Capítulo 1 - "O Trio"

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Samantha Rodriguez

Sinto o ritmo da música na minha pele, os meus pelos arrepiam-se. Passo a mão no meu cabelo sorrindo e grito em apoio quando o dj o pede. A minha bebida acaba então sou obrigada a voltar ao balcão.

- O que vai ser? Outra vodka cola? – um bartender pergunta-me, deve ser novo porque nunca o vi e eu sou frequente neste bar.

- Sam, é melhor abrandares na bebida. – o meu bartender favorito pede após fazer um sinal para o outro ir embora – Se não te conhecesse, diria que estás a tentar esquecer algo.

- Uma folha branca, sou eu. Já me conheces, Joe. Whiskey desta vez. - sento-me na cadeira - E o que mais posso esconder? - riu.

Rir para não chorar. Devem estar habituados com isso, eu estou.

- Daqui a pouco desmaias em coma alcoólico. 

Joe preocupa-se comigo. Ele é o meu melhor amigo. Como nos conhecemos? Fácil. Foi ele que me encontrou ensanguentada no chão. Porquê ensanguentada? É uma outra história.  

- Meu sonho. Mas não te preocupes, daqui a pouco vou para casa.

Depois de ele me servir outra bebida, volto para a pista. Para o único lugar onde me sinto eu mesma, onde sei que sou bem-vinda e posso descontrair.

Gabriel Gúzman

Depois de jantar com os meus pais, eu realmente preciso de uma bebida. Não interpretem mal, eu amo os meus pais, mas os jantares podem ser secantes. Não costumo jantar muitas vezes lá, mas quando janto, sempre perguntam quando arranjo uma namorada. 

Depois de conversas estranhas e monótonas, preciso mesmo daquela bebida. Entro no primeiro bar que vejo e vou até ao balcão. 

Peço e começo uma conversa com o bartender, simpático por sinal. Noto que ele acena para alguém na pista, viro-me para ver quem é, uma mulher.

- Sua namorada? - pergunto curioso. 

- Não, uma amiga. - ele responde a rir.

- Entendi. - olho-a novamente. Deve estar com uns copos a mais porque a maneira como dança... A confiança nos movimentos, o sorriso contagiante. Tão contagiante que acabo por sorrir involuntariamente. 

Ela levanta o copo como um aceno, retribuo e ambos bebemos. 

Uns minutos depois e ela vem até nós.

- Voltei. - ela sentou-se e pegou na sua carteira - Quando eu devo, Joe? 

- O total dá...

Eles fazem as contas deles. Não dou muita atenção a isso e termino a minha bebida.

- Noite quente, não acha? 

Ela pergunta-me, metendo conversa. 

- Não muito. Você que está quente por dançar. - riu fraco e ela concorda com a cabeça.

- Samantha. 

- Gabriel. 

- Porque o Gabriel está aqui? De fatinho?

Olho o blazer que está nas costas da cadeira.

- Esquecer conversas. E a Samantha? De... vestido cinzento? 

E que vestido! 

- Tentando lembrar. 

Esta apanhou-me de surpresa. Lembrar do quê? Ela parece perceber e ri.

- Confuso, eu sei. - ela pega dois copos por trás do balcão e enche. Percebo o sinal e pego um.

- Devo admitir que estou curioso. 

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