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A noite chegou e Louis demorou a ter respostas de seu garoto. As coisas pareciam não colaborarem com sua ansiedade.

Harry saiu pela tarde e agora era por volta das onze horas. Segundo Paul, ele não tinha nada grave, estava sendo medicado mais cedo e atendido de acordo com a necessidade de seus ferimentos.

Mas mesmo assim, Louis queria vê-lo, estava louco para que Harry voltasse a Wandsworth, ao menos na enfermaria poderia ser cuidado debaixo de seu olhar.

Ele estava sentado na sala de Morgan, no sofá. Estava acompanhado somente do diretor.

— Louis, eu sei que está preocupado, mas temos que manter a calma — o homem lhe disse, ao seu lado.

— Temos — riu — você não está nem aí para o Harry, quer que ele fique bem para que eu não acabe matando você pelo que fez.

— Não foi culpa minha essa desorganização.

— É claro que foi. Existem muitas facções dentro da prisão e você tenta dar espaço para todas. Pessoas demais com armas e drogas em posse.

— As armas foram roubadas — disse.

— Foram dadas aos presos pelos seus policiais idiotas facilmente comprados por um pouco de maconha — debochou.

Morgan não discutiu, apenas se recostou no sofá.

— Você está a uma semana de sair daqui — o homem disse — não arranje mais confusões. O julgamento de Harry não vai levar muito tempo.

— Não quero que ele fique aqui — Louis disse.

— Se tudo ocorrer bem, ele ficará livre desse lugar — Morgan acenou — é o que todos queremos.

Louis torcia para que isso acontecesse.

— E quanto a organização?

— Uma merda — o diretor bufou — algumas celas do andar foram vandalizadas, duas ou três. Estamos tendo que realocar alguns presos.

Louis poderia perguntar da situação de sua cela, mas ele sabia que nada havia acontecido com a 028, afinal ele havia visto pessoalmente.

Morgan observou a porta de sua sala sendo aberta muito devagar.

Paul apareceu ali:

— Licença, diretor Morgan, mas tivemos um problema com a cela 014.

— O que aconteceu? — se levantou rapidamente.

— A cela 014 teve a grade destruída e não podemos colocar os detentos lá hoje. Eu realoquei um deles e mandei para a 022, mas o outro ainda está aqui.

Louis observou um cara loiro e algemado atrás de Paul. Nunca o tinha visto.

— Nome do detento — Morgan pediu.

— John Foster.

Louis estreitou o olhar, se colocando de pé.

— O novato? — Morgan perguntou — eu vou checar como está a cela pessoalmente. Não posso liberar uma cela sem antes saber se podemos desperdiçar espaços assim.

— Deixo ele aqui? — Paul perguntou.

— Voltamos em cinco minutos — Morgan avisou — eu juro por tudo, Louis, não faça nada, você sabe que só tem a perder caso atente contra ele.

John não dizia nada, mas também não aparentava estar com medo.

— A gente vai ter que sinalizar mais uma morte, eu estou sentindo — Paul disse, antes de sair da sala.

CELA 028Onde histórias criam vida. Descubra agora