Nova Segurança

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POV Carolyna

-Não é preciso isso, pai! Não preciso de
seguranças - digo pela milésima vez.

-Mais é uma ingrata mesmo - Kellen, minha
madrasta diz.

- Kellen, por favor! - meu pai massageia as
têmporas - Carolyna esse assunto não esta em discussão, você tera seguranças, nem que seja ao menos um em cada período.

-Mas...

-Sabe eu quero apenas sua segurança, filha! - me encara e eu suspiro.

Entro em meu antigo quarto e me jogo na
cama. Não posso negar que vivo em perigo
constante, afinal meu pai é um delegado.
Há dois dias, meu pai foi me buscar na
faculdade e me livrou de um assalto. Desde
então, ele insiste no assunto de me ver
cercada de homens estranhos e rabugentos.
Vitoria, minha irmã, por parte de pai, vive
cercada de seguranças. Sim ela adora chamar atenção! E o pior lado disso tudo é que acham que eu sou como ela, fútil, mimada, e vazia. Mais eu não sou assim, as pessoas não me conhecem o suficiente.
Minha mãe morreu quando eu tinha 5 anos
e adivinha só, meu pai Roberto Borges traiu
minha mãe Fernanda Borges com Kellen.

Ambos eram casados. Claro que traição é algo errado, mais isso não diminuiu o meu desejo de conhecer a minha mãe. Desde sua morte, vim morar com meu pai, que não me negou. Ele me amou como um
verdadeiro pai, para a infelicidade de Vitoria e Kellen Pelo que sei, minha mãe não sabia que meu pai traia ela. Palavras da tia Letícia. Então, meu pai tinha uma grande parcela de culpa. Isso é sempre motivo de humilhações e desfeitas. Elas me odeiam e fazem da minha vida um inferno.
Arrumo meu cabelo e desço as escadas.
Kellen e Vitoria que antes riam de alguma coisa, se calam no mesmo instante em que me vêem descendo.

-Sempre estraga prazeres! - Vitoria
resmunga, olhando suas longas unhas
pintadas de vermelho.

Não dou ouvidos e vou me despedir do
meu pai.

- Já contratei! - me abraça. - Sabe que é
para seu bem, não sabe?

- Eu sei, pai!

- Vão te buscar na faculdade amanhã. -
assinto.

[...]

Chego em meu apartamento e me jogo
no sofá. Não tinha nada de muito interessante em minha rotina. Bom, assim diriam outras pessoas. Prefiro um bom livro e um filme para ocupar o meu tempo. Eu realmente preferia trocar uma noite de
festa por uma maratona de séries. Respiro fundo e pego meu celular, discando o número de Kelvin, meu namorado.

- Alô? - diz com a voz sonolenta.

- Oi, te acordei?

- Não, não. Como você tá?

- Bem, só um pouco cansada. A
faculdade está exigindo muito de mim.
- resmungo, soltando uma risada. - E você?

- Bem, estou timo! - ri baixinho. - É,
hum, amor, eu vou desligar. Se der, eu
passo ai no seu apartamento, tá bem? -
Suspiro.

- Tudo bem.

- Não vai ficar chateada, não é, gata?

- Claro que não! - solto uma risada fraca.

- Bom, então até mais. Eu amo você.

- Uhum, até! - desliga a chamada.

Suspiro e jogo o celular ao meu lado.

[...]

- Até que enfim você chegou! - Paulo
resmunga me fazendo rir.

- Nem vem! Não estou tão atrasada
assim! - ele revira os olhos.

- E o seu novo segurança? - pergunta
enquanto andamos em direção à sala.

-Ele virá me buscar hoje! - resmungo.
- Não consegui convencer meu pai de
desistir dessa ideia.

- Será que é um daqueles caras gatos
e musculosos, com cara de mau? - ele
sorri malicioso. - Bem que você poderia
tirar uma casquinha.

- Para com isso, Paulo! - rio. - Você sabe
que tenho o Kelvin.

Ele revira os olhos.

- Sabe que eu odeio esse babaca do seu
namorado, não sabe?

- Não começa! - digo, me sentando em
umas das cadeiras.

Ele bufa e o professor começa a aula.
Paulo definitivamente odeia Kelvin. Paulo era meu único amigo. Não que eu não fosse uma pessoa sociável, as pessoas apenas me evitavam. E bom, eu sabia um dos motivos.
Vitoria, como já dito não passava de uma
garota vazia. E uma das suas principais
funções era infernizar a minha vida.
Por isso vivia espalhando boatos sobre
mim. Um desses boatos os quais ela já
inventou, foi que eu havia transado
com a maioria dos garotos da sua sala.
As pessoas passaram a me olhar de
um modo diferente, sem contar que
surgiram convites inusitados de alguns
garotos durante certo tempo. Bom, eu
não ligava muito para o que ela dizia
sobre mim. As pessoas poderiam não
me conhecer, mas eu me conhecia. E já
era o suficiente. O final da aula chegou rápido. Eu estava ainda tão irritada pelo fato de que eu iria ser acompanhada por seguranças.

- Se o seu segurança for um pedaço
de mau caminho, Carol, por favor, o
agarre. - Paulo pisca para mim e eu
Ihe lanço o dedo do meio. - Essas suas
demonstrações de amor realmente me
emocionam. - coloca a mão no peito.

- Tchau, Paulo! - rio e ele me lança um
beijo no ar.

Ando devagar até os portões da
universidade e respiro fundo olhando
para os lados. Como eu vou saber quem é o babaca do meu segurança, senhor?

- Senhorita Borges? - suspiro ouvindo uma
voz feminina atrás de mim.

Me viro para encará-la e arrega-lo
levemente os olhos. Engulo em seco.
Ela tinha a pele levemente bronzeada
e os cabelos ruivos . Seus olhos eram
Castanhos claros e sua boca carnuda
chamava a atenção. Sem contar sua postura
imponente e séria.

- Sou eu.

Ela sorri, parecendo perceber meu
nervosismo. Não dá para negar o quanto era uma mulher bonita.

-Sou a sua nova segurança!

Meu porto seguro - Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora