As coisas estavam muito difíceis para Harry.
Havia sido uma longa primeira semana longe de Louis, e com sorte seria sua última.
Havia tido problemas para dormir a cada noite. Não comia e seu terror diário passou a ser a hora de ir às duchas.
Mesmo sob vigia de Hosk, ele se sentia deslocado e inseguro.
Durante a semana, recebeu várias ameaças discretas, nos momentos em que saía para cumprir seu turno na lavanderia e acabava sendo alvo de xingamentos.
Parece que ele havia irritado algumas pessoas ali. A dois dias lhe serviram um pombo morto, na hora do almoço.
Harry deveria assumir que estava em pânico. Ainda com auxílio dos remédios e o apoio de Mickey e Ian, ele ainda não conseguia evitar a apartados de alguns sintomas do episódio depressivo que achava estar vivenciando.
Nem mesmo os presentes ganhos como shampoo, boa comida e calcinhas, faziam daquele lugar algo melhor, não sem Louis ali.
Por sorte, quem sabe, hoje seria o dia de seu julgamento.
Harry não sabia o que esperar daquilo, nem de nada em sua vida. Até o momento, Louis não havia ido vê-lo naquele lugar.
Harry tentava se consolar de alguma forma, saber que Louis estava feliz e livre agora era uma notícia boa. Só que ele não poderia deixar de se lembrar que contou o mais profundo de sua vida em um pedaço de papel e o deu nas mãos de Louis.
Talvez tenha se dado conta do problema que Harry era, e simplesmente ignorou sua existência, seguindo sua vida.
E Harry não achava que poderia reclamar, afinal Louis fez muito por ele, lhe deu tudo que precisava e aquilo que não precisava também.
E em troca havia mentido para ele, Harry não se sentia digno do perdão e da compaixão de Louis. Mas também não conseguia se arrepender daquilo que fez para sua própria sobrevivência.
Por volta do meio-dia, ele foi levado ao refeitório como todos os demais. Sua audiência seria às três e ele teria algum tempo para se acalmar, com sorte.
Hosk ficava a todo momento ao seu lado, quando Ian e Mickey não estavam, mas ninguém sabia a verdade em relação a Harry, apenas Louis.
Remoía em sua mente como deveria encarar a situação aparente. Seu advogado usaria seu laudo do psiquiatra para ganhar o caso, mas sabia que não era tão fácil.
Não tinha como ser.
— Hosk — Harry chamou pelo homem, enquanto era guiado para sua cela novamente, após o almoço.
— Sim? — o olhou atentamente.
— Acha que o Louis vai me visitar algum dia?
A pergunta foi sincera, Harry tinha medo da resposta. Ele tinha medo de tudo que seu futuro guardava.
— Eu acho que ele viria — o homem acenou — ele se importa muito com você.
— Hoje é a minha audiência — ele disse, mesmo que o outro soubesse — eu não sei se o Louis se lembra.
— Tenho certeza que ele se lembra.
Harry gostaria de acreditar que aquilo quer verdade.
— Você tem um recado, aliás — Hosk avisou.
— Eu? — franziu o cenho — o Tom veio hoje cedo me contar alguns detalhes do caso, não seria algo dele?
— Não, Morgan disse que você tinha mais um.
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CELA 028
Fanfictionacusado de um crime que não cometeu, harry é preso por assassinato e obrigado a esperar sua sentença enquanto divide cela com louis, o assassino mais temido do presídio.