Quando vai perceber

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POV Carolyna

A única pessoa com quem eu conversava
naquela festa era com meu pai. Era
perceptível o tanto que eu não me sentia bem dentre aquelas pessoas. Olho ao redor e tento encontrar Priscila, pois a mesma não estava com Lucca.

- Filha? - encaro meu pai. – Está procurando alguém?

Antes que eu pudesse responder a pergunta, eu a encontro. E para minha surpresa, ela estava dançando com Vitoria.
Eu não estava com ciúmes! Eu só... Ah, que se dane!

- Não, pai! - respondo e sorrio fraco.

Suspiro e volto a olhar para as duas.
Eu estava incomodada. Eu e Priscila não
tínhamos nada além de sexo, mas só o fato
de vê-la agarrando a cintura da minha meio irmã, já me dava náuseas.
E então eu vi a cena que, assustadoramente, me desestruturou.

- Filha, você está bem? - meu pai pergunta. -
Você está pálida!

Priscila e Vitoria estavam se beijando. Eu
arregalei os olhos. Olho para meu pai, tentando afastar a cena desconcertante e a dor que me causara.

- S-sim! - me levanto. - Eu tenho que ir, pai! - os olhos de Priscila se encontram com os meus, quando decido olhá-los mais uma vez.

- Mas filha...

- Depois nos falamos, pai! – digo, antes dando um beijo em seu rosto e saio dali o mais rápido possível.

Meus olhos estavam ardendo. Eu queria
voltar e gritar com Priscila, mas eu não tinha esse direito. Eu tinha me apaixonado por ela e o meu maior medo se tornou realidade. Quando eu já estava distante o suficiente do salão, sento na calçada, na esperança de que um táxi passasse por ali.

– Carol! – ouço a voz de Priscila e meu
coração acelera.

Ela vem até mim. Estava ofegante, como se
tivesse corrido uma maratona.

- Hum? - tento me mostrar indiferente.

Eu não queria que ela soubesse dos meus
sentimentos por ela e ter a certeza que ela
não sentia o mesmo sentimento que eu
guardava, seria humilhante.

Ela riria de mim.

- Olha, eu...

- Por favor, não me explique nada! - digo
voltando à olhar algumas pedrinhas da
calçada.

– Não, olha... – ela suspira pesadamente. –
Aquilo não foi o que pensou. - ela toca meu
ombro e eu me levanto, me afastando de seu toque.

Eu não estava com raiva dela. Eu só estava
decepcionada comigo mesma por ter me
apaixonada por ela com a esperança de que ela sentisse o mesmo por mim.

– Eu disse que não precisa me explicar nada! Eu só quero ir embora!

Me afasto, mas Priscila segura meu rosto com as duas mãos.

- Me escuta! – ela olha nos meus olhos. -
Vitoria me beijou. Eu não retribui, eu juro! – ela parecia desesperada. - Eu não quero nada com ela. Confie em mim.

- Priscila por favor! Para! - tento me afastar,
mas ela segura minha cintura, fazendo nossos corpos se chocarem.

– Quando vai perceber que é você que eu
quero, Carolyna? - pergunta me apertando
ainda mais contra si.

- Priscila, não...

- Quando vai perceber que eu me apaixonei
por você? - arregalo os olhos.

O quê?

A encaro em choque. Ela não podia estar
falando sério. Eu devia estar delirando.

- Priscila... - me afasto de seu aperto
delicadamente.

Meu porto seguro - Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora