6 - Minho

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Nunca gostei dos imunes

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Nunca gostei dos imunes. Em parte porque não sou, outra porque eles não querem ajudar a produzir a cura. Tudo isso poderia acabar, mas eles não colaboram e se acham demais.

Trabalho para o cruel desde que me capturaram. Acabo sendo útil para eles de alguma forma.

- Estica o braço. - Falo pro garoto sentado a minha frente. Era um dos recém capturados, já tinha escapado antes.

- E se eu não quiser? - Ele me encara de volta.

- Olha, você não tem muita opção. - Aponto para os guardas com o olhar.

- Ótimo, me pergunto quanto você ganha pra trabalhar para esses caras. - Finalmente estende o braço que amarro para prender o sangue.

- Nada. - Respondo preparando a agulha.

- Sério? Não ganha nada com isso?

- Eu faço por prazer. - Injeto a agulha no braço do garoto que faz careta e me olha com desprezo.

- Prontinho Minho! Te vejo mais tarde! - Falo com sarcasmo saindo da sala.

No dia seguinte teria outra consulta, dessa vez numa sala mais privada com testes mais complicados e demorados.

- Ótimo, você de novo. - Ele fala.

- Vamos acaba logo com isso logo. - Direciono o garoto para a máquina. - Hoje vamos fazer alguns testes com seu cérebro e tempo de reação. Vai doer, bastante.

Coloco o aparelho na cabeça do garoto, ajustando os fios e as coisas que faltavam. Logo ele estava inconsciente, porém dentro do sonho lúcido e aterrorizante.

Eu assisti pelo monitor todo o percurso do garoto, as memórias, ele fugindo, os monstros que ele enfrentou na primeira fase, tudo.

- Minho? Pode me ouvir? - A pupila dele se mexia incontrolavelmente.

Sem resposta.

- Minho, não é hora de brincadeiras, fala comigo!

- Me deixe em paz horas! - Ele volta a cor de pele normal, se ajeitando na cadeira e tirando o aparelho da cara.

- Que merda garoto! Quase me mata do coração. 

- Era esse o plano.

- Qual o seu problema?

- Você. - Minho me encara. - Já acabamos? Ou quer mexer em mais alguma coisa na minha cabeça?

- Acabamos. Pode ir.

A verdade é que o Cruel escondia muitas coisas, e eu não queria prestar atenção no que acontecia de verdade. Mas eu finalmente percebi o que deveria ser feito.

Esperei anoitecer.

Peguei o cartão de acesso de um dos guardas escondido e procurei o quarto de Minho, iria tirar o garoto de lá a qualquer custo.

Abri a porta do quarto e dei de cara com ele.

- O que tá fazendo aqui? - Ele segurava uma barra de ferro.

- Relaxa, sem testes. - Coloquei as mãos pra cima. - Eu roubei esse cartão de acesso pra te tirar daqui, não temos muito tempo.

- Porque? - Minho baixou a barra de ferro. - Porque mértilas você entra no meu dormitório de noite se fazendo de boazinha?

- Olha eu só quero ajudar. - Abaixo as mãos dando um passo á frente. - Eu vi suas memórias, agora sei pelo que passou, e quero te tirar daqui.

- Qual seu plano?

Depois desse dia eu e Minho resolvemos trabalhar numa fuga, já que na sede tinham mais imunes como ele precisando de ajuda. 2 semanas depois colocamos o plano em prática.

- Você é maluca. - Minho interrompe. - Tem certeza de que quer fazer isso?

- Não, te ajudei a planejar tudo só pra ver você quebrando a cara depois! - Debocho dele colocando as mãos na cintura.

- Sabe que se fizer isso eu te mato né? - Ele se aproxima.

- Aé? E como vai fazer isso?

Nessas semanas juntos eu e Minho nos aproximamos bastante. Nos dávamos bem juntos apesar de não ter confiança e começamos a gostar do tempo juntos.

No dia anterior tínhamos ido buscar suprimentos pra fuga numa dispensa, mas guardas apareceram e ficamos presos lá dentro nos fundos, num lugar apertado dentre as caixas.

- O que é isso? - Sussurrei.

- O que? - Ele respondeu no mesmo tom.

- Tem alguma coisa subindo na minha perna! - Avisei confusa, estava escuro.

- Promete não me bater? - Minho fala com a voz fraca.

- Não. - Respondo e mesmo estando escuro consigo ver seu rosto corando enquanto ele me encarava.

- Meio que é o meu... - O garoto aponta com o olhar. - Eu juro que não controlo isso.

- Eu não tô acreditando nisso! - Coloco a mão na boca pra abafar a risada. - Você gosta de mim Minho?

- Eu não, mas ele lá embaixo parece que sim.

- Promete não me bater? - Foi minha vez de perguntar.

- Não... - Minho me segura pela cintura, forçando meu corpo ainda mais contra o dele.

- Sem barulho. - Jogo meus braços ao redor do seu pescoço o beijando.

Ele aperta minha cintura, fazendo minhas pernas perderem as forças, seus lábios macios encostando no meu. O amigo dele lá embaixo presente, deixando o clima mais quente ainda, ele me apertava como se pudéssemos virar um só.

- Você tá bem? - Vejo Minho agora mais próximo, a mão passando em frente aos meus olhos. Pelo jeito fiquei muito tempo lembrando da noite passada e me esqueci completamente do presente.

- Bem, sim, e você? - Respondo nervosa, me afastando.

- Não.

- O que aconteceu?

- Você, porque você tá me evitando? Foi por causa de ontem? - Ele se aproxima de novo.

- Eu não sei, olha, vamos continuar com nosso plano, pode ser? - Tento passar por ele mas o mesmo me segura. - O que foi?

- Olha, infelizmente eu gosto de você. - Minho fala me olhando nos olhos. - E só digo infelizmente porque você fez muita merda comigo e mesmo assim não consigo te odiar, e isso é o que sei fazer de melhor.

- Minho... - Ele me interrompe com um beijo lento e demorado, que continuo.

Paramos e nos encaramos por alguns segundos, não era preciso dizer nada, gostávamos um do outro. Ele me pega no colo, me sentando na mesa, sem tirar os olhos dos meus.

- Gosto de você.

- Eu também gosto de você Minho.




















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