Capítulo 1 - Desejo Ardente - Parte 1

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— Um misógino? Você está brincando! Deve ser muito engraçado! A exclamação de espanto partiu de um sujeito alto, magro, quase calvo, com cara de professor do colégial

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— Um misógino? Você está brincando! Deve ser muito engraçado! A exclamação de espanto partiu de um sujeito alto, magro, quase calvo, com cara de professor do colégial. Estava sentado na beirada de um caixote de embalagem, parte da vasta bagagem, que incluía todo um equipamento de filmagem, recém-descarregada no cais fluvial. As águas escuras do rio refletiam uma enorme variedade de embarcações pitorescas. No ancoradouro, bastante movimentado, pessoas iam e vinham com roupas leves e coloridas, apropriadas para aquele clima tropical. Todo mundo por ali falava português, menos os três recém-chegados, que conversavam em inglês e que se diferenciavam dos outros pela roupa safári que usavam. Na verdade os três começavam a se sentirem deslocados e o pior era o quanto os três chamavam a atenção diante da população local.

Muitos estavam curiosos com a chegada inusitada e inesperada do grupo vindo de terras estrangeiras.

— Engraçado por quê? — Admirou-se o outro rapaz, que era mais jovem. — Eu nem sei o que quer dizer misógino!

— É, não deve saber mesmo, meu jovem rapaz. — Disse com ironia a única mulher daquele pequeno grupo. Ela, como os outros dois, falava inglês com sotaque americano carregado. — Misógino quer dizer justamente o oposto daquilo que você é, ou seja: um cara que não gosta de mulheres. E, por falar nisso, é bom vocês já ficarem avisados de que não deve haver nenhuma mulher nesse lugar para onde vamos!

— Não tem mulher? E só agora é que você me diz isso? E como é que eu e Paulo vamos fazer?

— Tomem banhos frios para refrescar os ânimos rapazes!

Os três formavam a equipe de filmagem: Paulo Lanzane, diretor e camera man; Henry Evans, sonoplasta e assistente de camera man; Catherine Tramell, produtora.

Trabalhavam juntos, há mais de um ano, para uma modesta companhia independente de produções, de Nova York, que era especialista em documentários de viagens & Cultura. E era por isso que os três estavam no Brasil. A companhia produtora tinha vendido recentemente para uma rede de TV educativa uma série de doze filmes sobre a América do Sul. Os seis primeiros mostravam as cidades e seu modo de vida urbano, e já estavam prontos para serem exibidos. Os seguintes, que ainda não tinham sido filmados, pretendiam mostrar as partes mais remotas do vasto continente. Desses, o primeiro e mais importante, seria dedicado à bacia Amazônica, uma região rica, complexa e desafiadora, quase do mesmo tamanho que os Estados Unidos. Um tesouro verde como muitos conheciam, até lhe dando o apelido de Pulmão verde de Mundo, mas infelizmente desprezada pelo seu próprio povo e governantes.

Paulo e Henry tinham ficado na Venezuela terminando uma filmagem, enquanto Catherine fora na frente, até o Amazonas, tomar as providências necessárias para a expedição de um mês, que estavam para iniciar. Ficou mais ou menos uma semana sozinha em Manaus, capital do Amazonas, comprando tudo o que precisavam levar para a selva. Por sorte estava sendo auxiliadas por experientes guias da região que falavam fluentemente o Inglês. Agora lá estavam os três reunidos, esperando o avião que semanalmente levava suprimentos e que os conduziria a uma região do interior desse imenso país brasileiro.

Prazeres No Paraíso - Série Pecados Capitais - Livro IVOnde histórias criam vida. Descubra agora