Catherine virou-se de costas. Será que Nick estava querendo apenas humilhá-la, vingar-se por aquele episódio à margem do rio? Talvez fosse isso. Queria vê-la fraquejar, entregar-se ao desejo, sucumbir às carícias dele.
Pendurou a toalha nos ombros, querendo esconder a transparência da blusa, mas Nick arrancou-a no mesmo instante. Depois ele segurou-lhe os ombros, obrigando-a a virar-se de frente.
O olhar dele percorreu seu corpo com insolência e ela não fez nenhum gesto para se esconder, só para não lhe dar o prazer de mostrar que estava constrangida e com vergonha.
— Vai demorar muito com esse castigo? — Perguntou ela com frieza, colocando as mãos na cintura.
— Castigo?! Ora, mas o que eu tenho em mente é prazer e não castigo!
— Olhe aqui, Nick, sua brincadeirinha já foi longe demais. Você ganhou essa jogada. Está bem, eu peço desculpas pelo que fiz com você aquele dia, na beira do rio. Sinto muito. E agora, posso vestir algo mais decente, antes que os outros voltem?
— Claro.
Ela fez menção de se afastar, mas ele a deteve.
— Você disse "antes que os outros voltem", e isso não significa que seja hoje. — Ele sorriu com cinismo. — Será que não entendeu, Catherine?
Ela o fitou alarmada, o coração batendo descompassado.
— Mas você disse que era uma viagem de meia hora...
— Meia hora para ir, mas para voltar são dois dias subindo o rio. Espero que tenha gostado do meu plano, pois eu estou amando!
O que iria fazer?
Correr?
Embrenhar-se na selva para se perder naquele emaranhado de vegetação, chamado por muitos estrangeiros de Inferno Verde?
Pedir socorro para alguém?
Mas ali na reserva só estavam os pacientes gravemente enfermos e o velho Indígena, que nem falava português direito.
Que bandido esse Nick! Devia ter planejado tudo direitinho há muito tempo.
Planejara a filmagem da outra reserva para que Gastão, Henry e Paulo se afastassem dali. Será que Gastão sabia quais eram as intenções do patrão?
Será que trocavam confidencias?
Ora, se Nick estava pensando que ela iria cair em seus braços, estava muito enganado! Seria humilhante deixar que ele a embriagasse de beijos e carícias, vencendo sua resistência, fazendo-a perder a razão e entregar-se. Porque ele não a amava, ao contrário, desprezava-a, como a todas as mulheres, e tratava-a com desdém.
No entanto, a lembrança do desejo que ele lhe despertara, do que sentia só de chegar perto dele deixavam-na apreensiva. Sabia que por mais determinada que estivesse a resistir, iria fraquejar se ele tocasse nela. Bastava isso. Passou o dia todo ansiosa, dividida entre emoções, temendo e querendo o que iria acontecer à noite.
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Prazeres No Paraíso - Série Pecados Capitais - Livro IV
RomancePrazeres No Paraíso Sinopse Presa à memória do noivo, falecido em trágicas circunstâncias, Catherine Tramell não suportava mais a idéia de viver ao lado de h...