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Em meio ao silêncio do escritório bem decorado, na enorme casa dos Styles, Andrew parecia atento ao analisar o convite recebido em seu e-mail.

Era por volta das oito horas da manhã e a exatos três dias Harry havia sido liberado de Wandsworth, e da sentença que foi acusado prévia e erroneamente.

Era um convite inusitado por dois motivos:

1.Não tinha remetente.

2.A data era para hoje à noite.

Ele observou o conteúdo do convite. Era um jantar, uma inauguração de um novo restaurante em uma zona distante das rotas mais movimentadas da cidade.

— Douce Folie — repetiu aquele nome. Se tratava de um restaurante francês, luxuoso e novo na cidade. Um convite para dois.

Sua atenção foi roubada ao som da porta abrindo-se e Anna aparecendo. Ela tinha uma xícara de chá na mão.

— Por que está com essa cara?

— Recebi um convite por e-mail — disse — para a inauguração de um restaurante francês novo.

— Quem te mandou?

— Não sei, não tem remetente. Mas eu imagino que seja alguma família rica que está tentando criar contatos novos na cidade.

Era comum que convites fossem enviados a nomes importantes, em busca de patrocínio a mais ou boa clientela.

— O convite é para duas pessoas — ele acrescentou para ela — e é em um local um pouco longe, mas eu imagino que seja por privacidade.

— Não faz sentido, exclusividade não é o mesmo que privacidade — ela encolheu os ombros — acho que deve ser um local grande, parecia ser afastado.

— É — acenou — vou pesquisar o nome do Google.

— Boa ideia, querido — ela sentou-se em frente a ele.

Andrew pesquisou atentamente sobre o local, não que achasse que necessitasse ir a fundo. Não levou muito tempo para encontrar belas fotos em um site oficial e com bom design. Ele observou os detalhes que eram impressionantes.

— Acho que deveríamos ir — ele disse — faz tempo que não comemos comida francesa.

— Não sou muito fã — ela deu de ombros — mas eu acho uma boa ideia.

Ele prontamente respondeu o e-mail.

— Sobre o Harry, conseguiu encontrar ele? — a voz masculina soou pela sala.

— Claramente não — Anna bufou — estou buscando algo a dias, mas para ser sincera, por mais que ele tenha dito as mentiras no tribunal, não foi aberto queixa.

— E?

— Se ele não nos denunciou, sumiu do mapa com o outro marginal, então é o melhor para nós — disse a ele — eu queria interná-lo na droga de clínica para que ele não nos perseguisse.

— Mas somos os responsáveis por ele — disse — se Harry é incapaz de ser preso por conta da saúde mental, então precisa de nós.

— Não temos o que fazer — ela disse — não temos as fichas originais da primeira internação e pouco me importa o que vai ser daquele garoto.

— Ele é seu filho.

— Era minha responsabilidade — deu de ombros — mas eu aposto que logo ele irá casar-se com aquele bandido nojento que o ajudava e então será dor de cabeça de outro.

Andrew respirou fundo.

— Harry deveria ficar aqui conosco.

— Por que? Não queremos ele longe?

CELA 028Onde histórias criam vida. Descubra agora