Louis sabia que algo estava acontecendo com Harry.
A um dia atrás quando teve a conversa com John, logo com Harry, ele pode notar duas coisas:
1.John era louco.
2.John não teria como estar totalmente errado.
Ao observar todo cenário, ele notou que Harry poderia estar lhe manipulando, talvez não fosse do todo, ou não para lhe machucar, mas ele estava.
E aquilo, por algum motivo, não havia feito com que ele ficasse bravo, apenas curioso. Não havia deixado de ser apaixonado por Harry, mas gostaria de lhe entender.
O único que ponto que lhe magoou, certamente foi ter ouvido um "eu te amo" naquelas condições.
Se Louis o amava? Provavelmente sim, pois ele estava mesmo disposto a matar John, se fosse pela segurança de Harry.
Mas antes ele queria respostas.
Afinal de contas, amanhã seria sua soltura, amanhã ele estaria livre daquele lugar após nove anos.
Isso é, se tudo ocorresse bem.
Harry estaria disposto a estragar tudo isso, pela ideia de querer se livrar de John?
A audiência do garoto seria em uma semana, depois saberiam se Harry seria sentenciado ou não por ser cúmplice do homicídio de Peter.
— Docinho — a voz suave de Harry chamou a atenção de Louis, ambos estavam no horário do café — no que você está pensando?
— Nada demais — sorriu vagamente — você está bem? Como estão seus ferimentos?
— Troquei hoje mais cedo com o enfermeiro — disse ao homem — me sinto bem melhor.
Até onde Louis sabia, Harry estava tomando os remédios corretamente.
Tanto para sua bipolaridade, quanto para evitar as dores dos machucados.
— Você está ansioso? — Harry voltou a lhe perguntar.
— Para o que?
— Você sabe — forçou um sorriso — para sair daqui, já é amanhã.
— Nove anos, eu deveria estar triste? — a pergunta soou indireta.
No fundo ele gostaria de saber se Harry o faria mesmo matar John e correr o risco de passar mais um tempo ali, apenas por manipulação.
Se ele o amava realmente, não faria isso.
— Claro que não — franziu seu cenho — você merece sair desse lugar. Já passou por muita coisa, meu amor.
— Fico feliz que pense assim, mas não queria deixar você — murmurou, se inclinando para deixar um beijinho em seus lábios.
— Não se preocupe comigo — negou — eu vou ficar bem.
Louis observou ele voltar a comer calmamente.
Como tudo aquilo aconteceu?
De repente ele estava a dois meses de sair da cadeia, após nove anos, era quieto, pensava em si mesmo e fazia seus negócios andarem.
Mas de repente conheceu Harry, uma pessoa que não tinha o menor compromisso para si, mas que passou a lhe controlar indiretamente de um modo absurdo, ele sequer questionava os pedidos e exigências.
E ainda assim Louis não deixava de querê-lo bem.
Por outro lado, Harry sentia o olhar de Louis sobre ele, fingia não desconfiar do comportamento de Louis nos últimos momentos, talvez houvesse lhe entendido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
CELA 028
Fanficacusado de um crime que não cometeu, harry é preso por assassinato e obrigado a esperar sua sentença enquanto divide cela com louis, o assassino mais temido do presídio.