Capítulo 16

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Para vocês Ivanetes viciadas pelo nosso "falcão", lamento informar que passarão um tempinho sem vê-lo no trama. Calma! Faz parte do enredo, espero que sejam compreensivas. Apesar de ser uma fanfic dele, não gira em torno dele. Espero que fiquem comigo e sejam pacientes.


 Espero que fiquem comigo e sejam pacientes

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Abro o notebook no mesinha e sento no piso gélido, já que estou proibida de entrar no meu escritório, a sala de estar vira um. O ar condicionado está ligado, mas é como se não tivesse. Brasília resolveu fazer calor, e pegou todos despreparados, ontem mesmo usávamos casacos.

Se é uma coisa que odeio, é calor.

Nem ficando nua adianta, não é um estado de temperatura corporal para se resolver assim.

Alinho em pastas os documentos lidos e os que ainda vou lê. Meu leitor de documentos facilita muito a minha vida, nele há como marcar a linha de cores diferentes, assim posso separar o que estou lendo, os pontos importantes e o que ainda preciso saber mais sobre. Trago esse app desde a época dos vestibulares.

Empurro os óculos pro lugar com o dedo indicado e continuo a leitura.

[...]

Já faz duas horas que estou sentada no chão duro. Mudo de posição mil vezes tentando ficar confortável, mas sentar no chão é sempre a mesma coisa. Sentar no sofá e no chão também é a mesma coisa, se é que vocês se lembram dele citado no segundo capítulo.

Espio as horas no canto da tela.

14:00.

Passou da hora do almoço. Franzo o cenho, varrendo o lugar com o olhar. Cecília saiu de manhã e não voltou. A mesma tinha dito que não iria trabalhar, mas sei que precisa de um tempo sozinha. Depois de Hoje, ela merece isso e muito mais.

Apoio no sofá pra levanta, abro a geladeira caçando algo para empurrar no estômago. Ainda não está na hora de tomar o próximo.

Movo os ombros em movimento circular sentindo eles rígidos. Esse estresse todo ainda vai me matar.

Os ingredientes estão todos aqui, apesar de não ter comida pronta. Minha vontade de fazer qualquer coisa se foi.
Descido pegar o celular, a carteira e saio trancando a porta.

O carro não está na garagem, então a morena não está por perto. Sorte minha que a cafeteria é apenas algumas ruas, que no caso gostei bastante da primeira vez que fui. A ambientação dá gosto de estar lá, o atendimento é ótimo. Se continuarem me tratando bem, de desnutrida vou passar a ser gorda. Até que a mudança de estética me faria bem, sem qualquer preconceito com corpos diferente.

Na escola, passava tempo admirando a beleza e poder exalado das gordinhas. Corpos que os meninos viviam xingando, era os que eu mais me atraía.

Chego lá, empurro a porta transparente, e o sino toca. O atendente galante levanta a cabeça, seu sorriso renasce ao me ver entrando. Vou ao balcão ver as novidades.

O cheiro do café me atraí, e meus olhos são puxados para os vários tipos da bebida quente no cartaz. Desvio o olhar da tentação de qualquer jeito, encontrando as íris azuis do garçom.

— Boa tarde — Diz sorrindo. — Sonho de brigadeiro de novo?

— Quem me dera. Dessa vez será algo salgado...

Olho pelo vidro. Tanto doce quanto salgados apresentam variedades, meu ser indeciso se revira e geme dentro de mim. Vendo minha indecisão, o rapaz abre o vidro por dentro e me apresenta as opções.

— E o que você me recomenda?

— O bolo salgado com queijo é uma delícia, mas eu sou suspeito pra falar...

— Por que? — Inclino a cabeça mostrando confusão.

— Eu que fiz.

Lindo e ainda cozinha. Eu casaria com ele se ao menos sentisse fome.

— Então vou querer, e um suco de caju natural também — Lembro dos benefícios do caju. Evita anemia, e estou realmente precisando. Não saberia disso se Ivan não tagarelasse na minha cabeça sobre.

Ivan.

É impossível não pensar em ontem. Será que ele também está pensando nisso? Nunca havia ficado tão próximos como no dia anterior, e nem digo fisicamente.

Ele se abriu a mim, mesmo sabendo que eu não estou aberta a ele. Talvez nunca esteja, apesar da forte atração que há entre nós dois—isso não dá pra negar— ainda tenho cabeça firme e pés no chão. Sei o que isso pode significar, o efeito quase sempre é devastador. E não vou perder tudo o que ralei pra conquistar por um homem. Um homem que me excita até o extremo. Consegue me deixar em êxtase com um simples toque. Mas ainda um homem.

Me sento perto da vidraça que nos separa da rua, como havia feito antes. O meu pedido chega depois, quando mordo o primeiro pedaço, o sabor parece ter tocado minha alma. Realmente foi o melhor pedido. 

Dou uma olhada no celular, as mesmas coisas de sempre.

Mensagens não lidas, ligações perdidas.

Sinceramente, vou desinstalar esse aplicativo. Não me serve pra porra nenhuma.

Vou para o Gmail, e confiro minha caixa de entrada. Um nome em especial me chama atenção.

Bella Falconi Florentini.

A deusa que a poucos dias eu a media de cima a baixo, comparava meu esmalte comido com suas unhas perfeitas e alongadas. Agora não passa de mais um ser humano no mundo. Deve ser porque não divido o que é meu. Não que ele seja meu, mas o mesmo ombro que ela pôs as mãos, foi os mesmos que puxei para mim.

Abro seu e-mail. Era mais como uma convocação.

Sua equipe está montando as regras e diretrizes de um novo projeto, de acordo com as leis brasileiras. O pedido é que eu avalie-as e diga se está ou não batendo.

Bom, ela tem um primo secretario adjunto geral, por que não pede para ele?

Abro a prévia, e não é algo grande. Poderia finalizar o serviço aqui mesmo, não faz sentindo cobrar por algo tão pequeno e rápido.

Não vou enviar a resposta agora, só quando acabar aqui.

Já bati a cota de home off por hoje, acho que meus olhos merecem um descanso.

As vezes esqueço que uso óculos, e por isso posso acabar sendo negligente com a saúde das minhas íris castanhas.

Acabo o lanche, pago o garçom. Dessa vez nada de rosas e nem flertes por olhares, apenas volto para casa a pé. Meu alarme tocando indicando que é hora da próxima rodada de remédio. Tirando isso, apenas o tortuoso tédio me espera.

Mas no bloco de notas, no fundo, há uma pasta oculta liberada apenas com impressão digital.

Por título: Senhor Falconi.

Senhor Falconi (Ivan Furlan Falconi)Onde histórias criam vida. Descubra agora