10| Alex Kozlov

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“Seus lábios
Meus lábios
Apocalypse”
Cigarettes After Sex – Apocalypse

O penúltimo cliente do dia saiu e depois de descartar tudo e higienizar o que seria usado para o próximo, eu me joguei no sofá, apertando os olhos, cansado

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O penúltimo cliente do dia saiu e depois de descartar tudo e higienizar o que seria usado para o próximo, eu me joguei no sofá, apertando os olhos, cansado. Não queria ter vindo trabalhar hoje, mas não podia faltar com minhas responsabilidades, esse é exatamente um daqueles momentos em que eu acendo um cigarro para conseguir lidar com o estresse, e essa é a última coisa que eu posso fazer. Também não posso mais beber, se eu passar da minha cota de álcool, comprometerei meu trabalho.

Usualmente desenhar funciona quase tanto quanto o cigarro, eu me concentro e esvazio a mente, é uma boa fuga, mas agora, sempre que eu pego em um lápis e encaro o papel em branco, acabo inevitavelmente desenhando ela, compulsivamente, chega a ser doentio, é como se eu não tivesse nada mais em meus pensamentos para reproduzir que não fosse seu cabelo macio, seus olhos instigantes, seu lindo sorriso que ilumina a obscuridade do meu coração.

Que droga, estou sendo a droga de um piegas, é o que Belle Kadyrova Ó Coileáin faz comigo, é o que sempre fez, e está pior desde a última briga, é como se meu estúpido coração reagisse com saudade absurda o medo de ver ela partir.

Alguém entrou, mas eu continuei como eu estava, meus sentimentos tão nebulosos que me obrigaram a tomar uns dez segundos para tentar me recompor, mesmo que isso significasse que a pessoa em questão me acharia maluco, embora ninguém que sobreviva a esse mundo seja inteiramente são, então não importa muito o que vai achar.

Eu me levantei, e abri os olhos, estava pronto para qualquer coisa, menos o que eu recebi. Era ela, a dona dos meus pensamentos, parada de frente para mim, e para completar a minha felicidade, seus cabelos estavam meio soltos.

Só percebi o quanto sentia sua falta e desejava vê-la quando meu primeiro impulso foi o de agarra-la, para tê-la em meus braços, mas me controlei no último segundo, por essa ser mais uma das coisas que eu não posso fazer.

— Kadyrova.

Ela parecia nervosa, mexendo freneticamente os dedos, com as mãos cruzadas em frente ao corpo.

— Oi – ela murmurou, como se não respirasse direito.
O que poderia ter acontecido para que ela estar aqui?

— O que você... – minha estúpida boca indo primeiro que minha mente, interrompi-me no meio e reformulei o que falava. — Aconteceu alguma coisa? Está tudo bem com Niamh?

— Sim, está tudo bem, eu a deixei com Phoebe.
Isso me aliviou, mas não resolveu a incógnita deliciosa da sua presença.

— Você está bem?

Poderia ser que algo estivesse acontecendo com ela, que apesar do nervosismo, aparentava estar bem.

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