Capítulo 2 - "Sangue"

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Gabriel Gúzman

Já se passaram exatos 5 dias desde que conheci Samantha. Não mudou grande coisa, a minha vida continua a mesma, mas paro várias vezes ao dia a perguntar-me como ela estará.

A minha curiosidade leva-me ao extremo. Só preciso de a ver, falar um pouco com ela, ela me marcou. Como se precisasse de vê-la para me sentir completo.

- Bom dia. - entro numa loja de roupa e uma senhora vem até mim com um sorriso.

- Bom dia, posso ajudá-lo?

- Claro. Eu queria um fato, tenho um evento especial e preciso levar algo especial. - coloco as mãos nos bolsos e a mulher leva-me a uma parte da loja com vários fatos. Bonitos de verdade, mas não meu estilo - Eu gostava de escolher tecidos e fazer um na minha medida, é possível?

- Com certeza. Eu vou chamar a minha funcionária, ela vai acompanhá-lo ao provador, mostrar-lhe os tecidos e tirar medidas. - assinto com a cabeça e segundos depois ela volta acompanhada com a mulher que justamente eu procurava - Este senhor quer tirar medidas para um fato, leva-o ao provador lá atrás, é mais adequado.

Sorriu ao ver a cara de Samantha.

- Sim, senhora. Pode me acompanhar, por favor? - ela aponta o caminho que devo seguir e entro numa sala bem grande. Tem vários rolos de tecido espalhados pela parede e um grande espelho. Assim que entramos, ela fecha a porta. - O que estás aqui a fazer?

- Ué comprar um fato. - riu.

- Como descobriste que trabalhava aqui? - fica na minha frente.

- Nem tudo gira a sua volta, senhorita Rodriguez.

Ela leva-me a parede dos tecidos.

- Este é mais suave, é mais confortável. Este é mais luxuoso, brilhante. - vai me explicando. Noto que tem um brilho nos olhos, ela realmente deve gostar de moda. A maneira como fala de cada tecido, de como pode combinar ou usar.

- E qual tu gostas mais? Qual usarias?

- Depende do evento. - encolheu os ombros.

- Um encontro. - ela olha para mim - Qual tu escolherias?

- Ah... Encontro talvez este. - mostrou um preto brilhante - Dá um ar sexy e fica super bem no corpo. Também é muito confortável, vais te sentir no céu.

Toco no tecido. Realmente dá uma sensação divinal, vontade de deitar no tecido e não levantar. Sam parece perceber e sorri. Sorriu em retribuição.

- Pode ser este então. É mesmo perfeito.

Ela confirma. Pede meu casaco, entrego-lhe e vejo-a apontar as medidas num caderninho. Ela vira a cabeça para mim e nega, sei que está tentando manter uma cara séria, mas lá no fundo só quer rir.

- Então... Encontro? Quem é a sortuda?

- Porque quer saber? - dou um sorrisinho de lado com a curiosidade dela.

- Curiosidade. Que número vestes? Essa camisa parece-me o tamanho certo, podemos mandar fazer uma nesse tamanho.

Nego com a cabeça e tiro a camisa. Samantha fica surpreendida e olha diretamente para o meu peito. Riu alto e ela parece voltar a Terra. Pega a fita e vem até mim. Vermelha!

Narrador

- Braços separados. - passa a fita em volta do peito dele e aponta a medida. Mede mais abaixo, na área dos abdominais. Com uma mão segura a fita, a outra toca instintivamente nos abdominais dele.

- Eles também precisam ser medidos? - Gabriel pergunta baixo e Samantha olha para ele.

- Desculpa.

Tenta manter-se focada no trabalho. Mede os braços. Ih que braços... "Trabalho! Velho suado! Ele é um venho suado, nada de prazeroso nisso." Uma tentativa de manter qualquer pensamento obsceno longe.

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