Capítulo 4

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Anastasia Steele

Me despeço do médico e sigo para o quarto onde minha mãe está. Ao abrir a porta a emoção toma conta de mim. Mesmo sendo médica e sabendo que ela está bem, que não foi nada grave, nessa hora o lado de filha fala mais alto.

Minha mãe é tudo o que tenho nessa vida. Somos só nós duas a tanto tempo que não consigo pensar na vida sem ela. Ela não percebe minha chegada, está dormindo tranquilamente ainda sob o efeito da anestesia. Sento na cadeira ao lado de sua cama e seguro sua mão.

— Ah mãezinha...

— Não vai longe, guria! — adverte mamãe enquanto corro pelo parque.

Olho para trás e papai e mamãe caminham de mãos dadas rindo. Mamãe prometeu que a gente ia andar nos pedalinhos* e eu quero chegar logo.

Eu amo esse lugar. Vai ser sempre o meu lugar favorito no mundo.

Acho que acabei pegando no sono, abro os olhos confusa pelas lembranças e vejo que minha mãe acordou. Ela me dá aquele sorriso lindo que amo.

— Oi. — disse ela baixinho sorrindo.

— Que susto você me deu hein?

— Desculpe, querida.

— Porque não me disse que não estava se sentindo bem?

— Eu não queria te preocupar, achei que não era nada. Me desculpe meu amor.

— Como que eu não vou me preocupar com a senhora, mãe? Eu sempre me vou me preocupar com seu bem estar.

Solto um suspiro ao lembrar que em pouco tempo vou me mudar e dona Carla teimosa insiste em não querer ir junto comigo.

— Ana, eu vou ficar bem. — diz ela adivinhando o rumo dos meus pensamentos como se tivesse o poder de ler minha mente.

Mas antes que eu possa protestar, seu médico entra no quarto dando por encerrado, ao menos por hora, o nosso pequeno debate.

— Bom dia dona Carla! Como a senhora se sente?

—Bem. — diz ela na sua resposta habitual e Mateus ergue a sobrancelha. — Eu estou com um pouco de dor, mas perto do que estava não é nada.

— Ótimo! É normal a senhora sentir desconforto na barriga, mas isso tende a passar nos próximos dias. Eu vou pedir a enfermaria que lhe traga uma medicação pra dor. Pode ser que a senhora fique sonolenta, mas é normal depois de uma cirurgia. Tá bem? Alguma dúvida?

— Quando vou pra casa?

— Assim que a senhora estiver sem dor e comendo. Cerca de dois dias se tudo correr bem. Qualquer coisa me liga Ana. — ele aperta meu ombro e sorri ao deixar o quarto.

Os dias se passaram e graças a Deus minha mãe deu alta dentro do previsto e sua recuperação foi tranquila. Ela já não sente dor e se bem conheço não aguenta mais repousar.

Não voltamos a falar sobre a mudança, mas meu tempo está esgotando e isso não sai da minha mente. Outra coisa que não sai da minha mente é Christian, mais precisamente seu beijo quente e doce ao mesmo tempo. Eu queria tanto poder encontra-lo outra vez. Mas isso é quase impossível numa cidade desse tamanho. E do que adiantaria com a mudança chegando. Volto a empacotar minhas coisas, mas minha mente permanece naquela noite, naquele bar.

— Sonhando acordada, filha?

— De pé mãe? — a reprendo ao vê-la na porta do meu quarto.

— Já faz uma semana Ana e eu estou ótima. Não aguento mais ficar deitada. Quer ajuda para arrumar as coisas da mudança? — eu nego — Diga minha filha, o que está nessa linda cabecinha?

Proibido Para MimOnde histórias criam vida. Descubra agora