13| Belle Kadyrova

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“Você é o meu sol,
minha lua,
e todas as minhas estrelas"
E. E. Cummings

Eu achei apenas um vestido em minhas coisas, preto, e meio justo ao corpo, principalmente na cintura, de alça fina e tecido escorregadio

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Eu achei apenas um vestido em minhas coisas, preto, e meio justo ao corpo, principalmente na cintura, de alça fina e tecido escorregadio. Havia feito uma bagunça ainda maior do que a que já existia tentando procurar algum, e esse foi o único que eu achei que fosse adequado para esse tipo de evento, provavelmente foi minha mãe quem comprou para mim, já que dificilmente eu compraria um vestido assim, não que eu não goste dele, até que é lindo, mas dificilmente me sinto inteiramente confortável em algo tão expositivo. Será se está bom?

Estou me sentindo meio ornamentada demais, até mesmo me maquiei, acho que foi bom que eu ainda lembrava como me maquiar, até mesmo delineado eu fiz. A parte boa é que nos pés eu pude colocar um coturno, já que tenho a desculpa de não ter um salto, a parte ruim, é que algo me diz que não combinou muito bem.

Talvez eu devesse tirar o vestido e encontrar alguma calça nas roupas jogadas em cima da cama, talvez me olhassem atravessado, talvez não, se bem me lembro a mulher disse que só haveria algumas pouquíssimas pessoas no casamento, talvez vestidos elegantes não sejam para mim, ou cabelo solto, ou brilho labial picante que é estranhamente delicioso de usar.

Eu estava segurando a barra do vestido com força, sem ligar que ele possivelmente amassasse, seriamente considerando a troca, quando eu ouvi três batidas na porta. Eu sabia quem era, só tinha nós dois no apartamento, já que Phoebe levou Niamh para se arrumar com ela, e embora ainda houvesse algo dentro de mim que gritasse que não era uma boa ideia, eu ainda queria que ele entrasse.

Eu abri a boca para responder, umas três vezes, mas nada saiu dela, e frustrada esperei em silêncio, torcendo para que ele compreendesse o meu silêncio como um convite para entrar.

Eu vi pelo espelho a maçaneta girar, e meu coração corria em meu peito como um louco, eu sentia todo meu corpo tremer, sabia que era ansiedade para ouvir dele a resposta para o pensamento que me afligia:

Eu estou bonita nesse vestido?

— Furacão? – esse apelido é novo, mas justo. — Você está vestida? Sabe, não precisa ir se não...

Alex havia finamente entrado no quarto, tinha interrompido o que falava e agora me olhava fixamente, com uma expressão séria no rosto. Seus olhos não piscavam e seu corpo não movia.

Lentamente me virei para ele, não porque queria fazer uma apresentação dramática, mas porque eu temia que se fosse rápido demais a tensão ainda presente em meu corpo me faria cair, e isso não é o tipo de cena da qual eu gostaria de interpretar.

Havia um lado bom em seus longos e torturantes minutos de silêncio e olhar intenso, era a situação perfeita para que eu pudesse admira-lo livremente, e devo dizer que hoje ele se superou. Exceto pelo blazer, Alex estava usando todas as peças de um terno, a camisa social, única das peças que era branca, e não preta, estava dobrada até quase o cotovelo, e deixava a mostra suas tatuagens, dava a ele a aparência selvagem quase domesticada de sempre. Com exceção de quando ele está se exercitando, é praticamente um milagre vê-lo sem a fatídica jaqueta de couro, eu ate sinto como se ele usasse isso desde que tínhamos doze, mesmo sabendo que não era assim, mas vê-lo desse jeito hoje, vestido socialmente, é uma novidade um tanto deliciosa.

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