Capítulo 20

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PERSEUOs cabelos dela estão espalhados em meu lençol de seda azul-marinho depois de levá-la para lá para uma segunda rodada em minha cama

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PERSEU

Os cabelos dela estão espalhados em meu lençol de seda azul-marinho depois de levá-la para lá para uma segunda rodada em minha cama. Seus olhos fechados e serenos deixavam meu coração disparado, essa mulher me causa sentimentos bem estranhos. Nunca desejei nada ou quis alguém, sempre foi tudo casual e sem emoção, parecia que até ela entrar na minha vida nada tinha cor. Cada vez que Zoe beija minha boca, sorri de algo, ou fica perto de mim, é como se a vida pulsasse dentro do meu peito.
Isso é tão amedrontador e, ao mesmo tempo, reconfortante!
Não sei o que vou fazer com todo esse sentimento que abriga meu peito, mas de uma coisa tenho certeza, vou proteger a Zoe, mesmo que precise morrer para isso.
Ela não merece sofrer mais nada nesta vida maldita.
Pego meu celular sem rastreio e vou para o escritório, faço a ligação para a única pessoa que sei que pode me ajudar.
— Porra, você dorme neste caralho de vida? — Xandy resmunga do outro lado, de mau humor.
— Não trepou hoje?
— Estava quase marcando um gol até você atrapalhar a droga da minha vida.
— Não vou pedir desculpas por isso — respondo, pondo a mão na cintura, olhando para a parede à minha frente.
— Sua personalidade é cativante — desdenha —, o que você quer?
— O padre partiu hoje.
— Eu soube, filho da puta, você embolsou uma nota preta, o inferno deve estar em festa agora — resmunga, e o barulho de uma porta abrindo demonstra que ele mudou de local para falar mais à vontade. — Mas o que aconteceu para me ligar?
— Antes de morrer, ele disse que tem alguém de dentro querendo minha cabeça. — O silêncio do outro lado da linha me diz que o Xandy está analisando a situação ou sabe de algo. — Fala!
— Porra, Perseu, há dois dias foi pedido para você ser contido, mas alguém suspendeu o aviso, e só posso dizer que não faço ideia do que rola nos bastidores.
— Droga, e você não pensou em me avisar? Que caralho de amigo é você?
Isso é complicado e muito grave, queria dizer que a roda pode girar e mudar a qualquer momento.
— Agora sou seu amigo? Antes eu era um cuzão! — reclama. — Estou movendo umas peças e acho que chegou a hora de você me ajudar.
— Do que você está falando?
— Burocracia, coisa que você odeia — diz com voz baixa. — Daqui a dois dias, me encontre no endereço que vou enviar, e creio que possamos resolver sua situação e melhorar a minha.
— Odeio essa coisa de enigmas, seja direto!
— Vamos armar uma ratoeira e pegar uns ratos!
E desliga na minha cara, olho o aparelho e ponho na gaveta. Tinha algo grande rolando e, se não me engano, envolvia briga de poder dentro da agência, e Xandy queria algo, e com isso eu poderia conseguir a informação que busco e ainda ter proteção para a Zoe.
É um jogo e preciso ser o mais esperto para dar a cartada final!
Volto para o quarto, e Zoe está sentada na cama, olhando para o nada, pensativa, seus olhos me encontram e uma tristeza habitam neles, e fico chateado por isso. Hoje fiquei tão puto de ciúmes e ainda estou fervendo de raiva por conta daquela droga de beijo que ela trocou com o babaca do Maurício, acho que vou mandá-lo para o inferno junto com o pai.
— Onde estava? — pergunta, olhando as mãos. — Tive um sonho ruim.
Dou passadas largas, me sento ao seu lado na cama, toco sua mão e trago, com a outra, o seu rosto para frente do meu.
— Nada de ruim vai acontecer com você, prometo!
— E você vai se cuidar?
O temor dela é por mim, por esse cara fodido e inconsequente, esse filho do diabo, aquele que nunca soube o que era o amor.
Quero tanto beijá-la por todo esse tempo que ela suportou minhas merdas, por ter cuidado de mim sem reclamar, por se fazer presente, mesmo quando não fiz questão ou mantive distância.
Queria que a Zoe sorrisse.
— Vou ficar bem — digo e levo sua mão até meus lábios.
— Promete?
— Prometo!
Nem que voltasse quase à beira da morte, mas voltaria para ela ainda vivo.
— Quando vamos partir?
— Na madrugada, não vamos deixar pistas.
Ela assente e se levanta, soltando minha mão, mas volto a segurar e a encaro, pedindo em silêncio que ela ficasse comigo. Ela confiava tanto em mim que não pergunta para onde vamos ou fica insegura em saber que será ela e eu por alguns dias.
— Vou arrumar minhas coisas e dormir um pouco — diz.
— Para onde vamos, você não vai precisar levar muita coisa e minha cama é enorme, cabe nós dois para descansar.
— Perseu...
— Venha, vamos dormir?
Ela abre um pequeno sorriso e volta a se sentar na cama.
— Você é muito mandão! — brinca, falando baixo.
— Eu sei.
Levanto o lençol, e ela volta a se deitar e eu me deito em seguida, a trazendo para perto de mim, o cheiro do seu xampu domina minhas narinas, suspiro, beijando sua cabeça com carinho.
— Você me deixa confusa!
— Também estou confuso, e não sei o que está acontecendo, mas não quero que acabe.
Ela fica calada, de olhos fechados, e depois ouço baixo sua voz.
— Eu gosto de você.
Uma mão aperta meu coração, o esmagando.
— Não precisa dizer nada, sei que não sente o mesmo, mas, se algo acontecer, quero que saiba que alguém gosta e te admira.
— Zoe, eu não tenho nada para dar.
— Tudo bem.
Seus olhos voltam a fechar, e eu a aperto com mais força em meu peito. Zoe é preciosa e cada vez mais ela quebra a redoma que fiz ao redor dos meus sentimentos. Será que um dia vou saber se o que sinto é amor?
— Você merece muito mais — digo
— Eu sei! — ela responde, e eu acabo sorrindo de sua convicção. — Porém, no momento, você serve.
Caralho, que atrevida!

