Prólogo!

601 116 25
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.



Eles não iriam me dominar e me fazer chorar, eu não iria ceder. As lágrimas estavam presas em meus olhos e um nó angustiante preso na minha garganta, porém, eu não derramaria uma gota sequer. Não darei esse poder a esses miseráveis.

A dor parecia queimar todos meus órgãos, minhas costas ardiam.

— Fala, filho de uma puta!

Nenhuma palavra saiu dos meus lábios e um soco atingiu meu rosto. Amanhã estarei com um enorme hematoma, mas as freiras não iriam nem perguntar quem me machucou. Elas não se importam, sou o filho do pecado, do demônio.

Para elas, sou a personificação do mal, de tudo o que não presta, eu não me importo, assim que sair daqui, vou acabar com cada um deles. Desgraçados, vou mostrar o que sou capaz de fazer. Pensei, fechando minhas pequenas mãos em punho, possuído pela raiva.

— Você não é o filho do diabo, não é? Diz, seu camundongo.

Todos começam a rir e outro soco é desferido em minha barriga, sinto que, a qualquer momento, vou perder os sentidos, esses moleques pensam que podem me dobrar, para quem já viu a morte e a fome de perto, tudo que eles fizerem, comigo farei em dobro com eles.

Vou matar cada um, irei envenenar a comida de todos, principalmente daquelas freiras vagabundas.

— Eu vou matar vocês!

Alguns se afastam com medo e olhos arregalados com o poder das minhas palavras, mas seu líder é tolo, e acha que violência comigo funciona. São cinco meninos, os outros assistem a tudo do canto do dormitório, sem coragem de ajudar.

São uns malditos covardes, minhas pernas estão presas e meus braços, amarrados – sorte deles –, mas, assim que me soltar, vou acabar com esses infelizes.

— Miseráveis, estão todos mortos! — cuspo as palavras e os encaro com os olhos semicerrados queimando em fúria.

Puxo meu braço amarrado na cama e a pequena vela que está na bancada cai na cama ao lado, as crianças gritam e tudo vira um pandemônio dentro do quarto que abriga 15 meninos, na idade de 10 até 14 anos. Os gritos ficam histéricos e eles passam a correr de um lado para o outro, tentando apagar o fogo, que já toma conta do lençol.

— Me solta! — grito.

Samuel, o chefe do pedaço, se aproxima de mim e cospe no meu rosto, jogando outra vela na cama do outro lado. Os meninos gemem e gritam, saindo do quarto para pedir ajuda. A fumaça passa a se alastrar, pois os colchões são de péssima qualidade, o que facilita a chegada do fogo até as madeiras das camas. Sinto meus pulmões arderem, os gritos são cada vez mais ensurdecedores e ninguém aparece para me salvar, ninguém entra no quarto, a tosse domina meus lábios. Meus olhos ardem, vejo a viga caindo, consumida pelas chamas, cairia sobre a minha cabeça, mas me viro, e ela queima as cordas, que estavam prendendo minhas mãos. E minhas costas, sinto o calor e a dor das queimaduras causadas pelas mesmas vigas, mas não vou desmaiar, não vou morrer queimado, só irei padecer depois que matar todos que me deixaram aqui – que me puseram nesta situação.

Começo a rastejar, a dor queima nos pulmões, a tosse queimando de dentro para fora, consigo ver a porta, e forço o corpo a se levantar e desviar do fogo alastrado.

Com toda raiva que dominar minha alma, consigo chegar até a porta do orfanato, muitas pessoas estão por ali, correndo e gritando.

— Olha lá, é o Perseu! — grita uma voz infantil chocada. — Ele sobreviveu ao fogo!

— Perseu! — outras pessoas dizem.

Ando mais um passo, indo para frente, atravessando as labaredas, sujo e dominado pela raiva de mãos em punho, não suporto mais o meu peso e caio de joelho.

— Perseu, o filho do demônio que dominou o fogo! — declara uma freira, que se ajoelha ao meu lado — Como conseguiu?

Meus olhos a encaram com ira, e ela se encolhe com o peso do meu olhar.

— Filho do fogo! — diz, fazendo o sinal da cruz.

— Eu vou matar todos eles! — digo, antes de desmaiar. 



ESTAVA COM SAUDADES DE BATER PAPO POR AQUI, BEM VINDAS AS NOVATAS, EU GOSTO DE RESPONDER TODOS OS COMENTÁRIOS, NÃO SE ASSUSTEM! 

E OBRIGADA ANTIGAS LEITORAS, BOM REENCONTRAR VOCÊS, NÃO ESQUECEM DE CLICAR NA ESTRELA E DEIXAR COMENTÁRIOS, VAMOS BOMBAR PERSEU. 

E AGUARDEM QUE VEM FORTES EEMOÇÕES NO PRÓXIMO CAPÍTULO SEXTA! 

BEIJOKAS 


PERSEU: FILHO DO FOGOOnde histórias criam vida. Descubra agora