10). Ex-amor

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— Z, acorda… — sussurrou, soprando no ouvido do alfa. Abafou uma risada curta ao vê-lo arrepiado e espantando com a mão o que julgou ser algum inseto. Zayn pensou estar sonhando, porém ao abrir os olhos, se deparou com o sorriso de Liam. — Que fofo você chupando o dedo. — o cutucou, se levantando em seguida. Renesmee se esticou nos pés do alfa e se encolheu em seguida, voltando a dormir e não achando importante a agitação noturna.

— Estava coçando o meu nariz, apenas isso. — justificou, envergonhado ao se dar conta de que o polegar babado constatou o que Liam havia dito. 

— O nariz é mais pra cima, Z. — deu risada, vasculhando as roupas do alfa. 

— Aconteceu alguma coisa? Ainda é madrugada… — esfregou os olhos e bocejou, exausto pelo dia cansativo, auxiliando em tarefas externas, além das burocracias do processo de Louis e ainda tirou um tempinho para ajudar Luke com o conserto do carro. Peças novas tinham chegado e faltava pouco para que fosse restaurado por completo. 

— Não acredito que interrompi seu soninho sagrado, mas quero sua ajuda. Meu assistente tirou folga esse final de semana e preciso de você. Vamos assistir um parto! — anunciou, com certa empolgação, jogando para Zayn um conjunto de moletom para que ele ficasse confortável. 

— O que? De quem? — ficou perplexo ao ver que já passava das quatro horas da manhã. E ainda mais perplexo por Liam acordá-lo para um parto. 

— Uma égua muito fofa. Anda Z. O filhote não pode esperar… Espero que não vomite... E se demorar, eu volto aqui para te vestir e te garanto que não vai querer ficar pelado na minha frente. Eu tiraria muitas fotos… — cantarolou, fechando a porta ao sair por ela. 

Zayn perdeu segundos raciocinando o modo acelerado do beta e ao notar que não teria como evitar segui-lo, se dispôs a se vestir e acompanhá-lo. 

O destino não era distante do rancho. Liam dirigiu até lá, com Zayn tentando conter o cochilo durante o trajeto e quase ceder ao sono, porém graças aos sacolejos do veículo nas partes mais desniveladas da estrada de terra, se manteve desperto.

Em meio a todo o processo, Zayn tinha se esquecido de como Liam assumia de maneira majestosa seu profissionalismo no trabalho. Admirou a feição compenetrada, habilidade e afeto com a égua em trabalho de parto. 

Se manteve em uma distância segura, com receio de fazer algo errado, mas Liam confiou nele o suficiente para calçar suas mãos com luvas de látex e entregar o cabresto da mamãe para contê-la em sua inquietação. Tinha tirado seu casaco e ficado apenas com a camiseta básica que dormiu. 

Naquela altura, o potro se encontrava parcialmente de fora e o instinto guiou a égua a deitar-se repetidas vezes, o que não era recomendado, pois poderia ferir o potro ou a si mesma. Por isso Zayn a segurou, além de tentar acalmá-la com um canto suave e bem baixinho em seu ouvido, apesar de não ter conhecimento nenhum a respeito de equinos. 

— Bety é praticamente da família e como eu vinha acompanhando a gestação, Jane achou prudente que eu avaliasse o parto. Como ela está em boas condições, por enquanto não vejo necessidade de levá-la para a clínica. Nós já sabíamos que o primeiro bebê dela poderia nascer a qualquer momento. — explicou, animado e ainda focado no bem estar da égua, que se encontrava inquieta e em um andar vagaroso, Zayn a amparando, acariciando a cabeça. 

Sem outra questão como empecilho, ao decorrer de poucos minutos, o parto seguiu normalmente. Liam foi hábil em buscar os cascos do filhote e guiá-lo para fora, favorecendo a queda do potro em cima do amontoado de feno.

— Ele vai cair no chão? Sem nenhuma proteção? — perguntou Zayn, meio chocado, porém admirado por aquele momento. 

— Os jarretes amortecem a queda.

Morada - ZiamOnde histórias criam vida. Descubra agora