Revelações

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POV Priscila

Peço que Fernanda se sente em uma das
poltronas de couro e ela o faz. Era perceptível o tanto que Roberto e Fernanda estavam nervosos com o reencontro. Mas era preciso. Por Carolyna.

- Comece. - digo e ela suspira, assentindo.

- Eu...

- Conte tudo! - Roberto interrompe.- Desde...
- ele suspira passando as mãos pelos cabelos. - O começo. - ela assente.

- Depois que nosso casamento havia acabo
com traição, eu não tava mais aguentando
viver no mesma casa, então eu decidi viver
minha vida em outro lugar, mas com a Carol. Eu estava cansada de tudo aquilo, decidi ir embora, não havia mais nada que restava, a não ser minha filha. Então eu decidi fazer uma viagem sem dar explicação nenhuma. Peguei parte do dinheiro que eu economizei e viajei para outro lugar. E foi então que eu conheci
Felipe, nos conhecemos antes de forjar
minha morte, a gente se envolveu, no começo ele era super atencioso, mas depois eu vi que ele não era a pessoa que eu imaginei. Nós vivíamos em brigas constantes, mas não eram simples brigas. Ele era obcecado por mim. Eu não podia sair e muito menos falar com qualquer outra pessoa. Passaram-se algumas semana, e todas os dias eu me sentia culpada por ter abandonado Roberto e ter sumido sem dar explicações. Eu estava disposta a voltar atrás e tentar lutar por nós, voltar a reatar nosso relacionamento. Eu decidi que procuraria por ele, e dar também noticias sobre a nossa filha, afinal era um direito dele. Eu sabia onde ele trabalhava, então eu fui até lá. Um policial pediu que eu esperasse na recepção e eu o fiz. Então, uma mulher chegou procurando por ele. Ela dizia ser esposa dele. Eu não queria acreditar que aquilo era verdade, mas tudo se confirmou quando ele saiu de sua sala e a beijou, deixando evidente sua aliança dourada, a qual eu nunca tinha visto. Ele ainda não tinha me visto, mas quando seus olhos se encontraram com os meus, eu
perdi todas as minhas forças. Eu saí dali, mas fui alcançada por ele. Ele queria poder se explicar, mas acabos brigamos, e ele não iria desistir de querer a guarda de Carolyna, mas pedi que ficasse longe de mim. Fui para casa e... Eu desmoronei não acreditava que ele pudesse ter seguido em
frente tão rápido, eu ainda amava.
Passaram-se meses e eu nunca mais havia
o visto. E não queria encontrá-lo. Mesmo
assim eu sabia que Roberto tentou entrar
em contato e me encontrar pra falar sobre a nossa filha, mas eu fugia dele. Passaram-se 5 anos anos. Carol se tornou
uma bela garotinha. Educada, doce e amável. Ela era feliz. Mesmo que não tivéssemos muita coisa, éramos felizes.
Uma tarde, quando estávamos voltando da
creche, eu o encontrei. Encontrei Roberto.
Ele tinha nos braços uma garotinha de lindos cabelos loiros. Ele parecia feliz e eu com toda certeza não atrapalharia aquele momento. Mas foi em vão. Sua esposa nos viram. Eu tentei disfarçar, mas foi impossível. Kellen me olhava com ódio, mas eu não me importei e segui caminho com minha menina. Depois desse dia, Kellen me procurou. Ela me deu um aviso. Ela disse que se eu não me afastasse, levando comigo minha filha, daria um jeito em Carolyna. Eu não dei ouvidos à ela, afinal não iria me aproximar de Roberto. Eu não queria nada dele. Mas Kellen não estava blefando. Uma tarde quando eu voltava para a casa, eu encontrei Felipe. Ele estava na minha casa. Kellen estava junto dele com minha filha nos braços. Eu senti tanto medo que fizessem algum mal à ela. Felipe me levou a um lugar bem longe onde ninguém me encontrasse. Kellen ficou com minha filha, tendo em mãos meu falso atestado de óbito. Felipe me trancafiou. Como dito, ele é um maluco obcecado. Eu não podia ir atrás da minha filha. Eu estava presa. Eu vivi por anos naquele inferno. Eu nunca desisti de tentar fugir e a algumas semanas atrás, eu consegui. Felipe, provavelmente, contatou a Kellen sobre minha fuga e exigira a minha volta. Kellen mandou homens atrás de mim, mas eu consegui fugir deles. À algumas dias atrás, encontrei Kellen indo até um prédio do centro da cidade, no qual, descobri ter um apartamento. Tentei diversas vezes falar com ela, para que eu pudesse ao
menos ver minha filha uma única vez. Mas eu não consegui. Eu sabia que ela faria algum mal à minha filha. Ela não havia me encontrado e a forma mais precisa de me atingir seria fazendo algo contra Carolyna...
E... De repente, encontro a sua namorada me dizendo que ela havia sido... Sequestrada."

Ela engole em seco e seca algumas lágrimas. Então, Kellen seria a mandante de tudo? Roberto gargalha nervosamente e eu olho para os dois em choque.

- Kellen não faria isso! Aliás, as letras iniciais do sequestrador são F e G! - rosna.

- F e G? - Fernanda pergunta.

Ele assente.

- Droga! - ela aperta a bolsa com força.

- O que foi? - pergunto inquieta.

- Felipe... - chora compulsivamente. - Ele se
chama Felipe Galvão. - Roberto bate o punho contra a mesa e se levanta.

- Droga! Kellen não pode estar envolvida. Ela não faria isso!

— Então não conhece sua esposa o suficiente. - Fernanda diz baixo, olhando em seus olhos.

- Não, não! - ele passa as mãos pelos cabelos, adando em círculos pelo escritório. - Ela não... Droga!

- O que foi?

– Ela... Ela foi viajar.

- Como assim? - me levanto.

- Ela disse que teria que ir até a galeria para
resolver algumas assuntos, então ficaria fora por algumas semanas.

- Onde é essa galeria? - pergunto.

- Em Chicago. - diz nervosamente. - Espera!
Vou ligar para secretária.

Depois de pouco tempo, Roberto consegue
falar com a mesma. Sua expressão se tornara dura e apreensiva.

-Diga. - falo quando o mesmo encerra a
ligação.

– Ela não aparece na galeria à uma semana. – suspira.

Meu porto seguro - Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora