(Não revisado)
Faltavam dois dias para o ritual, mas já tinham pessoas correndo pra lá e pra cá com as coisas, os materiais que seriam utilizados eram muito específicos, assim tornando tudo ainda mais difícil.
Fatuk estava na cabana de um dos anciãos Oaytican, já com sua idade avançada ele era muito respeitado tanto pelo seu clã, como pelo clã local, então era encarregado da parte espiritual junto da Tsahìk, então sua casa era utilizada para o preparo da tinta usada na tatuagem.
Algumas mulheres estavam ali, incluindo Ronal e Neytiri, já que estavam tentando serem amigas da estrangeira, e também ajudavam no que podiam, por isso, Ronal estava mexendo um pequeno caldeirão no fogo e Neytiri junto de Fatuk estavam cortando uma das últimas ervas usadas na tinta.
– Isso fica cozinhando por quanto tempo? - Ronal perguntou.
– Três dias - Fatuk respondeu - Tem um ingrediente que é tóxico, então precisa ser cozido por esse tempo para não ocorrer nenhum dano.
– Mas, não é muito perigoso? - Neytiri perguntou - Digo, não teria alguma forma de preparar a tinta sem ele?
– Já tentaram, mas ele é o maior responsável para que o pigmento fique na pele, já que a nossa é mais escura, ele tem que ficar o mais escuro possível.
Neytiri balançou a cabeça sinalizando que entendeu, e assim elas ficaram conversando até Ronal ter que dar de mama ao seu filho mais novo, ela o teve a poucos meses atrás, um menininho chamado Ra'yuk.
– Como vocês conheceram seus maridos? - Foi uma pergunta genuína de Fatuk.
– O meu era um do povo do céu, mas que conseguiu um corpo Na'vi que era para ser do seu irmão gêmeo, tentei mata-lo, mas ele se aproximou do meu povo, fui designada a ensina-lo nossos costumes, nos apaixonamos, fizemos a ligação, e logo depois o povo do céu destruiu nossa árvore sagrada, descobri algumas coisas e quis mata-lo novamente, mas ele também de virou contra sua espécie, se tornou o Toruk Makto e liderou nosso povo até a vitória assim se tornando um Na'vi de verdade. - Neytiri contou resumidamente sua história, ocultando algumas coisas.
Ronal que já tinha escutado por cima a história do grande Toruk Makto, se espantou ao saber que Neytiri também já quis matar seu marido. Fatuk também.
– Eu conheci Tonowari ainda criança, não nos gostávamos, estávamos mais para inimigos do que amigos, também já o tentei matar algumas vezes, mas ao longo que fui crescendo, ele começou a chamar minha atenção, e então eu percebi que todo aquele ódio, na verdade era amor. Então no seu ritual de passagem, para minha surpresa, ele me escolheu para ser sua esposa, e então descobri que ele também sentia o mesmo. - Ronal falou nostálgica.
– Oh, eu também tentei matar Tk'ran quando éramos jovens - Fatuk se pronunciou - Mas foi acidentalmente, eu estava ajudando minha mãe a colher algumas frutas em cima das árvores, e no meu caminho havia um galho velho, então o quebrei e joguei para o chão, mas ele estava passando na hora e o galho caiu em sua cabeça. Lembro-me que ele ficou desacordado por três dias, mas quando acordou eu o pedi muitas desculpas, fomos conversando e nos aproximando, e em seu ritual, depois de fazer as tatuagens descobri que ele ficou muito mais atraente - Ronal concordou, se lembrou que depois de fazer as tatuagens, ela quase babou no marido - E então não aguentei mais e me declarei, ele disse que sentia o mesmo e começou a me cortejar, depois nos ligamos e aqui estamos com três filhos.
– Três? – Neytiri se atentou.
– Sim, ele só não sabe ainda - Colocou a mão em sua barriga ainda nula - Vou contar depois do ritual.
