Verdade.

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*Luiza*

Fico pensando em tudo aquilo que a Valentina me disse, é claro que eu a amava, amava tanto que chegava a doer, mas não consigo aceitar o que ela fez comigo, não consigo aceitar ela ter dormido com outra.

Penso se talvez ela estivesse falando a verdade, mas não fazia sentido, nada daquilo fazia, só o fato dela ter escolhido me trair.

Enfim, a segunda feira chega, sinto um aperto no peito, era mito difícil deixar o Rio de Janeiro assim, é um lugar onde eu conquistei muitas coisas, mas estou pronta pra começar uma nova vida.

O João me leva até o aeroporto e fica comigo até a hora do meu embarque, claro que foi uma despedida muito dolorosa, nunca ficamos separados assim.

Escuto o chamado para o vôo e me encaminho até o portão de embarque.

- Eu te amo, nunca se esqueça disso, vai dar tudo certo. - ele diz.

- Eu te amo muito, se cuida, não vai dar festa no apartamento todos os dias. - digo pra ele.

Ele ri e nos abraçamos.

Quando estou passando pelo portão de embarque, escuto uma voz gritando meu nome...

- Luiza, espera. - a Carolina diz.

Não acredito que aquela vagabunda estava ali, tento ignorar, mas sou impedida por ela.

- Eu preciso falar com você, é muito importante. - ela diz segurando meu braço.

- Na encosta em mim e eu não tenho nada pra falar com você. - digo.

- Depois do que eu te disser, você vai ter sim, por favor, só me escuta. - ela insiste.

A segunda chamada para o embarque já havia tocado, eu não poderia perder o vôo.

- Lu, escuta o que ela tem a dizer, - o João pede.

- Por favor, eu não aguento mais saber que ajudei a fazer mal a duas pessoas que se amam, deixa eu te contar tudo. - ela pede.

O que ela estava dizendo com aquilo? Onde ela queria chegar? a terceira chamada para o vôo toca e eu me afasto.

- Não temos o que conversar, eu vou perder o vôo se ficar aqui. - digo.

- Depois do que você escutar, eu tenho certeza que essa viagem será a coisa menos importante aqui. - ela diz.

Começo a ficar interessada na conversa, afinal, o que essa mulher queria comigo?
Não tínhamos nada o que falar, e como ela sabia que eu estaria aqui no aeroporto? muitas perguntas correm na minha mente, decido ouvir o que ela tem a dizer.

Ouço o último toque do anúncio do meu vôo e vejo que o embarque acaba de encerrar, eu não conseguiria mais embarcar, então nos encaminhamos pra uma cafeteria que tinha no aeroporto, o João vem comigo, é claro que eu não ficaria perto dessa mulher sozinha, até porque a vontade que eu tinha era voar no pescoço dela e a chance de eu fazer isso era grande.

- Bom, não sei muito como começar a te dizer as coisas que vou falar agora. - ela diz.

- Começa do início. - o João diz e eu permaneço calada.

- Bom, talvez você esteja achando estranho eu estar aqui. - ela diz.

- Tudo é muito estranho. - digo.

- Eu quero começar dizendo que a Valentina não fez nada, ela é tão vítima nisso quanto você. - ela diz.

- Não é possível! A Valentina te pediu pra vir aqui me falar isso pra me impedir de viajar? que idiota. - digo já me levantando.

Que sorte a nossa.Onde histórias criam vida. Descubra agora