Capítulo 16

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(Não revisado)

Como já tinha virado rotina, lá estavam os adolescentes, Tuk e Naolu na beira da praia sentados em uma rodinha conversando. Naolu e Tuk estavam dormindo depois de muito brincar e esgotarem suas energias que pareciam ser quase infinitas.

– Como pode vocês serem tão parecidos? - Kiri de referiu a Ak'emi e Naolu deitado no colo da irmã - A genética de vocês é bastante forte.

– A mesma coisa eu digo de Lo'ak, Jake, e Neteyam, Neytiri - A Oaytican disse sorrindo - Um a cara do outro.

– Será que nós nos parecemos com nossos pais? - Aonung cutucou sua irmã, falando baixinho.

– Sempre te achei parecido com um guerreiro que tem aqui, não sei o nome dele - A menina respondeu.

– Você tem o sorriso da sua mãe - Ak'emi escutou a conversa dos irmãos e se dirigiu a Aonung, quando Tsireya se distraiu com Lo'ak novamente.

O garoto sorriu para ela, e então continuaram a conversa. Até que uma pergunta inesperada atingiu Ak'emi.

– Ak'emi - Chamou Tsireya - Posso te fazer uma pergunta? Se você não se sentir confortável, não precisa responder. - Recebeu uma afirmação.

– Reya! - Aonung chamou a atenção da garota, já tendo uma ideia do que seria a pergunta.

– Tá tudo bem, relaxa - Tranquilizou o parceiro.

– Eu - Hesitou - Queria saber como que aconteceu pra você ser pega naquele dia, mas só se você quiser responder - Falou rapidamente.

– Tudo bem, Reya - Sorriu - Como meu pai tinha dito, era o meu aniversário de 18 anos, então tava tudo uma loucura na nossa vila, pessoas indo pra lá e pra cá com os ajustes de tudo do ritual. Então eu fiquei muito estressada com tudo e fui dar uma volta na floresta perto daquele poço, pra me acalmar. Mas eu só percebi que não estava sozinha quando já tinham me pegado, eu lutei do jeito que pude, consegui derrubar alguns e morder outros, mas eram um número considerável contra uma só, então me amarraram e colocaram um pano na minha boca, eu tentei queimar aquelas cordas, mas eram de um material específico pra prender nossos dragões, então não pegava fogo. Aí me jogaram dentro daquele lugar, na queda eu bati minha cabeça em uma pedra, quase fiquei inconsciente. - Suspirou, aquela parte era a pior de se lembrar - Quando eu cheguei no fundo, não tinha o que fazer, tentei me debater mais não adiantou, e fui sufocando e me afogando aos poucos, juro é uma dor horrível, aí eu perdi minha consciência de vez, e só acordei quando estava aqui.

– Nossa, isso foi muito cruel - Rotxo comentou - Como puderam trair o próprio povo?

– Pois é, e ainda nos fizeram ficar como a parte "ruim" dos Na'vi - Ak'emi falou com pesar - Nos deixou tanto traumas - Se lembrou do episódio de mais cedo com seu irmãozinho.

Neteyam e Aonung vendo que a parceira ficou vulnerável com o assunto e os acontecimentos recentes, a abraçaram cada um de um lado, tomando cuidado com a criança adormecida.

Não demorou muito para irem para suas casas, pois o eclipse já ia acontecer, então depois de se despedirem, Ak'emi foi até seu Maruí acompanhada pelo Metkayina e o Omatikaya, se despediram com um selinho cada e foram também embora.

– Eu vejo você mãe, pai - Fez o sinal entrando em casa e indo colocar Naolu em sua esteira.

– Eu vejo você filha - Sua mãe respondeu e seu pai também.

– Naolu vai ficar mais algum tempo sem treinos - Comunicou aos dois.

– Por que minha filha? Houve algum problema? - Tk'ran perguntou preocupado, seus filhos estavam tão animados pela manhã com o treino.

– Alguém mexeu com vocês? - Fatuk não era boba, sabia o preconceito que alguns Metkayinas ainda possuíam sobre seu povo.

– Não mama - Tranquilizou a mais nova - Mas, Naolu está traumatizado com a água, disse que tem medo dos homens maus o jogarem no mar de novo.

– Sabia que isso poderia acontecer, mas rezava a Eywa para que não - Tk'ran falou tristemente.

– Meu pobre menino, tão novo mas com tantos medos já em si - Fatuk murmurou em tristeza.

– E você minha menina, eu sei que se culpa por tudo o que aconteceu, mas isso não é sua culpa. - Ak'emi já tinha os olhos inundados por lágrimas e os lábios trêmulos enquanto sua mãe falava - Não podíamos adivinhar que nosso próprio povo de viraria contra nós, que eles nos trairiam de forma tão fria e abominável.

– Mas - tentou falar, mas o choro já não deixava, estava segurando desde que estava com seus companheiros.

Seus pais vendo a situação da filha, foram ao seu encontro a abraçando e passando todo o carinho que conseguissem para confortar a adolescente, sabiam que ela também teve muita dificuldade e ainda tem um pouco na questão de entrar na água.

– Eywa nos deu uma segunda chance - Tk'ran sussurrou, não precisava falar alto - Nos deixou viver novamente, deixou você encontrar seus parceiros e de certa forma nos livrou daqueles que queriam nosso mal.

– E estamos nos reerguendo aos poucos, irão ficar cicatrizes, mas significa que passamos por isso como verdadeiros guerreiros - Fatuk também sussurrou - Nós amamos vocês demais ok? Sempre que precisar estaremos aqui.

Ficaram naquele abraço por mais um tempo, e era como se um peso enorme tivesse sido tirado das costas da Oaytican, se sentia horrível por tudo que aconteceu com seu povo, mas entendeu que não havia como impedir. Só restava viver a segunda chance que receberam com muito orgulho.

Naquela noite, Ak'emi pode dormir tranquilamente, sem pesadelos, sem medos e sabendo que sua família sempre estaria ali para o que precisar.




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Oioi gente, tudo bem?

Eu tentei ok? Não gostei muito do resultado, mas tentei.

O guerreiro que a Tsireya se referia:

(Não sei se é o mesmo)

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É isso, espero que tenham gostado❣️

Um beijo na boca❤️



- Ravena.

O Clã Esquecido | Avatar Onde histórias criam vida. Descubra agora