O encanto de Prem

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Os lábios dele são carnudos, e sei que o que deveria ter minha atenção é o que ele fala, mas tudo o que vejo é seus lábios, e o quão belos eles são. Ele não me encara nem sequer uma vez enquanto fala sobre literatura, e eu quase me sinto decepcionado, se não soubesse que um olhar o faria perder o juízo.

Gosto da forma que ele se veste quando dá aula, o óculos que está sempre em seu rosto o deixa sexy, mas seus sorrisos enquanto explica a matéria o deixa adorável. Também gosto da gravata sempre tão bem feita, mesmo que eu a prefira entre minhas mãos, puxando para perto, enquanto sou encarado por aquelas orbes perfeitamente redondas e brilhantes, que aguardam pelo meu próximo passo, o próximo comando, como se Prem não soubesse como respirar se eu não o dissesse como. Ah...gosto de tantas coisas sobre ele, principalmente aquelas que apenas eu vejo entre quatro paredes.

— Ouviu, senhor Noppanut?

Seus olhos estão em mim, e não é ele quem está perdendo o juízo, sou eu. Lentamente enlouquecendo com as imagens dele embaixo de mim, em cima, ao lado. Merda, Por que há três botões desabotoados em sua camisa? Consigo ver o início dos traços de seu peitoral, a pele pálida e lisa, onde há não muitos dias atrás meus lábios estavam.

— Perdão professor, eu acabei me distraindo.

Com você.

— Foco Noppanut, ou terá que rezar para passar na futura prova.

Ah deus, eu rezaria para o ter em minha cama novamente, me encarando com esses olhos brilhantes, implorando com esses lábios rosados. Me sinto tão culpado em misturar algo tão santo a isso, mas ele me leva do céu ao inferno com um piscar de olhos.

— Certo. — É tudo que consigo formular sob o seu olhar. Entendo como é ser a presa agora, mesmo que ele não intencionalmente se mostre um predador, e eu alguém que poderia implorar para ser devorado, para o devorar.

Ele se vira, e então me foco no que ele diz, mas isso não afasta o pensamento do quão lindo ele é, o quão é bom ouvir sua voz, seu linguajar irritantemente correto, sua fala inteligente, instigante. Eu não sabia se era sua beleza, a risada que acompanhava algumas falas, ou sua forma de explicar, mas ele faz com que você queira saber mais, aprender tudo o que ele tem a ensinar. Ele te prende a ele, e eu não planejo me soltar. Mas estou divagando novamente, pois estão todos com seus cadernos abertos, e Prem está vindo em minha direção. Eu perdi alguma coisa, alguma instrução. E logo ele está ao meu lado, encarando o restante da classe.

— É para fazer um resumo do capítulo 7, caso não tenha ouvido. — Ele diz baixo enquanto permanece em pé sem sequer se inclinar ou se aproximar. — E saia assim que o sinal tocar, sem distúrbios hoje.

— Mas estou com saudades professor — O encaro com um sorriso ladinho, enquanto ameaço tocar o seu corpo. — Não tenho aula sua faz três dias. — Ele enfim me dirige o olhar, e sorri pequeno.

— Mate a saudade sozinho, eu disse que não vamos mais fazer isso.

E então ele está longe, e quero correr até ele, quero o puxar para perto, mas tudo o que faço é abrir o meu caderno. Ele não estava falando sério, eu conhecia caras como ele, e eles sempre voltavam com a motivação certa.

••••

Encarando a tela do computador, com dois livros à minha frente eu me sinto cansado. É a primeira semana da faculdade e já estou com dois livros empacados para ler. A cada segundo descubro palavras novas, porque aparentemente os professores não sabem recomendar um livro dos tempos atuais, e sim apenas de séculos passados. Suspiro. Preciso ler, preciso fazer resumos, mas meus olhos doem com apenas o pensamento de o fazer.

One more night Onde histórias criam vida. Descubra agora