Pequenos cortes se abriam em sua pele exposta a medida que ele esbarrava em plantas e galhos, sem tempo de desviar ou tentar se proteger. Louis sabia que se arrependeria depois, mas tudo o que importava para ele era chegar o mais rápido possível em casa, antes de Simon Cowell.
Ele não deixaria aquele demônio foder com tudo outra vez.
Os braços de Harry apertavam sua cintura firme, talvez buscando segurança, talvez com medo de cair, mas ainda eram um lembrete de que ele estava ali.
As últimas horas haviam passado como um borrão para Louis. Se lembrava vagamente de ter arrastado Harry com ele até o cavalo mais próximo, de terem montado e partido para a montanha. Nem mesmo voltou para desfazer o acampamento ou buscar o outro cavalo, sabia que os espíritos da floresta cuidariam dele.
Não sabia há quanto tempo estava cavalgando, sem comer ou parar para descansar. Sua mente estava nublada, dividida entre planos de guerra e orações para que a deusa os deixasse chegar antes de Cowell. Rezava também para que o pobre cavalo aguentasse a viagem de dias em algumas horas.
Ele estava com medo, mas principalmente com raiva. Com raiva de Desmond, de Cowell, dos feéricos e dos humanos e de suas diferenças estúpidas. Estava com raiva de seu passado e de seu destino, com raiva de deuses e homens.
Como aquele filho da puta tinha a ousadia de tentar aparecer em sua casa justamente quando ele não estava lá para protegê-la?
Depois se desculparia com Harry e mimaria o cavalo, mas naquele momento seu sangue estava fervendo por vingança.
Ele acabaria logo com aquilo, ou morreria tentando.
.....
Já era quase manhã quando Louis percebeu que eles estavam perto de casa. Haviam cavalgado o dia e a noite toda, sem pausas para comer, dormir ou mesmo urinar. Também não haviam conversado, mas não haviam necessidades de palavras.
Harry nunca havia se lembrado de uma visão depois de "acordar". Uma coisa era saber que as tinha, como alguém que sabe que ronca ou fala enquanto dorme, outra coisa era experienciar uma visão e se lembrar claramente dela. Era algo extracorpóreo e assustador o suficiente para deixar o feérico pensativo durante a maior parte da viagem.
Estava tão imerso dentro de sua própria cabeça que nem percebeu que se aproximavam da grande parede de pedras e de uma confusão em ascensão. Louis, que mesmo sem a dose de adrenalina anterior ainda se mantinha atento, puxou as rédeas do cavalo e parou antes que fossem percebidos.
Mark, Liam e Zayn estavam entre Simon Cowell e seus soldados e a passagem para a cidade invisível. Os três estavam armados, mas com armaduras incompletas, como se tivessem sido pegos de surpresa. Alguns de seus próprios guardas estavam lá, mas não eram páreo para a quantidade de homens e demônios que Cowell tinha ao seu lado.
Louis ficou em silêncio, tentando ouvir o que se passava antes de intervir. Harry olhava por cima do ombro do humano, o cérebro trabalhando a mil com as possibilidades.
Ele não sabia lutar, não tinha pulmões para correr, não poderia atrapalhar Louis e não conseguiria se esconder em silêncio por muito tempo. Ele seria o primeiro a morrer.
"Onde ele está?" Simon rosnou. Ele parecia irritado.
"Não tem nada para você aqui, Cowell" Mark respondeu "Dê meia volta e se enfie naquele castelo empoeirado enquanto pode"
"Você se acha muito esperto, não é, Tomlinson? Eu devia ter enfiado uma espada em seu peito quando tive a chance"
"O que está te impedindo?" Mark deu um passo a frente, com sua espada baixa e peito estufado. Cowell estava montado e protegido por armadura. "Acha mesmo que vai vir até minha casa exigindo a cabeça de uma das minhas crianças e que vai sair ileso?"
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Midnight Prince || L.S.
FanfictionEm um mundo onde foi ordenada a extinção de todos os não-feéricos, Louis Tomlinson é um jovem humano em busca de vingança e liberdade de seu povo, os autoproclamados "renegados". Quando sua grande missão falha, Louis se vê forçado a escolher entre n...