3 Dias Depois
"O réu tem vindo a cometer estes crimes desde dos dezassete anos da vítima e, atualmente, a vítima tem 21 anos."
"Eu, Gabriel Guzman, juro dizer a verdade. Sim, Samantha agia de forma diferente com Luke, como se tivesse medo de algo. Depois percebi que ela tinha medo da reação dele e do que ele lhe faria em casa."
"A vítima ficou hospitalizada, sofreu amnésia e perdeu 1 ano da sua vida."
"Chamo a testemunha Mathew Williams, o médico que tratou e fez a cirurgia da vítima."
"No último confronto, na última agressão, a vítima estava grávida. Pode considerar-se agressão a ela e ao bebé."
"Senhor Joe, pode dizer-nos como a vítima se comportava na presença de Luke Evans?"
- Eu...O meu nome é Samantha Rodriguez, tenho 21 anos. Eu conheci Luke numa festa e mantivemos contacto. Quando começamos a nossa relação eu tinha 17. Ele agia normal, flores, presentes, essas coisas fofas, mas as coisas começaram a descarrilar e - e - e - o ar faltava. Ela era o centro das atenções, como se tudo dependesse das palavras dela. Era um problema pois as palavras não saíam.
- Senhora Rodriguez, não precisa continuar. - o juiz chamou e Sam olhou para ele.
- Eu sei que muitos pensam que é minha culpa, talvez seja. Eu acreditava que ele podia mudar, mas ele não podia e eu paguei o preço. E sim, eu tentei fugir. Mas quando o fiz acabei no hospital sem memórias. Eu fui manipulada e não, eu não mereci ser espancada até quase morte. Luke não tinha piedade e explodia sobre qualquer coisa. Eu não sei se é doença ou não, mas mesmo que seja, não tenho que sofrer por isso. Eu quase perdi o meu filho! Eu estava e estou grávida. O meu filho podia ter morrido ou sofrido qualquer coisa, mas graças a mim ele ficou bem. Porque quando eu magoei Luke não foi como vingança. Ele estava bêbado e invadiu a minha casa, eu tinha que me defender. Então sim, eu sou vítima de violência doméstica, mas também sou uma sobrevivente.
"Os juízes consideram o réu 100% culpado pelos crimes aqui apresentados."
"O Tribunal de New York sentenceia Luke Evans a 12 anos de prisão no sistema penitenciário do condado, sem possibilidade de liberdade condicional e ainda pagar indemnização de 30 mil dólares à vítima Samantha Rodriguez. O Tribunal declara encerrado o caso."
Três dias se passaram desde o tribunal. Luke realmente tinha sido preso e ficaria lá por um bom tempo, além de ser acompanhado por um psiquiatra. Samantha mudou-se para a casa da tia. Era antiga, mas cheia de memórias boas. Tinha mobília e tudo, foi só trazer as suas coisas. Sentia que podia criar o seu filho ali, perto da natureza, e que se sairia bem nisso. Também não estaria sozinha, teria Joe e o pai da criança. O pai, outro assunto pendente.
Durante aquela confusão toda, tinha perdido o envelope. Ainda procurou na mala, revirou tudo, mas realmente tinha perdido. Estava pronta a pedir outro exame quando Joe contou que ele tinha o envelope.
- Não sabias dizer antes? Eu procurei o envelope pela casa toda.
- Eu não sabia que procuravas o envelope. - respondeu simples. Samantha se aguentou muito para não fazer um livro ou outro objeto voar na cara dele.
Como qualquer mudança, Samantha sentia que tinha coisa a mais e cansava-se mais rápido. Também estar grávida fazia com que adormecesse enquanto dobrava roupa ou tirava as coisas de caixas. Tudo isto fez com que ainda demorasse uns dias a terminar de arrumar a casa, mas no final, sentia-se orgulhosa do lar que tinha criado para o filho.
- Vamos ser muito felizes aqui, bebé, eu sinto. - tocou na sua barriga e sorriu.
Novamente, os três estavam juntos. Agora nada ia ou podia interrompê-los. Não era só a Samantha que a ansiedade atacava, aquilo também os corrompia.
- Então... Já estamos os três aqui e já temos o envelope. - Samantha mostrou-o e tanto Gabriel como Mathew respiraram fundo ao vê-lo.
- Antes de tudo, eu gostava que concordássemos em algo. - olharam para ele - Independentemente de quem for o pai, vamos continuar amigos igual ou mais. Não importa o que diga o papel não vamos mudar a forma como nos vemos.
- Concordo plenamente. - Mathew tocou nas costas de Gabriel como apoio.
- Eu também. Vocês os dois têm sido perfeitos e seria injusto afastar a criança do nada. Ninguém precisa se preocupar.
- E já agora, ainda falta muito para descobrir o sexo?
- É a partir do quinto mês ou pode fazer-se um exame especial mais cedo.
- Acho que é mais importante descobrir o pai e depois o sexo. - Sam chamou a atenção e ambos logo concordaram.
- Sim.
- Claro.
Ao abrir o envelope, Samantha percebeu o porquê de achar que estava a chegar ao fim do livro e o porquê do fim do livro acabar com Luke preso. A vida dela até ao momento tinha sido um livro, o relato e o livro de uma sobrevivente. Samantha Rodriguez, a sobrevivente. Esse era o livro dela, o primeiro. Depois de ler o resultado, ia iniciar outro livro com vários capítulos, onde ia ser muito feliz. Quando iniciamos este livro, a pergunta estava no ar "Será Samantha Rodriguez uma vítima ou uma sobrevivente?". E aqui está a resposta, Samantha tinha sobrevivido. Mas a partir dali, ela não ia sobreviver, ela ia viver.
- Muito bem. - riu nervoso e abriu o resultado - E o pai é...
FIM!
A história oficialmente chegou ao fim. Eu não sei se vai ter um segundo livro, mas, em princípio, não. Esta história tinha o intuito de mostrar que não existem só histórias de amor, mas, sim, existem histórias de violência, agressões, abusos e também é preciso escrever sobre isso. Esses assuntos estão na nossa sociedade dia e noite e as pessoas preferem colocar de lado. Eu sei que vêm aqui para ler e relaxar, todavia maior parte dos leitores do Wattpad são jovens ou até mesmo crianças e é preciso alertá-las para os perigos do mundo.
Sem mais sermão agora, espero mesmo que tenham gostado da história e do desenrolar dela.
Sem o vosso apoio, não era possível.
Fiquem atentos, pois novas histórias vão vir.
Beijos <3
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MEMORIES
Fanfic"Sam, está tudo bem, Luke nunca mais vai encostar um dedo em ti." "Eu quero-o morto!" Samantha Rodriguez sofre de uma amnésia desconhecida, por uma causa desconhecida. Vivendo neste vazio, habitua-se à solidão. Isso muda quando um médico e um dire...