Que sorte a nossa.

Certeza.

O que aconteceu amor? - a Luiza me pergunta preocupada.

- Eu também não sei, mas pelo jeito vou precisar voltar pro Rio. Você vem comigo? - pergunto pra ela.

- Claro! - ela responde.

Eu sabia que pra minha mãe falar assim, só poderia ser algo relacionado a empresa, ela muda completamente quando tem algo errado.

Ligo pra Helô, ela não atende, depois de uns minutos ela me retorna.

- O que aconteceu? - pergunto quando atendo.

- Eu não sei, quando cheguei na empresa hoje, ela já estava tensa. - a Helô responde.

- Vou pegar o vôo mais tarde. - digo.

- Fica tranquila, vou entender melhor o que houve. - ela diz.

Nos falamos por mais alguns minutos e desligo a chamada. Chegamos na casa da minha sogra, e ela não está, então, vamos direto para o quarto e começo a arrumar minhas coisas.

Olho pra Luiza, ela está arrumando as coisas dela também, mas permanece calada, vou pra perto dela e pego em sua mão.

- Desculpa por isso, se eu pudesse eu juro que ficaríamos aqui, mas infelizmente eu não posso. - digo.

- Não tem problema meu amor, não estou chateada, meu dia aqui com você foram perfeitos, por isso, vou entender se você estiver com algum problema e estou aqui pra te ajudar. - ela responde.

- Obrigada meu amor! - digo sorrindo.

Termino de arrumar minhas coisas que não eram muitas, apenas algumas peças de roupas. A mãe da Luiza chega em casa, bate na porta do quarto e a luiza vai abrir.

- O que houve? Vocês vão embora? - ela pergunta confusa.

Explicamos toda a situação pra minha sogra que acabou ficando triste por termos que ir embora, mas entendeu. Almoçamos juntas e depois ela nos leva até o aeroporto.

- Obrigada por vir comigo amor, sei que você queria passar um tempo mais com sua mãe. - digo.

- Minha mãe entende, não vou te deixar sozinha sabendo que não está tudo bem. - ela diz.

- Minha mãe provavelmente vai me cobrar alguma coisa sobre a empresa. - digo.

- Eu acho que você não aguenta mais, sabia? dá pra ver que não é isso que você quer. - ela diz.

- No tempo da faculdade, eu quis desistir do curso, mas minha mãe praticamente me obrigou a continuar, e logo quando terminei, ela me fez administrar a empresa e colocou a Helô pra me ajudar, acabou que estou lá até hoje. - digo.

- Amor, você não precisa continuar em algo que não queira, você devia seguir o seu sonho. - ela diz.

- É complicado, eu não sei se aguentaria viver em guerra com minha mãe, eu só aceitei o que ela queria pra ficarmos bem. - digo.

- Isso não está certo, você é tão inteligente, independente, não precisa ficar presa a uma coisa que você não quer. - ela diz.

A Luiza estava certa! Talvez eu nunca tenha relatado, mas na época em que eu fazia faculdade, era claro que não era isso que eu queria, eu sempre fui apaixonada pela fotografia, sonhava em ter e abrir meu próprio estúdio, mas nunca tive apoio da minha mãe,

Diferente do meu pai, ele sempre me deu forças para buscar o que eu desejava, mas nunca tive coragem de enfrentar minha mãe, até agora...

Eu não aguentava mais na verdade, claro que a empresa me fez crescer muito e abriu minha visão para coisas que eu nem sabia, mas definitivamente, esse não era o que eu desejava seguir, eu queria me sentir feliz, e pra isso eu sei que teria que abrir mão de coisas que não estavam mais me preenchendo.