Pouco depois da chegada de Henry e Paulo, o almoço foi servido no barracão aberto, que também servia de cozinha. A mesa era de madeira rústica, com bancos de madeira de lei.
José almoçou junto com o pessoal, já que seu vôo de volta só seria bem mais tarde.
Ao todo eram em seis.
Nick não demonstrou mais nenhuma hostilidade quanto à permanência de Catherine na reserva, pelo menos durante a refeição. Depois de ficar sabendo que ela falava português não fez mais nenhum comentário inapropriado, mas também não procurou nenhuma aproximação; ao contrário, ignorava-a como se ela não existisse.
Sempre que queria falar alguma coisa ou fazer perguntas, dirigia-se a um dos dois homens do grupo, mesmo que o assunto se referisse diretamente a Catherine.
— Vocês trouxeram cortinados para se protegerem dos mosquitos à noite? — Perguntou Nick a Henry.
— Catherine é que sabe, foi ela quem fez as compras todas. — Disse ele, olhando para a companheira.
— Trouxemos, sim... — Respondeu ela, sem deixar transparecer qualquer ressentimento.
Catherine remexia a comida no prato, sem muito apetite. Estava estranhando o feijão com peixe. Além disso, seu corpo cocava e ardia, deixando-a quase maluca. Era difícil controlar-se e não meter as unhas nas picadas. Além estava com muito calor, talvez as picadas a estavm deixando com um pouco de febre.
— Com licença... — Disse Gastão, limpando a boca e erguendo-se.
Ele retirou todos os pratos, menos o de Catherine, e empilhou-os na cozinha.
— Com licença também. — Disse José, apressado. — Preciso falar com Gastão em particular.
Ele se ergueu e saiu atrás do outro, que se encaminhava para a cabana.
Catherine não pôde deixar de sentir uma certa curiosidade. Mais uma conversa em particular. Devia ser sobre o Manoel, o filho do Gastão, mas será que tinha alguma relação com a notícia que José trouxera para Nick?
A conversa na mesa continuava, e Catherine resolveu prestar atenção. Nick estava falando de novo.
— Vocês não vão precisar dos cortinados esta noite. — Disse de, dirigindo-se a Henry, que escolhera como porta-voz do grupo. — Só Catherine, é claro, por causa das frestas nas paredes da cabana dela.
— Frestas nas paredes?! — Espantou-se Henry, olhando para Catherine. — Mas por que você não fica junto conosco? Tem lugar para mais uma rede no quarto em que eu e Paulo estamos.
— Ah, são frestas pequenas. — Disse ela, ciente de que Nick sabia que ela estava mentindo.
Ele estava muito enganado, se esperava que ela se queixasse de alguma coisa durante esse mês em que ficaria lá.
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Prazeres No Paraíso - Série Pecados Capitais - Livro IV
RomancePrazeres No Paraíso Sinopse Presa à memória do noivo, falecido em trágicas circunstâncias, Catherine Tramell não suportava mais a idéia de viver ao lado de h...