Recomeço.

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*Valentina*

- Eu estou, podemos conversar Lu? - pergunto.

- Claro que sim. - ela responde sorrindo.

- E então? você vai me deixar entrar ou vamos conversar aqui na porta mesmo? - pergunto.

- Meu Deus, me desculpa, entra por favor. - ela diz pegando a mala pequena que eu carregava.

- Obrigada. - respondo sorrindo.

- Como você achou o endereço da minha mãe? como você veio parar aqui aliás? - ela pergunta.

- Eu tive ajuda, ficou fácil. - digo.

- Agora entendo porque minha mãe saiu daqui apressada. - ela diz.

- Ela me buscou no aeroporto. - digo.

- Você quer uma água? está com fome? minha mãe fez um bolo de manhã que está uma delícia, você deve estar cansada né? - ela pergunta.

- Eu estou um pouquinho, você me deixa tomar um banho antes da gente conversar? - pergunto.

- Claro, vamos lá que eu te mostro, coloca a sua bolsa no meu quarto. - ela diz.

Vamos até o quarto, e era exatamente do jeitinho dela, fico impressionada com tudo que tem lá.

- Seu quarto é lindo demais. - digo.

- Minha mãe deixou exatamente do mesmo jeito que ele ficou quando eu me mudei pro Rio, ela não mudou nada. - ela diz.

Vou até a prateleiras de livros, fico admirado com cada livro interessante que ela tinha, com certeza eu ia ter que levar alguns pra mim.

As fotos dela mais nova são a coisa mais linda, não sei por quanto tempo fico ali admirando tudo aquilo.

- Então, ali fica o banheiro, você que ir agora? - ela pergunta.

- Sim. - digo e sorrio pra ela.

Vou pro banheiro e tomo banho, eu tinha tanta coisa pra dizer, queria ouvi-lá também, sei que teríamos uma conversa longa.

Saio do banheiro e a procuro, vejo ela sentada na sofá, provavelmente me esperando.

- Vem cá, senta aqui. - ela diz apontando pro sofá e me sento ao seu lado.

- Não sei por onde começar a te dizer as coisas que preciso. - digo.

- Tudo bem, não tem problema, quando você achar que está pronta, a gente conversa. - ela diz pegando em minhas mãos e as acaricia.

- Chega de tempo Lu, vamos ter a conversa que a gente deveria ter dito no primeiro momento. - digo.

- Eu estou esperando muito por isso. - ela diz.

- Me deixa te dizer, antes que as palavras me fujam. - digo sorrindo.

- Estou ouvindo, pode falar. - ela responde.

Me viro pra ficarmos de frente uma pra outra, ela fica olhando para nossas mãos que ainda estão juntas, sorri e depois olha pra mim, esperando que eu fale.

- Você deve estar achando estranho que eu esteja aqui, mas eu precisava vir. Sei que tenho te tratado de uma forma ruim, acho que é o jeito que eu consegui demonstrar minha dor. Eu não queria ter ouvido as coisas que ouvi de você, pra mim foi doloroso demais, porque mesmo depois de ter acordado naquele dia, depois de ter sido dopada e não ter me lembrado de nada, eu sabia que não tinha te traído, eu sentia isso... E quando ela me disse que você tinha aparecido lá, eu entrei em desespero, queria te explicar tudo, mas aí você não acreditou em mim, nem mesmo me deixou falar, quando eu parei pra pensar em tudo, eu cheguei a conclusão que não dava pra viver em um relacionamento onde a pessoa que eu amo não confia em mim. - continuo dizendo, mas ela me interrompe.

Que sorte a nossa.Onde histórias criam vida. Descubra agora