– Que Eywa os abençoe. - Disseram Ronal e Neytiri juntas.
Não muito longe dali, Ak'emi treinava junto de seu pai e alguns guerreiros numa parte mais afastada da areia. Eram observados por Jake e Tonowari, junto de seus filhos. Os adolescentes depois de toda a confusão com Quaritch, ficaram mais unidos e era raro ver algum deles sozinhos, Aonung e Lo'ak tinham superado suas diferenças, o Metkayina havia se desculpado com toda a família Sully por todas as palavras ruins que direcionou aos mesmos.
Rotxo também era sempre visto com eles, principalmente com a filha mais velha de Jake, Kiri. E Tuk não desgrudava dos irmãos, e tinha se apegado muito a Ak'emi, mesmo ela não saindo muito com eles, pois ainda era bastante reservada e na dela.
– Eita, eu que não treino com ela nem se a própria Eywa me pedir - Disse Lo'ak após ver a Oaytican derrubar mais um dos vários guerreiros no combate corpo a corpo.
– O Aonung que deveria tomar cuidado - Disse Rotxo - Ele vive implicando com a garota.
Depois daquele dia que conversou com o amigo, Aonung resolveu se aproximar da menina, mas do seu jeito implicante. O que a deixava bem irritada e com vontade de o bater até cansar, mas ao mesmo tempo gostava do flerte disfarçado do mesmo.
Já Neteyam se aproximava dela de forma mais calma, tendo conversas mais profundas e amigáveis.
Os dois garotos também se aproximaram bastante, que era até possível ver o desejo em seus olhos quando conversavam.
– O que eu posso fazer? - O citado respondeu - É o meu jeito.
– Flertar implicando? - Sua irmã perguntou - Você vai é acabar levando um soco.
O garoto já nem a escutava mais, estava muito concentrado em Ak'emi, em seus movimentos e agilidade, Neteyam não estava diferente, só faltavam babar na garota.
Ela vestia uma espécie de blusa feita de tiras de couro trançadas ao seu redor, e na parte debaixo um tipo de saia do mesmo material da parte de cima.
Seus cabelos agora soltos balançavam conforme seus movimentos, destacando as ondas e alguns cachos no meio do ruivo e branco.
Seu pai supervisionava todo o treino, e quando achou que já estava bom o corpo a corpo, passou para as armas. A entregou sua lança, que também misteriosamente apareceu na beira da praia onde seu povo tinha sido encontrado. Era uma lança até comum, mas tinha duas pontas, uma em cada extremidade, e eram de prata.
Por ser um povo que viviam perto de vulcões, eles conseguiam fazer coisas com os minerais oferecidos pela natureza. Era um conhecimento passado entre gerações.
Mas seu diferencial, era que quando Ak'emi a tocava, ela pegava fogo, e os olhos da garota também se acendiam, flamejavam de uma forma muito bela.
Todos ficaram ainda mais impressionados com aquele clã, não se sabia muito sobre eles, pois depois que foram "extintos" suas informações se perderam com o tempo, e não sabiam mais que tipo de coisas ainda viriam a tona sobre sua cultura, mas com certeza eles ficariam surpresos.
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Oioi meu povo, tudo bem?
Espero que tenham gostado.
Não me contive em colocar o Aonung como aquelas pessoas que flertam implicando sabe? Eu fico fraquinha com isso.
O que vocês estão achando?
E eu também queria saber se vocês gostariam de algumas fotos da Ak'emi, tipo, alguns looks, cabelo e etc. Não seria sempre, mas em algumas ocasiões tipo o ritual?
É isso, até breve❣️
- Ravena.
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O Clã Esquecido | Avatar
FantasyOnde após a guerra com o povo do céu, as coisas finalmente estão tranquilas, novos casais e uma nova vida. Mas um acontecimento raro pode mudar a vida de todos, fazendo-os enxergar a história de Pandora de uma forma totalmente diferente. (Todas as f...