afinal você me ajudou.
Eu rio.
- trocou a fechadura?
Ele ri.
- sim!
Nós ficamos em silêncio por um tempo e eu sinto seu olhar em mim.
- você é novo por aqui...
Falo quebrando o silêncio!
- sim! Eu estou de férias quis dar um tempo do trabalho e da vida louca que eu levava em Seatlle.
- Seatlle?
Ele faz que sim com a cabeça!
- qual é o seu trabalho?
- sou policial.
Ele fala firme e eu concordo olhando o mar.
- e porque veio pra Hailey?
- bom! Eu gosto da Flórida! Do sol e eu queria me desligar de tudo.
- entendi! Veio pro lugar certo então! Nada acontece aqui.
Ele ri.
- e você?
- o que tem eu?
- você é daqui?
- sim! Vivi minha vida toda com o meu pai nessa cidade.
- e a sua mãe?
Eu suspiro..
- eu não a conhece! Ela me abandonou quando eu nasci.
Ele franze a testa.
- te abandonou?
- é! Mais eu não quero falar disso.
- entendo...
Nós ficamos por horas conversando até dar a meia noite.
- posso te dar um abraço de ano novo?
Eu rio.
- pode! Claro.
Ele é forte e tem o corpo perfeito.
- feliz ano novo Anastácia!
- feliz ano novo Cristian...
Eu rio quando duas jovens passam bêbadas por nós e encaram ele.
- você é a novidade da cidade.
Ele bufa.
- percebi.
Já está tarde e meus olhos pesam de sono.
- eu tenho que ir.
Falo me levantando.
- já?
- sim!
- você vai pra casa?
- aham...
- podemos ir juntos?
Eu olho prós lados.
- tá bem! Posso deixar meu carro aqui.
- então vamos...
De onde esse homem saiu? Me pergunto enquanto ele abre a porta do carro pra mim.
- pode vir Anastácia! Eu não mordo.
Eu rio e entro.
- me chama de Ana.
Falo quando ele liga o carro.
- Ana?
- é! Anastácia é muito longo!
- Ana então...
- sim por favor...
Ele sorri e da ré no carro.
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A menina perdida
FanfictionGrace Grey teve uma filha na adolescência arrancada de seus braços pelo seu pai! o senhor Henry Trevelyn! Hoje é uma médica formada e respeitada casada com o rico empresário Cary Grey ele tem três filhos do primeiro casamento! Elliot Cristian e Mia...