Cariad

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— Depois de cinco anos ele finalmente conseguiu! – Belle exclamou, entrando empolgada no quarto de Alex.

— Oi, cariad¹, não sabia que você estava aqui – ele disse, sorrindo, sua voz como uma carícia no pé do ouvido arrepiou o corpo dela. — Quem conseguiu e o que?

Alex desligou o videogame que jogava antes dela entrar, não se importando que estava fechando bruscamente uma partida e que perderia o progresso não salvo.

— Meu pai, ele conseguiu que mamãe deixasse ele fazer a tatuagem de dragão – ela respondeu, sentindo a bochecha em chamas, indo sentar-se na cama dele, onde o mesmo havia indicado, com uma batidinha ao seu lado.

— Ah, isso – Alex colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, tocando carinhosamente seu rosto, enquanto a olhava com as pupilas dilatadas, captando todo o mínimo movimento que fazia. — Como ele conseguiu? – ele falava mansamente, como em um sussurro, que roubava o ar entre os dois e aumentava a tensão.

Era infinitamente difícil de se concentrar com Alex assim, tocando-a desse jeito e usando aquela voz com ela. No último ano, Alex havia ficado absurdamente mais bonito do que ela achava que era possível, músculos estavam mais visíveis em seu corpo e ele havia feito sua primeira tatuagem, sua voz havia melhorado ao ponto de que o drysor de sempre agora a arrepia dos pés a cabeça, é como se todas as coisas que eles costumavam fazer juntos tivesse ganhado um novo significado, um novo grau de importância, e estava sendo difícil de lidar e sair com a sanidade intacta.

— Anh, ele... – ela engoliu em seco, olhando para a boca dele, tão próxima dela, e não conseguiu completar a linha de pensamento.

Desde quando aquela parte dele era tão interessante assim? Seus lábios sempre despertaram nela essa vontade de saber se eram tão macios e deliciosos quanto aparentavam ser? Ela sacudiu a cabeça levemente e tentou novamente.

— Ela já havia feito a exigência da academia, e ele já estava cumprindo, você sabe, aquela desculpa de que só ficaria bonito se ele tivesse bons músculos nas costas – disse, desviando os olhos, tentando esquecer que Alex também tem bons músculos nas costas, desde a última vez que ela checou. O problema também estava no fato de que a mão dele continuava nela, arrepiando sua pele, sentindo seus batimentos cardíacos acelerados. — Dai ontem ele disse para ela assim: "amor, o tamanho do dragão nas minhas costas representa o tamanho do meu amor por você, nos conhecemos aqui, essa é a nossa história, deixa eu marcar o meu amor por você na minha pele" – ela completou, fazendo uma voz grossa que saiu um pouco engraçada, e a risada nasal que ele soltou arrepiou ainda mais o corpo dela. Até a risada! — Sim, eu estava assistindo escondida e, sim, eu repeti tanto para mim mesma que eu aprendi, mas isso não vem ao caso, ele conseguiu! Eles estão lá na sala com seu pai, decidindo os detalhes de como vai ser.

Pronto, ela conseguiu falar, talvez tenha sido só a adrenalina de ter chegado correndo até ali que fez seu corpo reagir daquela maneira; se ela conseguiu falar, haviam voltado ao normal, eram só a Belle e o Alex de sempre, nada mudou entre eles.

— Eu faria uma dessas por você – Alex disse, os dedos entrando lentamente no couro cabeludo dela e Belle suspirou, inclinando a cabeça em sua mão e virou o rosto para ele, corada, derretida, sem forças para ir contra seja lá o que ele planejava fazer.

— Alex... – ela murmurou seu nome, de tal forma que parecia implorar por algo, ao passo de que seus rostos se aproximavam, devagar o suficiente para parecer infinitamente longe e levá-la a loucura pela ansiedade de um ato que é mais loucura ainda, para eles dois.

— O que é, amor? – ele perguntou, parecia estar provocando-a, adorando seu estado, afastando-se toda vez que estavam próximos demais.

— Se vai me beijar, faça isso logo, dragão – murmurou, levemente irritada, e ele sorriu, adorando sua fala.

— Às suas ordens, princesa.

Seus lábios se tocaram pela primeira vez, e toda a eletricidade, a agonia no pé da barriga, o coração acelerado e todas as outras reações que ele já provocou nela, nenhuma delas, chegou aos pés de como ele a fez se sentir dessa vez, somente com o encostar de sua boca.

Era quente e macia, firme, deliciosa, era uma péssima ideia, e uma loucura, mas era bom, e viciante, e parecia certo.

Eles se separaram, um pouco assustados pela reação de ambos, ofegantes, encararam-se por um segundo, tiveram uma breve conversa com o olhar e toda a atração que já chegaram a sentir, o desejo de ambos um pelo outro, o amor mútuo, foi libertado, e seus lábios voltaram a se juntar.

O beijo tinha tudo o que beijos normais tinham, encaixava como se fossem feitos um para o outro. Eles cada vez mais acostumavam-se com a boca um do outro, com as reações que provocavam-se, os suspiros, os beijos que desciam da boca ao pescoço e que vinham acompanhados com mordidinhas, a intensidade ia aumentando, eles não pensavam nas consequências, não pensavam nas pessoas que estavam dentro de casa, na porta destrancada, era como se o mundo tivesse desaparecido quando Alex deitou o corpo de Belle em sua cama, sob o dele.

Até ouvirem um choro.

Alex tirou a boca do pescoço dela contra sua vontade, engolindo o grunhido de frustração, a realidade recaindo sobre ambos. Não havia arrependimentos neles, na verdade, o desejo latente chamava para que retornassem ao que faziam, o olhar que trocavam dizia que ela estava pronta para aquilo tanto quanto ele estava.

— Meu pai pode pegar ela – ele disse, antes de voltar a beija-la.

Sua mão desceu para a coxa dela e ele a tocou com a devoção que tocava as outras partes do seu corpo, auxiliando para ela a enrolar em sua cintura, mas eles foram obrigados a parar novamente, desta vez por um grito de Andrew.

— Alex, pega sua irmã, eu estou ocupado agora!

Alex grunhiu frustrado, depois de tirar a boca do pescoço dela, mas não resistiu a tentação ao ver aquela parte de seu corpo tão exposta e deu uma última mordida, seguida de um beijo para aliviar a dor. Belle murmurou seu nome com uma sensualidade provocativa e nada intencional, que quase o fez desistir de se levantar, mas o choro de sua irmã cada vez mais se intensificava.

— Vamos terminar isso depois, amor, eu prometo – ele disse, e deixou um beijo rápido em sua boca antes de se levantar para jogar uma água no rosto e no pescoço, e só então ir pegar sua irmã.

Belle continuou deitada na cama dele, tentando controlar sua respiração e sensações corporais, sentia-se completamente em chamas e, melhor ainda, inteiramente feliz. Era um passo assustador, esse que eles haviam dado, mas nenhum dos dois se arrependia dele.

Ela mal podia esperar para quando ele finalmente pudesse cumprir sua mais recente promessa, mas infelizmente isso não chegou a acontecer, já que, naquele mesmo dia, ao sair da casa dele, ela e sua família se envolveram em um acidente, que abalou rigorosamente a relação dos dois.

Ela mal podia esperar para quando ele finalmente pudesse cumprir sua mais recente promessa, mas infelizmente isso não chegou a acontecer, já que, naquele mesmo dia, ao sair da casa dele, ela e sua família se envolveram em um acidente, que abalou r...

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Notas de Rodapé

¹: Amor, em galês.

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