Sentiu que todos olhavam para ela, até Gastão, que tinha ido ao encontro deles.
De repente suas pernas não a sustentaram mais e ela apenas percebeu vagamente que alguém a segurou por trás, impedindo-a de estatelar-se no chão.
— Gastão, vá preparar o sofá-cama, depressa. Por enquanto vou pô-la na minha cabana. Ela precisa descansar, e uma rede não vai adiantar.
A voz autoritária só podia ser de Nick.
— Eu... eu... estou bem... — Balbuciou Catherine, com esforço.
A vertigem passara, embora ainda se sentisse muito fraca. Tentou se desvencilhar, mas mal conseguiu se movimentar.
— Catherine, você está branca como uma folha de papel! — Disse Paulo. — Por que não disse que estava passando mal?
Catherine sentiu-se carregada por braços fortes.
— Meu Deus! — Resmungou Nick. — Sua maluca! O que estava querendo provar?
Ele estava bravo e olhava-a furioso. Os olhos de Catherine encheram-se de lágrimas.
— Espere aí, Nick, você não pode carregá-la com tudo isso que está levando nas costas... deixe que eu ajudo.
Nick esquivou-se de Paulo com impaciência.
— Não acha que já fez o bastante? — Seu tom de voz fez com que Paulo se retraísse. — Se a tivesse deixado dormir e descansar ontem à noite, ela não estaria nessas condições hoje! Saia de perto! Ela não precisa de um amante agora, precisa de um médico. Deixe que cuido dela. Se encostar a mão nela vai se arrepender para o resto da vida. Agora saia do meu caminho!
Nick encaminhou-se para sua cabana, com Catherine, e Paulo ainda disse, em voz mais alta.
— Mas que diabo deu em você, Nick? Já lhe dissemos que a história foi inventada! Não houve nada, eu estava na minha barraca, sozinho! E, mesmo que tivesse acontecido algo entre nós, não seria da sua conta. Catherine é dona da vida dela!
Nos braços dele, Catherine lamentava que suas forças a tivessem abandonado ali, tão perto da chegada.
Nick abriu a porta de tela com um chute impaciente e entrou na cabana.
Catherine, agora que não estava fazendo esforço, começava a respirar normalmente outra vez, mas ainda estava fraca e atordoada. Nick a amparava enquanto Gastão arrumava a cama às pressas.
— Não é tão confortável quanto uma rede. — Disse ele, — Mas o doutor mandou...
— Não posso... aceitar... sua cama. — Protestou ela, com dificuldade de falar.
— Eu não a uso nunca. — Contou ele, impassível, e olhou para Gastão. — Muito bem, agora deixe mais um lençol nos pés da cama e pode ir.
Nick acrescentou mais algumas instruções e Catherine percebeu vagamente que ele estava pedindo o equipamento médico. Gastão saiu e, enquanto não voltava com a maleta, Nick colocou-a na cama, sentou-se a seu lado e pôs-se a tirar-lhe as botas.
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Prazeres No Paraíso - Série Pecados Capitais - Livro IV
RomancePrazeres No Paraíso Sinopse Presa à memória do noivo, falecido em trágicas circunstâncias, Catherine Tramell não suportava mais a idéia de viver ao lado de h...