Capítulo 15

327 81 30
                                    

ZOE

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ZOE

Já tinha mais de um mês que estava sozinha com Perseu, ou seja, sendo sua enfermeira e passando do sentimento de raiva, rancor, mágoa, desejo e paixão. Vontade de socar à tentação de abraçar e beijar sua boca perfeita.

Não posso negar que admiro sua determinação em conseguir se recuperar logo, o homem já está malhando e fazendo sua própria fisioterapia. Ele não para, parece um temporal a ponto de acabar com tudo a qualquer momento. Acho que se sente enjaulado, preso na casa.

Estou fazendo minhas próprias pesquisas sobre o Coronel, mas até então estou em um beco sem saída. E hoje vai ser o tão sonhado recebimento do certificado de técnica de enfermagem. Eu consegui, estou sinceramente empolgada, não paguei a festa depois da solenidade, não tinha ninguém para levar, seria, no mínimo, estranho ficar numa mesa sozinha. Todos com seus familiares comemorando, e eu, a excluída, mas bem que eu queria poder beber bastante, dançar, pelo menos hoje esquecer que não tenho ninguém neste mundo.

— Nada de tristeza neste momento, dona Zoe, você conseguiu, garota! — digo para meu próprio reflexo no espelho. — Você é o máximo, sua avó estaria orgulhosa.

Bateu nostalgia ao lembrar dela, foi pouco tempo de convivência, mas foram os melhores anos da minha vida.

Desço as escadas com meu vestido verde, escolhi junto da Emma, na semana passada, ela parecia bem empolgada em me ajudar, até pagou por ele. Tinha um corte nas costas que ia até a cintura, a frente era inteira sem mostrar muito, caindo até os pés, solto na cintura. Ela disse que ficou recatado e elegante, e meu cabelo, prendi todo para cima, minha maquiagem, meio discreta.

Diria que estava bem bonita. Perseu, encostado na janela da sala com a bengala, assistiu a minha passagem em um silêncio observador.

O local estava lotado de pessoas rindo, conversando, e quase tenho um treco ao Emma, seus filhos e seu marido.

— Vai lá e arrasa! — Foram suas simples palavras, tocando meu rosto.

Seu marido piscou e as crianças fizeram dancinhas felizes, e eu fiquei com vontade de chorar, não esperava por isso, achei que seria apenas eu, como sempre. No entanto, acho que não estou mais sozinha.

— Nada de choro, vai borrar a maquiagem — fala Emma, prática como sempre.

Me emocionei que meu nome foi chamado, sorri para plateia com meu canudo nas mãos, e acho que vi uma pessoa no fundo do auditório. Não, ele não veio, nem parabéns Perseu me deu, por que ele viria essa noite, além do perigo de ser visto? Devo estar querendo tanto sua presença que estou imaginando coisas. Penso, seguindo para meu lugar e aguardando os meus colegas também receberem, terminando essa parte da cerimônia.

— Você está linda! — Maurício brinca assim que descemos do palco.

— Você também não está nada mal.

PERSEU: FILHO DO FOGOOnde histórias criam vida. Descubra agora