***********


Já está quase amanhecendo e não consegui dormir ainda, Zoe praticamente apagou ao meu lado, queria ter essa facilidade para dormir. As estratégias rodam a minha mente, preciso pensar com calma e traçar planos para quando a tempestade chegasse. Ele não ia me querer vivo, já que sabe que desejo sua cabeça, o pior que seu rosto é uma incógnita para mim.
Desde aquele dia, na floresta, não consigo me lembrar do rosto dele, me lembrei de todos que depois cacei e matei, mas o dele parece que foi apagado de minha mente, não sei se é porque foi ele que consumou o ato com minha mãe. Foi o maldito que quebrou o pescoço dela depois que usou seu corpo, enquanto eu gritava feito um animal ferido e seus comparsas riam e me seguravam.
Fecho os olhos e aquela porra de dia vem como limpa e nítida para minha cabeça.
Ela saiu para caminhar, tinha dois meses que fomos resgatados do mosteiro onde o bispo nos prendeu desde meu nascimento, mas minha mãe não parecia desejar isso, ela se retraia o tempo todo e, desde que chegamos, ela não olha para mim. Meu coração dói por isso, queria que ela brincasse comigo e desenhasse, como a gente fazia nos dias em que ela estava bem lá, no mosteiro. Não que ela fosse de brincar bastante, a mamãe passava mais tempo rezando e pedindo perdão por seus pecados ou com medo de que aquele homem ruim voltasse que até esquecia que eu estava com ela. Mas hoje ela saiu para caminhar sozinha, não me disse nada, o orfanato não é um lugar legal, as pessoas me olham estranho e ficam cochichando, as outras crianças não olham para mim e nem me chamam para brincar.
Por isso sigo a mamãe até a floresta, ela não gosta que eu a chame de mãe, diz que é pecado, pois é esposa de Jesus, e nem sei o que isso quer dizer, mas ela é minha mãe. A vejo se sentar numa pedra grande e jogar pedrinhas no lago, enquanto seu rosto molha de tanto chorar. Quero sair do meu esconderijo, ir até ela e dizer que vai ficar tudo bem, que vou me comportar e que nunca mais vou tentar matar o Bispo, vou prometer, assim, ela nunca mais vai chorar. Mas antes que eu consiga fazer isso, quatro homens que nunca tinha visto se aproximam e assustam a mamãe, e aí que o tormento dela começa, até seu corpo cair, sem vida, aos meus pés.
E minha saga de vida se inicia.
Suspiro, limpando o rosto, tentando apagar da memória aquele dia horrível que marcou toda minha existência até aqui. Naquele dia, eu recebi uma meta na vida, e meu eu humano se apagou quando os seus olhos sem vida foram fechados por mim. Nenhuma criança deveria passar pela dor de perder a mãe, nenhuma!
Naquele dia, meu coração virou um grande buraco oco.
— Perseu? — Zoe me chama, e me viro para o som reconfortante de sua voz. — Volte para cama.
Sigo o seu chamado e puxo o cobertor, deixando seu corpo a minha vista, e coloco a sua perna no meu ombro, ela acorda totalmente com meus gestos bruscos e apressados.
— Me faz esquecer, por favor, me faz esquecer — peço, puxando sua calcinha e rasgando no processo — Por favor?
Minha mão alisa sua perna lisa e torneada, beijo sua panturrilha e solto sua perna, os olhos dela já estão contendo desejo.
— Não posso ser carinhoso agora. — Arranco minha calça de seda preta e abro suas pernas, me pondo entre elas, e volto a colocar sua perna no meu ombro, apoio o joelho no colchão e meto com força dentro dela. — Preciso que me faça esquecer.
— Perseu, estou aqui, estou com você.
Entro e saio de dentro dela, metendo e tirando, grunhindo como um animal ferido, pronto a rasgar o mundo, só a Zoe pode me acalmar, só ela tem esse poder.
— Zoe, por favor, Zoe...
— Estou aqui, ah, meu Deus...
A mão dela vai para o meio da sua perna e os dedos escorregam por seu clitóris, e eu salivo com vontade de ter minha boca naquele montinho durinho e gostoso. Quero devorá-la!
Meto mais fundo, retorcendo e metendo de novo e de novo.
Meu corpo começa a flutuar com a onda de prazer que varre meu corpo. Grito seu nome, e ela chama por mim, choramingando e com o corpo tremendo com a chegada do seu êxtase.
É carnal, puro e selvagem, e meu corpo encontra um pouco de calma sem aquelas imagens ruins que sempre voltam para me assombrar.
Minha cabeça tomba em seu peito e ainda estou tremendo.
— Que conversar? — pergunta, alisando meu cabelo com carinho.
Faço que não, e ela não insiste, o que sou grato, quero só lembrar do prazer que tivemos agora, sem passado, só o agora.

