Bônus

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ZOE

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ZOE

Dias antes...

Me sinto apreensiva em ir ao meu primeiro encontro de verdade, será que estou preparada para isso? Preciso testar para ter certeza de que posso bater asas e voar, assim que tiver meu diploma, sairei debaixo da proteção do Perseu, isso inclui conviver com outras pessoas. Hoje preciso pensar como um teste para o futuro que vem pela frente.

Na realidade, não quero pensar nele, hoje não foi um bom dia para nós dois. Ele me confunde, na maioria das vezes frio e distante, me evita, em outras, parece que me deseja e sente ciúmes, realmente não faço ideia de como lidar com essas diversas facetas suas.

Não direi nunca a ninguém, mas tomei a decisão de vir aqui hoje para esquecer do único homem que não posso ter, o único que desejo que me toque. Suspiro forte e sigo para dentro do pequeno cinema da Ilha. Só tem duas salas e pipoca, mas, para mim, serve bem, apesar que algumas pessoas reclamam bastante deste detalhe. Já assisti a filmes sozinha, e gostei da experiência, ver a vida na tela e sonhar em um dia poder conhecer o mundo ou viver uma história de amor igual ao dos filmes.

— Zoe?

Viro para a voz que disse meu nome e dou de cara com o Maurício bem-vestido, até gel no cabelo ele colocou, seu sorriso é feliz em me ver.

— Oi. — Me aproximo e seus olhos cravam em mim cheios de admiração.

— Você está linda! — Acho que ruborizei.

— Obrigada, já escolheu o filme? — Mudo de assunto.

— Não, esperando você chegar, confesso que achei que não viria.

Sorri e o acompanho até o balcão para comprar os ingressos e a pipoca, escolhemos a sessão de filme de terror, e o resto da noite transcorre naturalmente. A cada cena macabra, me encolho e escondo meu rosto em seu pescoço.

E não percebo que estou dando sinais errados para ele, até o momento que vamos até o meu carro, me viro para agradecer a noite, e dou de cara com seus olhos me observando de perto e sua mão rodeia minha cintura, sua cabeça baixa e busca meus lábios, fico paralisada, uma onda de medo passa por meu corpo, tento relaxar, tento encher minha mente com outras coisas. Mas o medo é palpável, viro o rosto com o coração acelerado.

— Desculpa... — peço, assim que ele se afasta e alisa o cabelo, Maurício ensaia um sorriso, mas sei que se encontra decepcionado com minha conduta.

— Tudo bem, entendi errado. — Pisca e toca meu rosto, e eu me encolho ao seu toque. — Ei, fica tranquila, juro que não pretendo fazer nada errado. — Suspende os braços em rendição. — Perdão se dei ideias erradas sobre mim.

— Eu, eu, desculpa, eu...

— Tudo bem, Zoe, fica tranquila.

Sorri triste, e eu entro no carro, sem olhar para ele.

PERSEU: FILHO DO FOGOOnde histórias criam vida. Descubra agora