PATERNIDADE

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Passava as mãos por suas mechas loiras e imagina uma garota com seus cabelos e meus olhos.
Eu comecei a imaginar meu futuro com Gabriele no exato momento em que me apaixonei por ela, eu não queria apenas sexo ou uma noite em festas.
Eu queria ela, ao todo.

Ao meus olhos eu nunca a vi como uma suprema, não conseguia enxergar nada além de minha melhor amiga, acredito que nem mesmo ela enxerga a proporção de seu nome no mundo bruxo.

flashback
- Eu nunca quero ser mãe!. Ela exclamou entrando furiosa no dormitório após mais uma das cartas irracionais de Alice.
- Não diga bobagens. Peguei em sua mão a puxando para a cama.
- Bobagens? a última coisa que preciso é ser igual a ela.
- Você nunca seria igual ela.
Ela parou olhando furiosa para o teto, sentia seus batimentos descontrolados.
- Eu a odeio, nunca irei ser como aquela vadia que deveria simplesmente não ter optado por ser mãe!
- Você seria uma boa mãe. Ela riu sarcástica.
- Adoraria sentir o gosto do sangue de uma cria minha, imagina como seria tentador..
- Gabriele!
- Qual é Mattheo, sabe que eu nunca poderia ser mãe, a criança se quer sobreviveria em meu corpo.
- Você é forte para carregar um filho.
- Forte? eu levo pancadas e sou atacada com certa frequência caso não saiba, além do mais iria precisar parar de beber e usar drogas..
- Quando o momento certo chegar, você irá colocar prioridades..
- Não há momentos certos para pessoas como nós, espero não ter algo com meu sangue ou alguma semelhança com o problema que sou!.
flashback

Agora acariciava sua barriga de maneira cautelosa, a leve protuberância de três meses me fazia sorrir, era meu.

Eu estava em um caminho a cegas, não possuía qualquer informação sobre paternidade, mas seria o melhor que essa criança poderia ter.

Tom Riddle não foi exatamente o melhor pai do mundo, mas havia alguém que me criou de maneira serena me ajudando em extremamente tudo, alguém que eu sentia uma saudade exageradamente patética.
Igor Karkaroff em sua última carta me mandou um simples aviso, para sua proteção minhas escolhas foram reconstruídas, não compreendi sua fala.

Mesmo que ele lutasse ao outro lado minha consideração por meu tio não mudaria, Igor era um homem honrado e bom, apesar da carranca mau humorada ela nos protegia da realidade e sei que nós segurou dentro de sua bolha segura na Noruega pelo tempo que conseguiu, mas infelizmente saímos e viemos para um mundo onde Igor está longe.
E somos machucados com grande frequência.

Sem comparações, mas Igor não deixaria ninguém invadir Durmstrang, Igor não criaria um aluno órfão para o abate, se Harry Potter estivesse no instituto ele se colocaria a frente para a proteção do garoto e lutaria contra Voldemort para proteger seu aluno, porque sempre fomos prioridades dele.
Gabriele nunca foi sequestrada ou machucada enquanto estava sob o mesmo teto que Karkaroff.
Espero que ele conheça meu filho e cuide dos mesmos quando estiverem estudando em Durmstrang.

Um medo se passou por meu corpo, precisava me acostumar com a ideia de que talvez percamos essa criança na guerra.
Porque a mãe cabeça oca dele lutaria com toda sua vida, para proteger até o último bruxo do lugar.
Céus se pessoas sem seu sangue ela não média consequências para proteger, imagina seu filho, sangue do seu sangue saindo de seu ventre.

Ela remexeu em meus braços e logo Kirigan entrou apreensivo analisando sua filha por completa.
- Ela acordou...
- Acordou, mas ainda estava cansada imagino ser os remédios.
- Ela disse algo?. Ele se sentou ao outro lado passando a mão pela bochecha dela.
Era a primeira vez em minha vida que havia visto ele demonstrar algum afeto a ela, imaginava que ambos possuíam seus momentos pai e filha, mas longe de outros olhos.
- Ela disse que se sente bem, ambos estão bem. Ele sorriu.
- Não me diga que..realmente sobreviveu.
- Ele é um Riddle.
- Ele é um Bokova...merda Mattheo. O olhei sem entender até seus olhos se estagnarem a um canto da ala médica.

Havia mais de dez pacotes de sangue, todos vazios até a última gota.
- Isso é ruim? quer dizer ela dormiu por uma semana deveria estar com fome.
- São sangues raros, cada bolsa contém um litro deles, uma bolsa de sangue raro sacia a sede por até um mês, além de que antes de apagar ela tomou...direto da veia.
- Você trouxe ela dos mortos, não esperava que seu corpo estivesse o mesmo, ela está grávida acredito que sentira necessidade por dois!
- Não garoto, ela esta descontrolada e acredito que se não estivesse em efeito de medicamento, voaria em sua jugular.
- Ela nunca faria isso. Ela se remexeu e Kirigan se levantou vindo em minha direção e estendendo a mão.
- Vem.
- Irei ficar com ela.
- Não Riddle, venha antes que ela acorde.
- Eu prometi...
- Ela irá entender. O acompanhei até sua sala onde o mesmo se sentou comigo e estendeu um copo de whisky, ele parecia cansado, mas em alerta.
Esse tempo em Bokova consegui acompanhar um pouco de sua rotina, ele cuida pessoalmente de cada mínimo detalhe de seu reino, obviamente com a ajuda de Nathaniel e Nicholas, eu ainda não ia com a cara deste garoto.

Tomei a dose sentindo queimar meu interior, enquanto tentava controlar meus pensamentos.
- Ela está diferente..você notou como ela está mais..
Ele me olhou revirando os olhos e concordou.
- Ela voltou do inferno criança, cada vez Gabriele passa a ser literalmente como nosso anjo caído entende.
- Não, vocês não compartilham muito de suas origens caso não saiba.
- O anjo caído reside no inferno junto a sua amada feiticeira a qual ele roubou sua alma para possuí-la para sempre, o que estou tentando dizer é que Gabriele está mais celestial do que nunca, um anjo caído que foi arrastada até a escuridão e agora retornou...com sede.
- Por isso ela está diferente?
- Tudo nela é para que consiga sua preza mais fácil, a voz, o jeito, cheiro, a beleza...como uma linda serpente negra que poderia matá-lo em segundos.
- Mas ainda é nossa Gabriele, ela nunca nos machucaria e você deveria saber disso!
- Não é nossa Gabriele Riddle, ainda não, e caso ela nos faço algo, quando conseguir se controlar a culpa irá vir átona.
- Quanto tempo para controlarmos sua nova personalidade assim por dizer?
- Um mês, ao mínimo.

O olhei sem entender, não era possível que Gabriele precisaria de um mês para se controlar, ela não era uma bruxa comum.
- Acho exagero seu.
- Exagero? se eu fosse você dormiria de portas bem seladas e em seu quarto.
- Ela não iria fazer nada comigo
-  Continue otimista. Kirigan virou seu copo e saiu da sala voltando para a ala hospitalar.

THE PETROVA KRUM || HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora