Park Bogum é um ser humano mágico, e não digo isso em vão. Quando vejo resenhas sobre a performance dele no papel de Songdong do espetáculo do meu tio dizendo que "ele nasceu para o palco", sinto pena do jornalista sem criatividade que escreveu isso, porque é um comentário óbvio, assim como dizer que pássaros nasceram para voar.
Uma noite, pouco depois que o espetáculo havia estreado e recebido os primeiros elogios da crítica, a equipe e o elenco saíram para celebrar. Assim como agora, naquele tempo eu não era membro oficial da equipe, certamente não era alguém digna de atenção, e Bogum ainda não sabia do meu parentesco com Hoseok. Naquela noite, ele circulou por todo o recinto reservado para nossa comemoração, apertando as mãos e distribuindo agradecimentos. Quando ele estava a poucas pessoas de distância, a atmosfera mudou, ficou carregada de algum jeito. Estávamos em um montinho de quatro minions, comendo e tentando não parecer encabulados, e todos nos viramos para vê-lo se aproximar, como se algo nos impelisse.
Mais tarde contei a Jimin que foi como se um disco voador tivesse pousado e exercido um controle mental mágico sobre nós. Todos tivemos de nos virar para olhá-lo. Enquanto Park Bogum vinha em nossa direção, ninguém mais conseguia continuar tagarelando sobre como a lula estava deliciosa ou se iríamos pedir um coquetel dark, stormy ou gin tônica. Quando segurou minha mão e me agradeceu por todo o meu trabalho árduo, ele me olhou no fundo dos olhos e meu cérebro oco perdeu a capacidade de fala.
Piscando, apertei a mão dele, devolvendo um torpe "tudo bem" antes que ele seguisse adiante para agradecer a pessoa ao meu lado.
Muito bem, Kim Namjoon!
Não é que ele seja alto, nem especialmente lindo e forte.
Ele apenas tem... presença. A luz entoa cânticos no altar dos seus maxilares. Os cabelos dele um pouco raspados na lateral, negro e liso, e ele o corta frequentemente, revelando olhos que se enrugam, dando vazão a um sorriso. Deus, aquele sorriso.
O sorriso dele, que está bem aqui, nem a três metros de distância.
- Namjoon, pelo amor de Deus, pare de babar.
Com um sobressalto, viro-me na direção de Taehyung. Infelizmente, Bogum e Hoseok - que pareciam estar tendo uma conversa agradável, que eu ficaria feliz em testemunhar por uns bons dez minutos - também parecem notar o que está acontecendo. Todos ao redor olham para mim, seus sorrisos intercalando confusão e solidariedade.
Pobre fã, advertido por comer o ídolo com os olhos.
História da minha vida, ao que parece.
Meu rosto fica quente e eu abro caminho passando pelo elenco para dentro dos bastidores, murmurando desculpas. Admito que eu vejo Bogum com certa frequência, mas nunca parado ali, tão perto de mim, e minhas oportunidades de vê-lo assim estão minguando. Ele criou um rebanho de seguidores e dentro de um mês estará nos deixando.
Nem sequer sou entusiasta de musicais e já estou de coração partido. Não é de se espantar que nosso Twitter tenha estado tão emotivo. E não é à toa que o hyung esteja uma pilha de nervos para garantir que Sehun arrebente quando assumir o posto dele.
Encontro um lugar tranquilo para me sentar nas sombras do teatro e assisto a Bogum e Hobi-hyung subirem no palco, abraçando-se por um momento antes que Hobi acene para Wheein no fosso da orquestra. Ela se junta a eles, levantando o violino até o queixo e seguindo as orientações do meu tio antes de começar a tocar.
Eles ensaiam mais uma vez e mais outra, unindo as duas "vozes"; restam a Bogum apenas mais um punhado de performances, mas estou vendo que ele quer torná-las inesquecíveis. Seu último espetáculo será um evento repleto de estrelas e com cobertura da imprensa, que já o retratou uma centena de vezes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Roomies [namkook]
FanfictionKim Namjoon foi salvo de um ataque no metrô pelo musicista japonês Jeon Jungkook. Como agradecimento, Namjoon o apresenta a um grande diretor de musicais e o que era uma tentativa despretensiosa se transforma numa chance inimaginável, pois, antes me...