Capítulo 7 - Ritmo Perfeito - Especial

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Enquanto caminhava em fila indiana pela selva, junto com os homens, Catherine tentava se convencer de que a falta de ar e as terríveis dores que sentia nas pernas e nos braços não eram nada de grave e que já iam passar

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Enquanto caminhava em fila indiana pela selva, junto com os homens, Catherine tentava se convencer de que a falta de ar e as terríveis dores que sentia nas pernas e nos braços não eram nada de grave e que já iam passar. Afinal, as picadas de piuns estavam bem melhores, de manhã. O inchaço tinha diminuído... é verdade que tinham aparecido pequenas erupções aqui e ali...

Se ao menos tivesse conseguido dormir à noite, talvez não estivesse se sentindo daquele jeito! Mas a coceira pelo corpo todo a tinha impedido, e, além de não ter-se acostumado com a rede, para cúmulo, tinha caído uma tempestade à noite e vazara água pelas frestas do telhado e da parede.

E quando, afinal, conseguira cochilar um pouco, vencida pelo cansaço, tinha acordado assustada, pouco depois, com fortes rugidos, não muito longe da sua cabana.

Depois disso não conseguira adormecer de novo. Já estava quase amanhecendo e todas as aves da floresta saudavam o novo dia. Era uma verdadeira sinfonia de pios, trincados, chiados, guinchados, cacarejos, arrulhos, silvos e cantos dos mais variados tipos e tonalidades.

Entretanto, em comparação com o mal-estar daquele momento, o que sentira à noite não era nada. A distância até a aldeia dos indígenas parecia interminável! Tinha chovido de novo durante o dia e estava tudo úmido e enlameado; apesar disso, os mosquitos continuavam a atacar, só que não eram mais os piuns. Os pés de Catherine estavam inchados e mal cabiam nas botas, que apertavam e provocavam dor.

A vegetação era um mundo verde totalmente novo para seus olhos. As árvores eram altíssimas e entre elas havia um emaranhado de cipós, arbustos e parasitas, entre os quais orquídeas exóticas se destacavam das mais variadas espécies, era como se ela estivesse num grandioso jardim do Éden. Enormes e coloridas borboletas voavam aqui e ali. Realmente havia muita beleza naquilo tudo que a cercava, mas Catherine estava se sentindo mal demais para reparar nisso.

Embora aquela trilha fosse usada com bastante constância, tanto pelos indígenas quanto por Nick, as plantas a invadiam como se tivessem pressa de retomá-la e incorporá-la de novo à floresta.

Augusto precisou fazer uma parada pouco adiante, para desobstruir o caminho de uma penca de cipós. Catherine, sem querer, suspirou exausta. Estivera o tempo todo disfarçando e fingindo, para que Nick não percebesse seu verdadeiro estado.

— Será que nem agora vai admitir sua fraqueza e me deixar carregar essa mochila? — Disse Nick, com voz de desdém, logo atrás dela.

Ela endireitou os ombros e ergueu a cabeça com teimosia e orgulho.

— Não... — Disse ela, e olhou para a frente de novo. O grupo retomou a marcha logo em seguida.

— Será possível que você seja tão teimosa assim? Eu lhe disse para não carregar nada. Isso não é viagem para mulher, principalmente uma tão delicada quanto você.

Catherine cerrou os punhos para não responder.

— Eu notei umas picadas de mosquito em seu pescoço... — Continuou ele. — Estão vermelhas e inchadas, acho que você andou coçando! É melhor eu dar uma olhada nisso.

Prazeres No Paraíso - Série Pecados Capitais - Livro IVOnde histórias criam vida. Descubra agora