*********

O meu celular toca insistente assim que estou pondo algumas armas na minha mochila de lona preta, é Emma.
— O que foi? — atendo, olhando a minha arma de pressão.
— Fecha tudo e cai fora, o delegado vai atrás de você — diz, eu começo a pegar as minhas armas no arsenal e fecho a porta, pondo código digital e fechando a parede secreta onde só tem quadro, o que não levanta suspeita de quem entrasse no escritório — Alguém disse que o viu na praia, armado, ameaçando uma mulher.
— Merda!
— Ele não tem nada contra você, só uma denúncia anônima! — lembra, serena. — Vá de moto que é mais rápido e fica no esconderijo até eu mandar ir para o apartamento.
— Não, vou dormir no esconderijo hoje, mas amanhã vou até o apartamento, deixar a Zoe, tenho assuntos pessoais na cidade.
— Perseu, isso é uma armadilha, alguém quer que você saia — ela reclama.
Já estou descendo as escadas rápido, vou até o painel e pego a chave da moto.
— Eu sei, conversamos assim que eu estiver abrigado.
— Vou cuidar deste incêndio. — Tenho certeza de que ela vai, Emma é a melhor nestas coisas. — Se cuida!
Isso é demonstração que ela temia o que estava por vir, Emma não era de palavras carinhosas. E meu coração se abala, somos, no fundo, uma boa dupla, meio fodidos da cabeça, mas uma boa dupla.
— Faça o mesmo, seus remelentos precisam de você, e, Emma?
— Sim.
— Na minha ausência, cuide da Zoe.
— Faça você mesmo, não sou babá! — Essa é a Emma que conheço. — Tem dez minutos para sumir antes que eles cheguem aí.
Desliga, eu sorrio para o aparelho e saio atrás da Zoe, mas já a encontro na cozinha com uma pequena mochila na mão.
— Temos que partir rápido — digo, puxando sua mão — A mochila vai precisar ficar, temos que ir de moto.
— Mas...
— Explico no caminho.
Ela vai até o escritório e põe a mochila lá, na volta, uso o painel digital da sala e tranco todas as portas, mesmo que alguém consiga entrar na casa, ia ter dificuldades de achar alguns cômodos ou entrar em outros. Ela olha para casa, e sinto pena dela, pois talvez não vamos poder voltar para aquela casa um dia.
Mas isso ela não precisa descobrir agora. Já na garagem, vestimos roupas apropriadas para andar de moto, calça e blusão pretos, Zoe põe minha mochila nas costas, o capacete e aperta minha cintura quando sobe na moto.
Pegamos a estrada segundos antes da polícia bater na nossa porta. Seu corpo é reconfortante atrás de mim e adoro a forma que ela me aperta, parecemos um casal, mesmo que eu tente manter tudo entre nós casual, sem criar esperança ou quaisquer sentimentos, a cada momento, isso se tornava menos possível.


BOA NOITE MENINAS
AS COISAS VÃO SE COMPLICAR PARA O CASAL
LAVEM CONFUSÃO !
BEIJOKAS

PERSEU: FILHO DO FOGOOnde histórias criam vida. Descubra agora