20 - Minho

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SN estava tomando banho quando alguém bate na porta. Assustada grita:
— Ocupado!

Silêncio.

Ela escuta passos em volta do lugar, botas pesadas. E apesar de todo mundo ali usar ela reconhece de quem são. Porém pergunta mesmo assim:
— Quem é?

— Abra - a voz rouca estremece o lugar. — Está frio aqui fora novata...

Me enrolo na toalha, exitante. Havia reconhecido a voz, mas mesmo assim... Era arriscado de mais deixar o garoto entrar.

— O que você quer Minho?

— O que você acha? - não obtendo resposta continua — Quero conversar.

— Não pode ser depois? - pergunto com a mão na maçaneta improvisada. Não seria muito difícil arrombar essa porta de madeira.

— Não.

Sem ter pra onde fugir abro a porta, somente o suficiente pra observar o rapaz parado em frente.

— O que foi?

Minho tinha o rosto fechado, talvez a corrida no labirinto não tenha sido boa. E quando isso acontece não é bom pra ninguém.

Sua mão aparece no meu campo de visão, abrindo a porta para conseguir passagem e depois fechando a tranca atrás de si.

— Senti saudades - Minho fala me fazendo perder o fôlego. Ele nunca foi uma pessoa de confessar sentimentos.

— Sentiu? - pergunto e em resposta o garoto tomba a cabeça deixando-a cair em meu ombro.

— Está tudo bem? - insisto, esperando que ele fale mais alguma coisa, me explique o que aconteceu e porque está agindo assim comigo.

— Não — Minho responde ainda de cabeça baixa. Parecia que podia desmaiar a qualquer momento.

Me sento num espaço que tem pra colocar as roupas/produtos. O rapaz continua com o rosto afundado no meu corpo.

Sempre fomos próximos, parecidos. Ele gostava de ter seu próprio espaço e eu sabia respeitar isso, sabia quando ele precisava conversar ou ficar em silêncio; nos sintonizando e a amizade acabou fluindo.

Quer dizer, apesar de sentir coisas por ele, nunca disse nada. Principalmente por não saber se ele sentia o mesmo e ter a possibilidade de perdemos a amizade que tínhamos.

— Você me ama? - escuto suas palavras num sussurro e penso se não foram da minha cabeça, mas ao ver o garoto se afastando pra enxergar meu olhar tenho certeza que não foi.

— O que?

— Você - Minho fala pausadamente - Me, ama?

— Minho, eu não sei se você... - sou silenciada por um beijo seu. Calmo, mas profundo. Pelo seu toque desesperado, as duas mãos apertando meu rosto como se eu fosse fugir. Senti que ele morreria se não me beijasse logo; suas palavras confirmam minha teoria.

— Porque Eu te amo, SN. E preciso saber se me ama de volta. - suas palavras saiam desesperadas — Sinto que posso morrer se não ter você só pra mim. Não suporto a ideia de ver você se apaixonando por outro alguém, porque Eu te amo.

Fico sem palavras, o rosto desesperado do garoto se suaviza, ele respira fundo se acalmando. Deita sua cabeça em meu ombro novamente, e dessa vez aceito o gesto acariciando seu cabelo escuro e macio, desmanchando o topete que cai em fios pesados.

Minho é extremamente atraente apesar do suor e aparência cansada. Seus músculos insistindo em marcar na malha da blusa apertada. O suor que adiciona um brilho ao seu rosto; e a de quase todos aqui, entra em contraste com o brilho dos seus olhos, que levemente repuxados sempre roubam minha atenção.

Resolvo falar algo enquanto continuo acariciando seus fios negros, que quase chegam na altura dos ombros:
— Eu não sei o que é amor Minho - sinto o coração dele bater mais forte contra meu corpo, tão próximos, tão quente. — Mas com toda certeza sinto alguma coisa por você.

Consigo sentir seus músculos enrijecerem. Em resposta meu corpo se contrai em expectativa.

— Tá falando sério? - o rapaz pergunta incrédulo — Não precisa falar isso se for pra eu me sentir melhor, ok? - Minho leva suas mãos aos meus ombros, apertando firme, esperando que eu confirme o contrário de suas palavras.

— Eu não minto Minho, não pra você. - respondo olhando firme em seus olhos.

O cabelo do garoto caia de forma sexy em seus olhos, fazendo meu coração errar as batidas.

— Isso é ótimo - ele fala. Outro sentimento surgindo - Muito bom mesmo...

Minho se levanta, tirando a camisa que sai levemente, como se não segurasse suor de uma manhã inteira de corrida. Fico em choque com a cena, nunca tinha visto nenhum dos garotos sem roupas de perto, Alby colocou regras rígidas sobre isso.

— Você está como um pimentão agora novata - o garoto brinca, rindo da minha cara. Tenho certeza de que fiquei mais vermelha ainda com seu comentário.

Ele começa a tirar o cinto, demorando de propósito, como se quisesse que eu fizesse aquilo por ele. Posso sentir a malícia em seu olhar.

— Invadiu meu horário de banho com uma desculpinha que me ama? Você joga sujo. - falo descontraída, direcionando meu olhar ao teto, apesar da tentação á minha frente.

— Não, não. Eu te amo. Tomar banho com você é o bônus.

Quando ele fala aquilo tenho certeza que meus olhos se arregalam. Qualquer tentativa de disfarçar a vermelhidão acaba se esvaindo com minha dignidade junto.

— Banho? Comigo? - pergunto rindo de nervoso — E quem disse que vou tomar banho com você?

Ao não receber resposta volto meu olhar para o garoto que num segundo estava me carregando no colo.

— Eu disse.

Ele me devolve ao chão quando estamos debaixo do chuveiro improvisado. Retira minha toalha e demora o olhar por cada parte do meu corpo.

— Você é absurdamente linda, perfeita. - fala dessa vez olhando nos meus olhos, na minha alma pra ser mais específica. Sinto meu corpo formigar.

— E você é absurdamente gostoso - falo sem pensar, repensando na mesma hora — Quero dizer... Você é...

Minho me cala com um beijo, dessa vez quente. Ele puxa meu corpo contra o seu como se pudéssemos virar um só. Minhas mãos exploram seus fios de cabelo com pressa, puxando, apertando. Tudo isso enquanto nos beijamos desesperadamente; os dois precisavam daquilo.


THE maze runner ImaginesOnde histórias criam vida. Descubra agora