Que sorte a nossa.

Desculpas?

- Nem pense em se aproximar de mim. - digo abrindo a porta do carro.

- Luiza, eu só quero te dizer umas coisas e é até bom que o João esteja aqui também. - ela diz.

- O que você vai dizer? que é a nova chefe daqui também e que estamos demitidos? - Ele pergunta.

- Provavelmente deve ser isso, você sempre consegue um jeito de me afetar não é? - Digo olhando pra ela.

- Não é nada disso, será que vocês podem me deixar falar? - Ela pergunta.

- Não! Você não vai falar nada, se afasta da gente Cecília, eu imploro. - peço.

- Luiza, é importante. - ela diz.

Penso que talvez seja melhor ouvir o que ela tem a dizer, o João estava ali e de qualquer forma se ela aprontasse algo, ele seria testemunha.

- Você tem dois minutos pra falar e sumir da minha frente. - digo.

- Podemos ir até a cafeteria? não queria conversar aqui em pé em um estacionamento. - ela diz.

O estacionamento estava vazio, e talvez fosse melhor ficar em segurança dentro do hospital, nunca se sabe o que pode partir dela. Olho pro João e ele concorda.

Seguimos para a cafeteria do hospital, ela pede um café e nos oferece, eu recuso.

- Isso não é uma conversa entre amigos, diz logo o que você quer e saiba que se isso for mais um dos seus planos para me fazer mal, dessa vez não vai dar certo. - Digo.

- Não é nada disso luiza. - Ela diz e não respondo nada.

- Bom, eu sei que desde o momento em que nos reencontramos, você me culpa por tudo de ruim que te acontece, e eu confesso que, nunca tive a intenção de te magoar, eu só... - ela começa a dizer, mas eu logo a interrompi.

- Esse é mais um daqueles seus papos né? Perdi meu tempo mesmo. - digo e me levanto.

- Senta, por favor. - Ela pede. Olho para o João e entendo que ele quer que eu me sente novamente. Ela volta a falar.

- Como eu dizia, eu nunca quis que você me entendesse errado. Sei que tive atitudes que não foram boas, eu estava confusa vendo você tão perto de mim e com outra pessoa, fazendo o que eu deveria ter feito, que era te deixar feliz. Sabe Luiza, eu me arrependo muito das coisas que eu disse pra você, pra Valentina e até mesmo pro João, eu nunca quis prejudicar ninguém. Quando meu advogado me ligou dizendo que vocês haviam aberto um processo contra mim, me acusando de coisas que eu jamais faria com você, nem com ninguém, eu entrei em desespero, mas ele me aconselhou a esperar e não fazer nada. Tudo o que a Carolina te disse é mentira, você só ouviu a versão dela e acreditou, me denunciou por algo que eu não entendi até hoje. Sei que quando nos encontramos eu deixei parecer que eu tinha alguma coisa haver com isso, mas eu estava blefando pois achei que isso não daria em nada. - ela diz e chora.

- Espera, então você está me dizendo que a Carolina inventou tudo isso e que você não é responsável por nada daquilo? - pergunto soltando um sorriso irônico.

- Ela sabia que eu ainda era apaixonada por você, na verdade ela me ouvia em tudo, ela era a pessoa que estava comigo, quando a saudade de você aparecia e me desabava.

Quando ela disse que estava apaixonada por mim, eu fiquei sem reação, por um momento de fraqueza, acabei me deixando levar e nos beijamos, ela confundiu ainda mais as coisas e achou que eu dei esperanças pra ela, por um lado, sei que errei por ter alimentado isso, mas eu sempre deixei claro pra ela que nunca haveria nada entre nós. - ela diz.

- O que isso tem haver? eu não me importo com quem você se envolve. - digo.

- Eu só estou te explicando pra que você entenda que, ela inventou isso pra se vingar de mim. Eu sempre ajudei com o tratamento do pai dela, sem esperar por nada em troca. - ela diz.