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— Onde ele tá? — a voz estridente de Harry foi ouvido no corredor em frente a enfermaria um.

O garoto largou seu almoço, muito delicioso por sinal, no refeitório, quando Hosk lhe avisou que Louis havia sido baleado.

O guarda tentou ser o mais discreto possível no repassar da informação, mas como esperado, o garoto saiu gritando pelos vagos corredores do presídio até a enfermaria.

Felizmente ninguém pareceu entender do que se tratava. Ian e Mick lhe acompanharam até o local.

Ao entrar no cômodo, ele se deparou com Louis em uma das camas. Estava acompanhado de um enfermeiro e um médico.

O enfermeiro havia sido aquele que cuidou de Harry no dia de sua briga com Dário. O médico foi chamado de última hora, para que cuidasse da ferida na cintura de Louis.

Na outra cama havia um corpo imóvel, embora este estivesse coberto com um grande lençol branco.

Harry observou o doutor colocar curativos e mais curativos sobre uma ferida no quadril de Louis.

— Amorzinho — disse em voz alta, entrando no local às pressas.

Os olhares foram para ele.

— O que aconteceu? — parou ao lado da cama onde Louis estava deitado contra sua vontade, pelo modo como agia.

— Não foi nada — resmungou, mesmo com seu cenho franzido em dor.

— Com muita sorte foi um "nada" — o médico lhe corrigiu — a bala raspou a cintura dele e eu precisei fazer alguns pontos, depois de limpar o local.

— Desgraçado, teve coragem de atirar em mim. Eu vou matar ele — Louis bufou.

— Acho difícil você matar ele de novo — Morgan disse, sua voz parecia nervosa, provavelmente pensando na bagunça feita.

Levou vários minutos para que limpassem a sua sala e tirassem o corpo de Ferri com cuidado de não ser encontrado por ninguém além daqueles que estavam na sala.

— Liguei para esposa dele — Morgan voltou a dizer — falei que ele discutiu com um detento, que acabou atirando nele.

— E como explicou para ela que um detento tinha posse de arma dentro do presídio? — o guarda Paul perguntou.

— Com o salário baixo que ele recebia e todos os luxos que ele bancava com esse dinheiro do tráfico aqui dentro? — riu — ela bem sabia do modo como as coisas funcionavam.

— E aquela equipe do governo que cuida da fiscalização?

— Já resolvi isso — Morgan suspirou, passando as mãos pelos fios de cabelos escassos — mas agora espero que estejamos quites, Louis.

— Tanto faz — resmungou, se acomodando na cama — ainda quero saber quem roubou essa carga.

— Não vai morrer mais ninguém aqui — Morgan avisou, já receoso de mais problemas naquele dia — pelo amor de Deus.

Louis sabia que deveria deixar a poeira baixar e ele faria isso, até recuperar-se, mas queria saber alguns nomes, de qualquer forma.

— Afinal quem morreu? — Harry perguntou.

— Ferri — Hosk contou.

— Ah, já estava na hora — encolheu os ombros, mas recebeu muitos olhares duvidosos sobre ele no momento — quis dizer, que perda horrível para o mundo essa!

— Basta fazer uma transfusão sanguínea agora, você perdeu sangue com o ferimento — ouviu o médico dizer — vai ficar de repouso.

— Por quanto tempo? — Louis perguntou.

CELA 028Onde histórias criam vida. Descubra agora