07| Belle Kadyrova

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“Tempos difíceis nos aguardam e
em breve teremos que escolher entre
o que é certo e o que é fácil.”
J. K. Rowling

Já olhei em todo lugar, todo canto desse apartamento, até nos lugares que ela não caberia, mas mesmo assim não a achei

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Já olhei em todo lugar, todo canto desse apartamento, até nos lugares que ela não caberia, mas mesmo assim não a achei. Só faltava um lugar, que eu sabia que ela estaria lá desde o início, mas mesmo assim eu entrei em negação e não quis ir procurar.

E então? Não vai responder? Tratamento do silêncio não funciona comigo, você sabe que eu insisto até conseguir o que quero – a voz do outro lado da linha me fez parar em pé no quarto, com a mão livre apoiada na cintura.

— E o que você quer, dona Emília?

Como está sendo morar com o Alex? Você tem alguma coisa para me contar?

Sua voz parecia sugerir que ela sabia de algo, ou que achava saber de algo que merecia demasiada empolgação, e meus pés gelaram enquanto eu andava para fora do quarto.

— Você é a segunda pessoa a me perguntar isso, na terceira irei oferecer minha vaga – eu respondi, prestando atenção na minha voz para não entregar que eu estava desconversando.

Bem, isso é com certeza algo que levanta a curiosidade das pessoas – defendeu.

— Não sei o porquê.

Cínica, sim, você sabe – ela respondeu, e eu soltei um riso nasal, parada em frente a porta ao lado da minha.
Você não respondeu a segunda pergunta.

— É porque eu não tenho nada para contar – respondi, hesitando com a mão na maçaneta.

Tomara que minha voz esteja controlada, Alex me paga por ter me feito perceber essas coisas. Mas se bem que foi eu que perguntei.

Ah, pelo amor de Deus, eu conheço minhas crianças! O que? Vocês se beijaram? – eu me engasguei com minha própria saliva e comecei a tossir freneticamente, sentindo minha bochecha esquentar.

Quando minha mãe ficou tão direta assim?

Ah, isso é um não. O que esses jovens de hoje em dia têm? Achei que vocês fossem mais rápidos, mas são mais lentos que minha geração.

— Mãe! – exclamei, depois de me recompor, forçando minha garganta a funcionar direito.

Acho que vocês precisam de um incentivo – ela parecia estar pensando alto, mas a frase me causou um arrepio na espinha.

— Não precisamos de nada – eu disse, tomando fôlego e finalmente abrindo a porta.

Ah, não, querida, eu sei exatamente o que vocês precisam – se bem conheço minha mãe, sei que ela piscou um olho.

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