Capítulo 6 - "Oh não... 1"

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Gabriel Gúzman

FLASHBACK ON

 Ando pelo shopping, fazendo tempo. Ainda tenho uma hora de almoço e não me apetece voltar já para a empresa. No caminho, vejo alguns idosos a dormir nos sofás espalhados. Me pergunto se vou acabar assim, a dormir em qualquer lugar, sozinho.

Sou tirado dos meus desvaneios quando sinto vir alguém contra mim. Rapidamente a seguro. Samantha! Estamos destinados a encontrar-nos em qualquer lugar. Desta vez, é ela que vem ao meu encontro.

- Samantha? - chamo-a. Ela não sai dos meus braços e nem fala nada - Samantha?! 

Coloco um braço em volta das pernas dela e outro nas costas, levantando-a. Alguns seguranças vem até mim.

- O senhor está com ela? - um deles pergunta-me, cara de irritado. O que eu fiz? Acabei de chocar com Sam.

- Não, quer dizer, conheço, mas não estou com ela.

Ele parece respirar fundo.

- Nós vamos levá-la ao hospital e a polícia está a caminho.

- Polícia? Hospital? O que se passa? 

- Acontece que a senhora está coberta de marcas e manchas negras. 

Olho-a. Tem o semblante relaxado, alguns cabelos no rosto. Uma outra senhora mais velha aproxima-se de nós.

- Eu vi com os meus próprios olhos. Ela está toda marcada, coitadinha. Dá pena ver uma moça tão bonita assim. 

Algumas pessoas ficam a nossa volta, parecem abutres querendo saber tudo o que se passa.

- Eu vou levá-la para casa. - apresso-me em dizer.

- Senhor, não podemos deixar que vá. - o segurança avisa.

- Eu sou amiga dela, conheço-a. E conheço o filho da puta que fez isto. Eu trato daqui, obrigado. - ajeito-a no meu colo e saiu dali.

Os seguranças não vêm atrás, não fazem nada. Se a minha teoria estiver certa, o tal Luke é o culpado disto. Não posso levá-la para casa dela, então vamos para a minha. Vai estar segura lá.

Deito-a no sofá, tiro os cabelos do rosto e respiro fundo. Passo as mãos no meu rosto. Merda! Eu vou matar aquele desgraçado. Como ousa lhe tocar? 

Samantha é a pessoa mais gentil que conheci, sempre a sorrir, com boa energia. E ele... Ele quer arruiná-la. 

- Onde estou? 

- Calma, estás em minha casa. Eu encontrei-te no shopping e trouxe-te para aqui, é mais calmo. -  vejo-a mexer-se. Coloco o portátil de lado e sento-me ao lado dela.

- Eu...eu...

- Os seguranças contaram-me. Sam, o que está acontecendo? - olho-a preocupado. Tenho razão para isso. Acabo de descobrir que a mulher que eu... é espancada por um animal.

- Gabriel...

Os olhos dela logo se enchem de lágrimas. Abraço-a logo. Quero mostrar que estou aqui, mas não quero lhe fazer mal, abraço com alguma força, ela não reclama.

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